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Capítulo 1 Ver capítulo
1 Palavras do Eclesiastes, filho de Davi, rei de Jerusalém.* [Ler]
2 “Fugacidade das fugacidades!”, diz o Eclesiastes. “fugacidade das fugacidades! Tudo é fugaz!” [Ler]
3 Que proveito tira o homem de todo o trabalho com que se afadiga debaixo do sol? [Ler]
4 Uma geração passa, outra vem, mas a terra sempre subsiste. [Ler]
5 O sol se levanta, o sol se põe e se apressa a voltar a seu lugar onde renasce. [Ler]
6 O vento sopra para o sul, volta para o norte, volteia e gira nos mesmos circuitos. [Ler]
7 Todos os rios se dirigem para o mar, e o mar não transborda. Em direção ao mar, para onde correm os rios, para lá correm sem cessar. [Ler]
8 Todas as coisas se afadigam, mais do que se pode dizer. A vista não se farta de ver, o ouvido nunca se sacia de ouvir. [Ler]
9 O que foi é o que será. O que aconteceu é o que há de acontecer. Não há nada de novo debaixo do sol. [Ler]
10 Se é encontrada alguma coisa da qual se diz: “Veja, isto é novo”, ela já existia nos tempos passados. [Ler]
11 Não há memória do que é antigo, nem nossos descendentes não deixarão memória junto àqueles que virão depois deles. [Ler]
12 Eu, o Eclesiastes, fui rei de Israel, em Jerusalém. [Ler]
13 Apliquei meu espírito a um estudo atencioso e à sábia observação de tudo quanto se passa debaixo do céu. Deus impôs aos homens essa ocupação ingrata. [Ler]
14 Vi tudo o que se faz debaixo do sol: eis que tudo é fugaz e vento que passa. [Ler]
15 O que está torto não se pode endireitar, o que falta não se pode calcular. [Ler]
16 Eu disse comigo mesmo: “Eis que amontoei e acumulei sabedoria mais do que todos os que me precederam em Jerusalém. Porque minha mente estudou muito a sabedoria e a ciência, [Ler]
17 e apliquei o meu coração ao discernimento da sabedoria, da loucura e da tolice. E cheguei à conclusão de que isso é também vento que passa. [Ler]
18 Porque no acúmulo de sabedoria, acumula-se tristeza, e quem aumenta a ciência, aumenta a dor”. [Ler]
Capítulo 2 Ver capítulo
1 Eu disse comigo mesmo: “Vou tentar a alegria e gozar o prazer!”. Mas isso é também fugaz. [Ler]
2 Do riso eu disse: “Loucura!”, e da alegria: “Para que serve?”. [Ler]
3 Resolvi entregar minha carne ao vinho, enquanto meu coração se aplicaria ainda à sabedoria. Entreguei-me à loucura até ver o que é bom para os filhos dos homens fazerem durante toda a sua vida debaixo do céu.* [Ler]
4 Empreendi grandes trabalhos, construí para mim casas e plantei vinhas; [Ler]
5 fiz jardins e pomares, onde plantei árvores frutíferas de toda espécie. [Ler]
6 Cavei reservatórios de água para regar o bosque de árvores que germinavam. Comprei escravos e escravas, e possuí outros nascidos em casa.* [Ler]
7 Possuí muito gado, bois e ovelhas, mais que todos os que me precederam em Jerusalém. [Ler]
8 Acumulei também prata e ouro, riquezas de reis e de províncias. Arranjei cantores e cantoras, e o que faz as delícias dos filhos dos homens: mulheres e mulheres.* [Ler]
9 Fui maior que todos os que me precederam em Jerusalém. E, ainda assim, minha sabedoria permaneceu comigo.* [Ler]
10 Tudo o que meus olhos desejaram não lhes recusei, nem privei meu coração de nenhuma alegria. Meu coração encontrava sua alegria no meu trabalho, e esse foi o fruto que dele tirei. [Ler]
11 Mas, quando me pus a considerar todas as obras de minhas mãos e o trabalho ao qual me tinha dado para fazê-las, vi que em tudo havia fugacidade e vento que passa. Nada há de proveitoso debaixo do sol. [Ler]
12 Passei então à meditação da sabedoria, da loucura e da tolice. Qual é o homem, designado desde muito tempo, que virá depois do rei?* [Ler]
