São Mateus - Livro Completo
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Capítulo 1 Ver capítulo

1 Genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. [Ler]

2 Abraão gerou Isaac. Isaac gerou Jacó. Jacó gerou Judá e seus irmãos. [Ler]

3 Judá gerou, de Tamar, Farés e Zara. Farés gerou Esron. Esron gerou Arão. [Ler]

4 Arão gerou Aminadab. Aminadab gerou Naasson. Naasson gerou Salmon. [Ler]

5 Salmon gerou Booz, de Raab. Booz gerou Obed, de Rute. Obed gerou Jessé. Jessé gerou o rei Davi. [Ler]

6 O rei Davi gerou Salomão, da­quela que fora mulher de Urias. [Ler]

7 Salomão gerou Roboão. Roboão gerou Abias. Abias gerou Asa. [Ler]

8 Asa gerou Josafá. Josafá gerou Jorão. Jorão gerou Ozias. [Ler]

9 Ozias gerou Joatão. Joatão gerou Acaz. Acaz gerou Ezequias. [Ler]

10 Ezequias gerou Manassés. Manassés gerou Amon. Amon gerou Josias. [Ler]

11 Josias gerou Jeconias e seus irmãos, no cativeiro da Babilônia. [Ler]

12 E, depois do cativeiro da Babilônia, Jeconias gerou Salatiel. Salatiel gerou Zoro­babel. [Ler]

13 Zorobabel gerou Abiud. Abiud gerou Eliacim. Eliacim gerou Azor. [Ler]

14 Azor gerou Sadoc. Sadoc gerou Aquim. Aquim gerou Eliud. [Ler]

15 Eliud gerou Eleazar. Eleazar gerou Matã. Matã gerou Jacó. [Ler]

16 Jacó gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado Cristo.* [Ler]

17 Portanto, as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze. Desde Davi até o cativeiro da Babilônia, catorze gerações. E, depois do cati­veiro até Cristo, catorze gerações. [Ler]

18 Eis como nasceu Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava desposada com José. Antes de coabitarem, aconteceu que ela concebeu por virtude do Espírito Santo. [Ler]

19 José, seu esposo, que era homem de bem, não querendo difamá-la, resolveu rejeitá-la secretamente. [Ler]

20 Enquanto assim pensava, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: “José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo. [Ler]

21 Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados”.* [Ler]

22 Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor falou pelo profeta: [Ler]

23 Eis que uma Virgem conceberá e dará à luz um filho, que se chamará Emanuel ( [Ler]

24 Despertando, José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado e recebeu em sua casa sua esposa. [Ler]

25 E, sem que ele a tivesse conhecido, ela deu à luz o seu filho, que recebeu o nome de Jesus. [Ler]

Capítulo 2 Ver capítulo

1 Tendo, pois, Jesus nascido em Belém de Judá, no tempo do rei Herodes, eis que magos vieram do Oriente a Jerusalém.* [Ler]

2 Perguntaram eles: “Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo”.* [Ler]

3 A essa notícia, o rei Herodes ficou perturbado e toda Jerusalém com ele. [Ler]

4 Convocou os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo e indagou deles onde havia de nascer o Cristo.* [Ler]

5 Disseram-lhe: “Em Belém, na Judeia, porque assim foi escrito pelo profeta: [Ler]

6 E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as cidades de Judá, porque de ti sairá o chefe que governará Israel, meu povo” ( [Ler]

7 Herodes, então, chamou secretamente os magos e perguntou-lhes sobre a época exata em que o astro lhes tinha aparecido. [Ler]

8 E, enviando-os a Belém, disse: “Ide e informai-vos bem a respeito do menino. Quando o tiverdes encontrado, comunicai-me, para que eu também vá adorá-lo”. [Ler]

9 Tendo eles ouvido as palavras do rei, partiram. E eis que a estrela, que tinham visto no Oriente, os foi precedendo até chegar sobre o lugar onde estava o menino e ali parou. [Ler]

10 A aparição daquela estrela os encheu de profunda alegria. [Ler]

11 Entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dele, o adoraram. Depois, abrindo seus tesouros, ofereceram-lhe como presentes: ouro, incenso e mirra. [Ler]