13 Cheguei à conclusão de que a sabedoria leva vantagem sobre a loucura, como a luz leva vantagem sobre as trevas. [Ler]
14 Os olhos do sábio estão na sua cabeça, mas o insensato anda nas trevas. Mas notei que um mesmo destino espera a ambos. [Ler]
15 Por isso, disse comigo mesmo: “A minha sorte será a mesma que a do insensato. Então, para que me serve toda a minha sabedoria?”. E concluí comigo mesmo que tudo isso é ainda ilusão.* [Ler]
16 Porque a memória do sábio não é mais eterna que a do insensato, pois que, passados alguns dias, ambos serão esquecidos. Tanto morre o sábio como morre o louco! [Ler]
17 E assim detestei a vida, pois a meus olhos tudo é mau no que se passa debaixo do sol; sim, tudo é efêmero e vento que passa. [Ler]
18 Também se tornou odioso para mim todo o trabalho que produzi debaixo do sol, visto que devo deixá-lo àquele que virá depois de mim. [Ler]
19 E quem sabe se ele será sábio ou insensato? Contudo, é ele quem disporá de todo o fruto dos meus trabalhos que debaixo do sol me custaram fadiga e sabedoria. Também isso é fugaz. [Ler]
20 E senti o coração cheio de desgosto por todo o labor que suportei debaixo do sol. [Ler]
21 Porque há homem que trabalha com sabedoria, ciência e bom êxito, para deixar o fruto de seu ganho a outro que em nada colaborou. Também isso é ilusão e grande desgraça. [Ler]
22 Com efeito, que resta ao homem de todo o seu labor, de todas as suas azáfamas a que se entregou debaixo do sol? [Ler]
23 Todos os seus dias são apenas dores, seus trabalhos, apenas tristezas; mesmo durante a noite ele não goza de descanso. Isso é ainda vaidade. [Ler]
24 Não há nada melhor para o homem do que comer, beber e gozar o bem-estar do seu trabalho. Notei que também isso vem da mão de Deus, [Ler]
25 pois, quem come e bebe senão graças a ele? Àquele que lhe é agradável Deus dá sabedoria, ciência e alegria; ao passo que ao pecador ele dá a tarefa de juntar e acumular bens, que depois passará a quem lhe agradar. Isso é ainda fugaz e vento que passa.* [Ler]
Capítulo 3 Ver capítulo
1 Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo do céu: [Ler]
2 tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou. [Ler]
3 Tempo de matar e tempo de curar; tempo de demolir e tempo de construir. [Ler]
4 Tempo de chorar e tempo de rir; tempo de gemer e tempo de dançar. [Ler]
5 Tempo de atirar pedras e tempo de ajuntá-las; tempo de abraçar e tempo de apartar-se.* [Ler]
6 Tempo de procurar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de jogar fora. [Ler]
7 Tempo de rasgar e tempo de costurar; tempo de calar e tempo de falar. [Ler]
8 Tempo de amar e tempo de odiar; tempo de guerra e tempo de paz. [Ler]
9 Que proveito tira o trabalhador de sua obra? [Ler]
10 Vi o trabalho que Deus impôs aos homens, para que nele se ocupassem. [Ler]
11 As coisas que Deus fez são boas a seu tempo. Ele pôs, além disso, no seu coração, a duração inteira, sem que ninguém possa compreender a obra divina de um extremo ao outro.* [Ler]
12 Assim, concluí que nada é melhor para o homem do que alegrar-se e procurar o bem-estar durante sua vida. [Ler]
13 Igualmente é dom de Deus que todos possam comer, beber e gozar do fruto de seu trabalho. [Ler]
14 Reconheci que tudo o que Deus faz dura para sempre, sem que se possa ajuntar nada, nem nada suprimir. Deus procede dessa maneira para ser temido.* [Ler]
15 Aquilo que é, já existia, e aquilo que há de ser, já existiu; Deus chama de novo o que passou. [Ler]
16 Debaixo do sol, observei ainda o seguinte: a injustiça ocupa o lugar do direito, e a iniquidade toma o lugar da justiça. [Ler]
17 Então, disse comigo mesmo: “Deus julgará o justo e o ímpio, porque há um tempo para cada coisa e um tempo para cada obra”. [Ler]
18 Eu disse comigo mesmo a respeito dos homens: “Deus quer prová-los e mostrar-lhes que, quanto a eles, são semelhantes aos animais”. [Ler]
19 Porque o destino dos filhos dos homens e o destino dos animais é o mesmo, um mesmo fim os espera. Tanto morre um como o outro. A ambos foi dado o mesmo sopro. A vantagem do homem sobre o animal é nula, porque tudo é vão. [Ler]
20 Todos caminham para um mesmo lugar. Todos saem do pó e para o pó voltam. [Ler]
21 Quem sabe se o sopro de vida dos filhos dos homens se eleva para o alto e o sopro de vida dos animais desce para a terra?* [Ler]
22 E verifiquei que nada há de melhor para o homem do que alegrar-se com o fruto de seus trabalhos. Esta é a parte que lhe toca. Pois, quem lhe dará a conhecer o que acontecerá com o volver dos anos? [Ler]
Capítulo 4 Ver capítulo
1 Pus-me, então, a considerar todas as opressões que se exercem debaixo do sol. Eis aqui as lágrimas dos oprimidos, sem ninguém para consolá-los. Seus opressores fazem-lhes violência e ninguém os consola. [Ler]
2 E julguei os mortos, que já faleceram, mais felizes que os vivos, que ainda estão em vida; [Ler]
3 porém, mais feliz que eles é aquele que não chegou a nascer, porque não viu o mal que se comete debaixo do sol.* [Ler]
4 Vi que todo o trabalho, toda a habilidade numa obra não passa de rivalidade de um homem diante do seu próximo. Isso é também fugacidade e vento que passa. [Ler]
5 O insensato cruza os braços e devora sua própria carne.* [Ler]
6 Mais vale um punhado de tranquilidade do que dois punhados de trabalho e de vento que passa. [Ler]
7 Vi ainda outra fugacidade debaixo do sol: [Ler]
8 um homem sozinho, sem alguém junto de si, sem filho nem irmão; trabalha sem parar e, não obstante, seus olhos não se fartam de riquezas: “Para quem trabalho eu, privando-me de todo bem-estar?”. Eis uma fugacidade e um trabalho ingrato. [Ler]
9 Dois homens juntos são mais felizes que um só, porque obterão um bom salário do seu trabalho. [Ler]
10 Se um vem a cair, o outro o levanta. Mas ai do homem só: se ele cair, não há ninguém para levantá-lo. [Ler]
11 Da mesma forma, se dormirem dois juntos, aquecem-se; mas um homem só, como se há de aquecer? [Ler]
12 Se é possível dominar o homem que está sozinho, dois podem resistir ao agressor. Uma corda tripla não se rompe facilmente. [Ler]
13 Mais vale um adolescente pobre, mas sábio, do que um rei velho, mas insensato, que já não aceita conselhos. [Ler]
14 Porque aquele jovem saiu da prisão para reinar, se bem que tenha nascido pobre no reino deste ancião.* [Ler]
15 Vi todos os viventes, que se acham debaixo do sol, apressarem-se junto do jovem que ia sucedê-lo; [Ler]
16 era interminável o cortejo dessa multidão, à testa da qual ele caminhava. Contudo, a geração seguinte não se regozijará por sua causa. Tudo isso é ainda fugacidade e vento que passa. [Ler]
17 Vê onde pões teu pé quando entras no Templo do Senhor. Mais vale a obediência que os sacrifícios dos insensatos, porque eles só sabem fazer o mal!* [Ler]
Capítulo 5 Ver capítulo
1 Não te apresses em abrir a boca, nem o teu coração não se apresse em proferir palavras diante de Deus, porque Deus está no céu, e tu na terra. Por isso, sejam pouco numerosas as tuas palavras! [Ler]
2 Porque muitas ocupações geram sonhos, e a torrente de palavras faz nascer resoluções insensatas. [Ler]
3 Quando fizeres um voto a Deus, realiza-o sem delonga, porque aos insensatos Deus não é favorável. Portanto, cumpre teu voto! [Ler]
4 Mais vale não fazer voto, que prometer e não ser fiel à promessa. [Ler]