12 Avisados em sonhos de não tornarem a Herodes, voltaram para sua terra por outro caminho. [Ler]

13 Depois de sua partida, um anjo do Senhor apareceu em so­nhos a José e disse: “Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito; fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para o matar”. [Ler]

14 José levantou-se durante a noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egito. [Ler]

15 Ali permaneceu até a morte de Herodes para que se cumprisse o que o Senhor dissera pelo profeta: Do Egito chamei meu filho ( [Ler]

16 Vendo, então, Herodes que tinha sido enganado pelos magos, ficou muito irritado e mandou massacrar em Belém e nos seus arredores todos os meninos de dois anos para baixo, conforme o tempo exato que havia indagado dos magos. [Ler]

17 Cumpriu-se, então, o que foi dito pelo profeta Jeremias: [Ler]

18 Em Ramá se ouviu uma voz, choro e grandes lamentos: é Raquel a chorar seus filhos; não quer consolação, porque já não existem ( [Ler]

19 Com a morte de Herodes, o anjo do Senhor apareceu em sonhos a José, no Egito, e disse: [Ler]

20 “Levanta-te, toma o menino e sua mãe e retorna à terra de Israel, porque morreram os que atentavam contra a vida do menino”. [Ler]

21 José levantou-se, tomou o menino e sua mãe e foi para a terra de Israel. [Ler]

22 Ao ouvir, porém, que Arquelau reinava na Judeia, em lugar de seu pai Herodes, não ousou ir para lá. Avisado divinamente em sonhos, retirou-se para a província da Galileia [Ler]

23 e veio habitar na cidade de Nazaré, para que se cumprisse o que foi dito pelos profetas: Será chamado Nazareno.* [Ler]

Capítulo 3 Ver capítulo

1 Naqueles dias, apareceu João Batista, pregando no deserto da Judeia. [Ler]

2 Dizia ele: “Fazei penitência porque está próximo o Reino dos Céus.” [Ler]

3 Este é aquele de quem falou o profeta Isaías, quando disse: Uma voz clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas ( [Ler]

4 João usava uma vesti­menta de pelos de camelo e um cinto de couro em volta dos rins. Alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre. [Ler]

5 Pessoas de Jerusalém, de toda a Judeia e de toda a circunvizinhança do Jordão vinham a ele. [Ler]

6 Confessavam seus pecados e eram batizadas por ele nas águas do Jordão. [Ler]

7 Ao ver, porém, que muitos dos fariseus e dos saduceus vinham ao seu batismo, disse-lhes: “Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da cólera vindoura?* [Ler]

8 Dai, pois, frutos de verdadeira penitência. [Ler]

9 Não digais dentro de vós: Nós temos a Abraão por pai! Pois eu vos digo: Deus é poderoso para suscitar destas pedras filhos a Abraão. [Ler]

10 O machado já está posto à raiz das árvores: toda árvore que não produzir bons frutos será cortada e lançada ao fogo. [Ler]

11 Eu vos batizo com água, em sinal de penitência, mas aquele que virá depois de mim é mais poderoso do que eu e nem sou digno de carregar seus calçados. Ele vos batizará no Espírito Santo e em fogo. [Ler]

12 Tem na mão a pá, limpará sua eira e reco­lherá o trigo ao celeiro. As palhas, porém, serão queimadas num fogo inextinguível”. [Ler]

13 Da Galileia foi Jesus ao Jordão ter com João, a fim de ser batizado por ele. [Ler]

14 João recusava-se: “Eu devo ser batizado por ti e tu vens a mim!”. [Ler]

15 Mas Jesus lhe respondeu: “Deixa por agora, pois convém cumpramos a justiça completa”. Então, João cedeu.* [Ler]

16 Depois que Jesus foi batizado, saiu logo da água. Eis que os céus se abriram e viu descer sobre ele, em forma de pomba, o Espírito de Deus. [Ler]