5 Não permitas à tua boca fazer pecar a tua carne, nem digas ao sacerdote que isso foi apenas uma inadvertência, para não suceder que Deus se irrite com essas palavras e reduza a nada tua empresa.* [Ler]
6 Porque muitos cuidados geram sonhos, e a torrente de palavras, despropósitos. Assim, pois, teme a Deus! [Ler]
7 Se vires, na província, a opressão do pobre e a violação do direito e da justiça, não te admires, porque o que é grande é observado por outro maior e ambos por maiores ainda. [Ler]
8 Sob todos os pontos de vista, uma vantagem para uma nação é se o rei se ocupa com a terra cultivada.* [Ler]
9 Quem ama o dinheiro nunca se fartará. Quem ama a riqueza não tira dela proveito. Também isso é fugalidade. [Ler]
10 Quando abundam os bens, numerosos são aqueles que comem. Que vantagem há para os seus possuidores, senão ver como se comportam?* [Ler]
11 Doce é o sono do trabalhador, tenha ele pouco ou muito para comer; mas a abundância do rico o impede de dormir. [Ler]
12 Vi uma dolorosa miséria debaixo do sol: as riquezas que um possuidor guarda para sua própria desgraça. [Ler]
13 Caso essas riquezas venham a se perder em consequência de algum desagradável acontecimento, se ele tiver um filho, nada lhe restará na sua mão. [Ler]
14 Nu saiu ele do ventre de sua mãe, assim nu voltará. De seu trabalho nada receberá que possa levar em suas mãos. [Ler]
15 Sim, é uma dolorosa miséria que ele se vá assim como veio. Que vantagem terá ele por ter trabalhado para o vento? [Ler]
16 Todos os seus dias foram consumidos numa sombria dor, em extrema amargura, no sofrimento e na irritação. [Ler]
17 Eis o que reconheci ser bom: que é conveniente ao homem comer, beber, gozar de bem-estar em todo o trabalho ao qual ele se dedica debaixo do sol, durante todos os dias de vida que Deus lhe der. Esta é a sua parte. [Ler]
18 Se Deus dá ao homem bens e riquezas, e lhe concede delas comer e delas tomar sua parte, e se alegrar no seu trabalho, isso é um dom de Deus. [Ler]
19 Ele não pensa no número dos dias de sua vida, quando Deus derrama em seu coração a alegria. [Ler]
Capítulo 6 Ver capítulo
1 Vi um mal debaixo do sol, que calca pesadamente o homem. [Ler]
2 Isto é, um homem a quem Deus deu sorte, riquezas e honras, e nada que possa desejar lhe falta, mas Deus não lhe concede o gozo, reservando-o a um estrangeiro. Isso é fugalidade e dor. [Ler]
3 Um homem, embora crie cem filhos, viva muitos anos, durando longamente os dias de sua vida, se não puder fartar-se de seus bens e não tiver tido sepultura, eu diria que um aborto lhe seria preferível. [Ler]
4 Porque é em vão o fato de o aborto ter vindo e ido para as trevas. Seu nome permanecerá na obscuridade. [Ler]
5 Não terá visto nem conhecido o sol. Melhor é a sua sorte que a deste homem.* [Ler]
6 E, mesmo que alguém vivesse duas vezes mil anos, sem provar a felicidade, não vão todos para o mesmo lugar?* [Ler]
7 Todo o trabalho do homem é para a sua boca, mas seus desejos nunca estão satisfeitos. [Ler]
8 Que superioridade tem o sábio sobre o louco? Que vantagem há para o pobre saber se conduzir na vida? [Ler]
9 Mais vale o que veem os olhos do que a agitação dos desejos. Isso é ainda fugalidade e vento que passa. [Ler]
10 A tudo o que existe, desde há muito, foi dado um nome, e sabe-se também o que é o homem: é incapaz de disputar com alguém mais forte do que ele. [Ler]
11 Muitas palavras só aumentam a fugalidade. De tudo isso, qual é o proveito para o homem? [Ler]
12 Pois, quem pode saber o que é bom para o homem na vida, durante os dias de sua vã existência, que ele atravessa como uma sombra? Quem poderá dizer ao homem o que acontecerá depois dele debaixo do sol? [Ler]
Capítulo 7 Ver capítulo
1 Boa fama vale mais que um bom perfume; mais vale o dia da morte que o dia do nascimento. [Ler]
2 Melhor é visitar a casa onde há luto do que a casa onde há banquete. Porque ali está o fim de todo homem, e os vivos nele refletem. [Ler]
3 Tristeza vale mais do que riso, porque a tristeza do semblante é boa para o coração. [Ler]
4 O coração do sábio está na casa em luto; o coração do insensato está na casa da alegria. [Ler]
5 É melhor ouvir a reprimenda do sábio do que a canção do tolo, [Ler]
6 porque qual o crepitar dos espinhos na caldeira, tal é o riso do insensato. E isso é também fugalidade. [Ler]
7 A opressão torna o sábio insensato, e o suborno corrompe o coração. [Ler]
8 Mais vale o fim de uma coisa do que seu começo. Um espírito paciente vale mais do que um espírito orgulhoso. [Ler]
9 Não cedas prontamente ao espírito de irritação, porque é no coração do insensato que reside a irritação. [Ler]
10 Não digas: “Por que os dias de outrora eram melhores do que estes de agora?”. Porque não é a sabedoria que te inspira esta pergunta. [Ler]
11 A sabedoria é tão boa como uma herança, e é de proveito aos que veem o sol. [Ler]
12 A sabedoria protege, assim como o dinheiro protege. A vantagem do saber consiste em que a sabedoria dá vida a quem a possui. [Ler]
13 Considera a obra de Deus: Quem poderá endireitar o que ele fez curvo? [Ler]
14 No dia da felicidade, sê alegre. No dia da desgraça, pensa: porque Deus fez um e outro, de tal modo que o homem não descubra o futuro.* [Ler]
15 No decurso de minha vã existência, vi tudo isso: há o justo que morre permanecendo justo e o ímpio que dura apesar de sua malícia. [Ler]
16 Não sejas justo excessivamente, nem sábio além da medida. Por que te arruinarias a ti mesmo? [Ler]
17 Não sejas excessivamente mau e não sejas insensato. Por que haverias de morrer antes de tua hora? [Ler]
18 É bom que guardes isto, e que não negligencies aquilo, porque aquele que teme a Deus realizará uma e outra coisa. [Ler]
19 A sabedoria dá ao sábio mais força do que dez chefes de guerra reunidos numa cidade. [Ler]
20 Não há homem justo sobre a terra, que faça o bem sem jamais pecar. [Ler]
21 Não prestes atenção em todas as palavras que se dizem, para que não ouças dizer que teu servo fala mal de ti, [Ler]
22 porque teu coração bem sabe que tu mesmo, muitas vezes, falaste mal dos outros. [Ler]
23 Tudo isso perscrutei com sabedoria. Eu disse comigo mesmo: “Eu quero ser sábio”. Mas a sabedoria está longe de mim. [Ler]
24 Aquilo que acontece está longínquo, profundo, profundo: quem poderá sondá-lo? [Ler]
25 Apliquei-me de todo o coração a perscrutar, a sondar a sabedoria e a razão das coisas, a reconhecer que a maldade é uma loucura e a falta de razão uma demência.* [Ler]
26 Eu também descobri que a mulher é coisa mais amarga que a morte, porque ela é um laço, seu coração é uma rede, suas mãos são cadeias. Aquele que é agradável a Deus dela se livrará, mas o pecador será sua presa. [Ler]
27 Eis o que encontrei, diz o Eclesiastes, examinando uma coisa com outra, para chegar à razão. [Ler]
28 Eis o que procuro continuamente sem descobrir: encontrei um só homem entre mil, mas nenhuma mulher entre todas.* [Ler]
29 Somente descobri isto: Deus fez o homem reto, mas é ele quem procura os extravios.* [Ler]
Capítulo 8 Ver capítulo
1 Quem é comparável ao sábio? Quem conhece a razão das coisas? A sabedoria de um homem ilumina-lhe o semblante e abranda-lhe a severidade de sua face. [Ler]
2 Observa as ordens do rei, e isso por causa do juramento feito a Deus.* [Ler]
3 Não te apresses a sair de sua presença. Não te comprometas com um mau negócio, porque o rei faz tudo o que lhe apraz. [Ler]