17 E do céu baixou uma voz: “Eis meu Filho muito amado em quem ponho minha afeição”. [Ler]

Capítulo 4 Ver capítulo

1 Em seguida, Jesus foi conduzido pelo Espírito ao deserto para ser tentado pelo demônio. [Ler]

2 Jejuou quarenta dias e quarenta noites. Depois, teve fome. [Ler]

3 O tentador aproximou-se dele e lhe disse: “Se és Filho de Deus, ordena que estas pedras se tornem pães”. [Ler]

4 Jesus respondeu: “Está escrito: Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” ( [Ler]

5 O demônio transportou-o à Cidade Santa, colocou-o no ponto mais alto do templo e disse-lhe:* [Ler]

6 “Se és Filho de Deus, lança-te abaixo, pois está escrito: Ele deu a seus anjos ordens a teu respeito; eles te protegerão com as mãos, com cuidado, para não machucares o teu pé em alguma pedra” ( [Ler]

7 Disse-lhe Jesus: “Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus ( [Ler]

8 O demônio transportou-o uma vez mais, a um monte muito alto, e lhe mostrou todos os reinos do mundo e a sua glória, e disse-lhe: [Ler]

9 “Eu te darei tudo isto se, prostrando-te diante de mim, me adorares”. [Ler]

10 Respondeu-lhe Jesus: “Para trás, Satanás, pois está escrito: Adorarás o Senhor, teu Deus, e só a ele servirás ( [Ler]

11 Em seguida, o demônio o deixou, e os anjos aproximaram-se dele para servi-lo. [Ler]

12 Quando, pois, Jesus ouviu que João fora preso, retirou-se para a Galileia. [Ler]

13 Deixando a cidade de Nazaré, foi habitar em Cafarnaum, à margem do lago, nos confins de Zabulon e Neftali,* [Ler]

14 para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías: [Ler]

15 A terra de Zabulon e de Neftali, região vizinha ao mar, a terra além do Jordão, a Galileia dos gentios, [Ler]

16 este povo, que jazia nas trevas, viu resplandecer uma grande luz; e surgiu uma aurora para os que jaziam na região sombria da morte ( [Ler]

17 Desde então, Jesus começou a pregar: “Fazei penitência, pois o Reino dos céus está próximo”. [Ler]

18 Caminhando ao longo do mar da Galileia, viu dois irmãos: Simão (chamado Pedro) e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores. [Ler]

19 E disse-lhes: “Vinde após mim e vos farei pescadores de homens”. [Ler]

20 Na mesma hora, abandonaram suas redes e o seguiram. [Ler]

21 Passando adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam com seu pai Zebedeu consertando as redes. Chamou-os, [Ler]

22 e eles abandonaram a barca e seu pai e o seguiram. [Ler]

23 Jesus percorria toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino, curando todas as doenças e enfermidades entre o povo.* [Ler]

24 Sua fama espalhou-se por toda a Síria: traziam-lhe os doentes e os enfermos, os possessos, os lunáticos, os paralíticos. E ele curava a todos.* [Ler]

25 Grandes multidões acompanharam-no da Galileia, da Decápo­le, de Jerusalém, da Judeia e dos países do outro lado do Jordão.* [Ler]

Capítulo 5 Ver capítulo

1 Vendo aquelas multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se e seus discípulos aproximaram-se dele. [Ler]

2 Então, abriu a boca e lhes ensinava, dizendo: [Ler]

3 “Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos Céus! [Ler]

4 Bem-aventurados os que cho­ram, porque serão consolados! [Ler]

5 Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra! [Ler]

6 Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados! [Ler]

7 Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão miseri­córdia! [Ler]

8 Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus! [Ler]

9 Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus! [Ler]

10 Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus! [Ler]

11 Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim. [Ler]

12 Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós”. [Ler]

13 “Vós sois o sal da terra. Se o sal perde o sabor, com que lhe será restituído o sabor? Para nada mais serve senão para ser lançado fora e calcado pelos homens. [Ler]

14 Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situa­da sobre uma montanha [Ler]

15 nem se acende uma luz para colocá-la debaixo do alqueire, mas sim para colocá-la sobre o candeeiro, a fim de que brilhe a todos os que estão em casa. [Ler]