4 Com efeito, sua palavra é soberana, e quem ousaria dizer-lhe: “Que fazes tu?”. [Ler]
5 Quem observa os preceitos não experimentará mal algum; e o coração do sábio conhece o tempo e o julgamento. [Ler]
6 Porque para tudo há um tempo e um julgamento, e a desgraça pesa muito forte sobre o homem. [Ler]
7 Ele não conhece o futuro; quem lhe poderia dizer como as coisas se passarão? [Ler]
8 O homem não é senhor de seu sopro de vida, nem é capaz de retê-lo. Ninguém tem poder sobre o dia da morte, nem a faculdade de afastar esse combate. O crime não pode salvar o criminoso. [Ler]
9 Eis o que eu vi, aplicando meu espírito a tudo o que se faz debaixo do sol, quando um homem domina sobre outro homem para prejudicá-lo. [Ler]
10 Vi ímpios receberem sepultura e gozarem de repouso, enquanto que aqueles que tinham feito o bem iam para longe do lugar santo e eram esquecidos na cidade. Isso é ainda fugacidade. [Ler]
11 Porque a sentença contra os maus atos não é executada imediatamente, o coração dos homens se enche do desejo de fazer o mal, [Ler]
12 porque o pecador culpado de cem crimes vê sua vida prolongada. Eu sei, no entanto, que a felicidade é para os que temem a Deus, porque respeitam a sua face. [Ler]
13 Mas não haverá felicidade para o ímpio que, como sombra, não prolongará sua vida, porque ele não teme a Deus. [Ler]
14 Há outra fugacidade que acontece sobre a terra: há justos, aos quais acontece o que conviria ao proceder de ímpios, e há ímpios aos quais acontece o que conviria ao proceder de justos. Digo que isso é também fugacidade. [Ler]
15 Por isso, louvei a alegria, porque não há nada de melhor para o homem, debaixo do sol, do que comer, beber e se divertir; possa isso acompanhá-lo no seu trabalho, ao longo dos dias que Deus lhe conceder debaixo do sol. [Ler]
16 Quando meu espírito se entregou ao estudo da sabedoria e à observação dos trabalhos que há sobre a terra, porque nem de dia, nem de noite os olhos dos homens encontram repouso, [Ler]
17 verifiquei, em toda a obra de Deus, que o homem nada pode descobrir do que se faz debaixo do sol. Ele se fatiga a investigar, mas não encontra, e se mesmo um sábio pensa ter alcançado, isso não acontecerá. [Ler]
Capítulo 9 Ver capítulo
1 Apliquei então meu espírito ao esclarecimento de tudo isso: os justos e sábios, com todas as suas obras, estão na mão de Deus. O homem ignora se isso será amor ou ódio. Tudo é possível.* [Ler]
2 Todos têm um só destino: há uma sorte idêntica ao justo e ao ímpio, ao que é bom como ao que é impuro, ao que oferece sacrifícios como ao que deles se abstém. O homem bom é tratado como o pecador e o perjuro como o que respeita seu juramento.* [Ler]
3 Entre tudo o que se faz debaixo do sol, é uma desgraça só existir para todos um mesmo destino. Por isso, o espírito dos homens transborda de malícia, a loucura ocupa o coração deles, durante a vida, depois da qual vão para a casa dos mortos. [Ler]
4 Porque, enquanto um homem permanece entre os vivos, ainda há esperança, pois mais vale um cão vivo do que um leão morto. [Ler]
5 Com efeito, os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos de nada sabem. Para eles não há mais recompensa, porque sua lembrança jaz no esquecimento. [Ler]
6 Amor, ódio e inveja acabaram. Não terão mais parte alguma, para o futuro, no que se faz debaixo do sol.* [Ler]
7 Ora, pois, come com alegria o teu pão e bebe contente o teu vinho, porque Deus se agrada de teus trabalhos. [Ler]
8 Traja sempre vestes brancas e haja sempre azeite perfumado em tua cabeça.* [Ler]
9 Desfruta da vida com a mulher que amas, durante todos os dias da fugitiva e vã existência que Deus te concede debaixo do sol. Essa é a tua parte na vida, o prêmio do labor a que te entregas debaixo do sol. [Ler]
10 Tudo o que tua mão encontra para fazer, faze-o com todas as tuas faculdades, pois que na região dos mortos, para onde vais, não há mais trabalho, nem ciência, nem inteligência, nem sabedoria. [Ler]
11 Nas minhas investigações debaixo do sol, vi ainda que a corrida não é para os ágeis, nem a batalha para os bravos, nem o pão para os prudentes, nem a riqueza para os inteligentes, nem o favor para os sábios, porque todos estão à mercê das circunstâncias e da sorte. [Ler]
12 O homem não conhece sua própria hora. Semelhantes aos peixes apanhados pela rede fatal, os passarinhos presos no laço, os homens são enlaçados na hora da calamidade, que se arremessa sobre eles de súbito. [Ler]
13 Vi também, debaixo do sol, este exemplo de sabedoria, que me pareceu grande. [Ler]
14 Havia uma pequena cidade, pouco populosa. Veio contra ela um poderoso rei que, sitiando-a, construiu grandes fortificações ao seu redor. [Ler]
15 Ora, aí se encontrava um homem pobre, porém sábio, cuja sabedoria salvou a cidade, contudo ninguém se lembrou desse pobre. [Ler]
16 Por isso, eu disse: “A sabedoria vale mais que a força, mas a sabedoria do pobre é desprezada e às suas palavras não se dão ouvidos”. [Ler]
17 As palavras calmas dos sábios são mais bem ouvidas do que os gritos de um chefe entre insensatos. [Ler]
18 A sabedoria vale mais que as máquinas de guerra, mas um só pecador pode causar a perda de muitos bens. [Ler]
Capítulo 10 Ver capítulo
1 Uma mosca morta infeta e corrompe o azeite perfumado. Um pouco de loucura é suficiente para corromper a sabedoria.* [Ler]
2 O coração do sábio vai para a direita, mas o coração do insensato para a esquerda.* [Ler]
3 No meio da estrada, quando caminha o tolo, falta-lhe o bom senso, e todos dizem: “É um louco”. [Ler]
4 Se a ira do príncipe se inflama contra ti, não abandones o teu lugar, porque a calma previne grandes erros. [Ler]
5 Vi debaixo do sol um mal, uma falha da parte do soberano: [Ler]
6 o insensato ocupa os mais altos cargos, enquanto que os homens de valor estão colocados em empregos inferiores. [Ler]
7 Vi escravos montarem a cavalo e príncipes andarem a pé como escravos. [Ler]
8 Quem cava uma fossa poderá nela cair, e quem derruba um muro poderá ser picado por uma serpente. [Ler]
9 Quem lavra pedras poderá machucar-se; quem corta a lenha se machuca com ela. [Ler]
10 Se o ferro estiver embotado e não for afiado o gume, é preciso redobrar de esforços; mas afiá-lo é uma vantagem que a sabedoria proporciona.* [Ler]
11 Se a serpente morder por erro de encantamento, não vale a pena ser encantador. [Ler]
12 As palavras do sábio alcançam-lhe o favor, mas os lábios do insensato causam a sua perda. [Ler]
13 O começo de suas palavras é uma estultícia, e o final de seu discurso é uma perigosa insânia. [Ler]
14 O insensato multiplica as palavras. O homem não conhece o futuro. Quem lhe poderia dizer o que há de acontecer em seguida? [Ler]
15 O trabalho do insensato o fatiga, pois nem sequer sabe ir à cidade.* [Ler]
16 Ai de ti, país, cujo rei é um menino e cujos príncipes comem desde a manhã. [Ler]
17 Feliz de ti, país, cujo rei é de família nobre e cujos príncipes comem em hora conveniente, não por devassidão, mas para sua própria refeição. [Ler]
18 Por causa do desleixo desabará o madeiramento e, quando as mãos são inativas, choverá dentro da casa. [Ler]
19 Faz-se festa para se divertir; o vinho alegra a vida, e o dinheiro serve para tudo. [Ler]
20 Não digas mal do rei, nem mesmo em pensamento! Mesmo dentro de teu quarto, não digas mal do poderoso. Porque um passarinho do céu poderia levar tua palavra, e as aves repetirem tuas frases. [Ler]
Capítulo 11 Ver capítulo
1 Atira teu pão sobre a superfície das águas, porque depois de muito tempo o acharás.* [Ler]
2 Faze de tua riqueza sete e mesmo oito partes, porque não sabes que calamidade sobrevirá à terra. [Ler]
3 Quando as nuvens estiverem carregadas, derramarão a chuva sobre a terra. Quando tomba uma árvore para o sul ou para o norte, lá onde cai, fica. [Ler]
4 Quem observa o vento jamais semeará; quem examina as nuvens nunca segará. [Ler]
5 Do mesmo modo que não sabes qual é o caminho do sopro da vida e como se formam os ossos no seio de uma mãe, assim também ignoras a ação de Deus, que faz todas as coisas.* [Ler]
6 Semeia a tua semente desde a manhã e não deixes tuas mãos ociosas até a noite. Porque não sabes o que terá bom êxito, se isto ou aquilo, ou se ambas as coisas são igualmente úteis. [Ler]
7 Doce é a luz, e é um deleite para os olhos ver o sol.* [Ler]
8 Por mais numerosos que sejam os anos de vida, regozija-se o homem em todos eles, mas deve pensar nos dias obscuros que serão numerosos. Tudo o que acontece é vaidade. [Ler]
9 Jovem, rejubila-te na tua adolescência e, enquanto ainda és jovem, entrega teu coração à alegria. Anda nos caminhos de teu coração e segundo os olhares de teus olhos, mas fica sabendo que de tudo isso Deus te fará prestar conta!* [Ler]
10 Afasta a tristeza do teu coração e poupa o sofrimento a teu corpo, porque a juventude e a adolescência são passageiras. [Ler]
Capítulo 12 Ver capítulo
1 Lembra-te do teu Criador nos dias da tua juventude, antes que venham os maus dias e que apareçam os anos dos quais dirás: “Não sinto prazer neles!”. [Ler]
2 Antes que se escureçam o sol, a luz, a lua e as estrelas, e que à chuva sucedam as nuvens;* [Ler]
3 anos nos quais tremem os guardas da casa, nos quais se curvam os homens robustos e param de moer as moleiras pouco numerosas, nos quais se escurecem aqueles que olham pelas janelas, [Ler]
4 nos quais se fecham para a rua os dois batentes da porta, nos quais se enfraquece o ruído do moinho, nos quais os homens se levantam ao canto do passarinho, nos quais se extingue o som da voz, [Ler]
5 nos quais se temem as subidas; nos quais se terão sobressaltos no caminho, nos quais a amendoeira branqueia, nos quais o gafanhoto engorda, nos quais a alcaparra perde a sua eficácia, porque o homem se encaminha para a morada eterna e os carpidores percorrem as ruas.* [Ler]
6 Antes que se rompa o cordão de prata, que se despedace a lâmpada de ouro, antes que se quebre a bilha na fonte, e que se fenda a roldana sobre a cisterna;* [Ler]
7 antes que a poeira retorne à terra para se tornar o que era; e antes que o sopro de vida retorne a Deus que o deu.* [Ler]
8 fugacidade das fugacidades, diz o Eclesiastes, tudo é fugaz. [Ler]
9 Além de ser sábio, o Eclesiastes ensinou a ciência ao povo. Ele pesou, perscrutou e dispôs numerosas máximas. [Ler]
10 O Eclesiastes aplicou-se à procura de sentenças agradáveis e a redigir com exatidão adágios verídicos. [Ler]
11 As palavras dos sábios são semelhantes a aguilhões, e as sentenças, reunidas em coleção, são parecidas a estacas plantadas, inspiradas por um só pastor.* [Ler]
12 De resto, meu filho, quanto ao maior número de palavras que estas, fica sabendo que se podem multiplicar os livros a não mais acabar, e que muito estudo se torna uma fadiga para o corpo. [Ler]
13 Em conclusão: tudo bem entendido, teme a Deus e observa seus preceitos, é este o dever de todo homem. [Ler]
14 Deus fará prestar contas de tudo o que está oculto, todo ato, seja ele bom ou mau. [Ler]

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