16 Assim, brilhe vossa luz dian­te dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus.” [Ler]

17 “Não julgueis que vim abolir a Lei ou os profetas. Não vim para os abolir, mas sim para levá-los à perfeição. [Ler]

18 Pois em verdade vos digo: passará o céu e a terra, antes que desapareça um iota (menor letra do alfabeto hebraico), um traço da Lei.* [Ler]

19 Aquele que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar assim aos homens, será declarado o menor no Reino dos Céus. Mas aquele que os guardar e os ensinar será declarado grande no Reino dos Céus. [Ler]

20 Digo-vos, pois, se vossa justiça não for maior que a dos escribas e fari­seus, não entrareis no Reino dos Céus.” [Ler]

21 “Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás, mas quem matar será castigado pelo juízo do tribunal. [Ler]

22 Mas eu vos digo: todo aquele que se irar contra seu irmão será castigado pelos juízes. Aquele que disser a seu irmão: imbecil, será castigado pelo Grande Conselho. Aquele que lhe disser: Louco, será condenado ao fogo da geena. [Ler]

23 Se estás, portanto, para fazer a tua oferta diante do altar e te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, [Ler]

24 deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconci­liar-te com teu irmão; só então vem fazer a tua oferta. [Ler]

25 Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás em caminho com ele, para que não suceda que te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao seu ministro e sejas posto em prisão. [Ler]

26 Em verdade te digo: dali não sairás antes de teres pago o último centavo. [Ler]

27 Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. [Ler]

28 Eu, porém, vos digo: todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher já adulterou com ela em seu coração. [Ler]

29 Se teu olho direito é para ti causa de queda, arranca-o e lança-o longe de ti, porque te é preferível perder-se um só dos teus membros a que o teu corpo todo seja lançado na geena. [Ler]

30 E se tua mão direita é para ti causa de queda, corta-a e lança-a longe de ti, porque te é preferível perder-se um só dos teus membros a que o teu corpo inteiro seja atirado na geena. [Ler]

31 Foi também dito: Todo aquele que rejeitar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio. [Ler]

32 Eu, porém, vos digo: todo aquele que rejeita sua mulher a faz tornar-se adúltera, a não ser que se trate de matrimônio falso; e todo aquele que desposa uma mulher rejeitada comete um adultério. [Ler]

33 Ouvistes ainda o que foi dito aos antigos: Não jurarás falso, mas cumprirás para com o Senhor os teus juramentos. [Ler]

34 Eu, porém, vos digo: não jureis de modo algum, nem pelo céu, porque é o trono de Deus; [Ler]

35 nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei. [Ler]

36 Nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes fazer um cabelo tornar-se branco ou negro. [Ler]

37 Dizei somente: ‘Sim’, se é sim; ‘não’, se é não. Tudo o que passa além disso vem do Maligno.* [Ler]

38 Tendes ouvido o que foi dito: Olho por olho, dente por dente. [Ler]

39 Eu, porém, vos digo: não resistais ao mau. Se alguém te ferir a face direi­ta, oferece-lhe também a ou­tra.* [Ler]

40 Se alguém te citar em justiça para tirar-te a túnica, cede-lhe também a capa. [Ler]

41 Se alguém vem obrigar-te a andar mil passos com ele, anda dois mil. [Ler]

42 Dá a quem te pede e não te desvies daquele que te quer pedir emprestado. [Ler]

43 Tendes ouvido o que foi dito: Amarás o teu próximo e poderás odiar teu inimigo.* [Ler]

44 Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos [maltratam e] perseguem. [Ler]

45 Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nas­cer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos. [Ler]

46 Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem assim os próprios publicanos? [Ler]

47 Se saudais apenas vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não fazem isso também os pagãos? [Ler]

48 Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito.” [Ler]

Capítulo 6 Ver capítulo

1 “Guardai-vos de fazer vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles. Do contrário, não tereis recompensa junto de vosso Pai que está no céu. [Ler]

2 Quando, pois, dás esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa. [Ler]

3 Quando deres esmola, que tua mão esquerda não saiba o que fez a direi­ta.* [Ler]

4 Assim, a tua esmola se fará em segredo; e teu Pai, que vê o escondido, irá recompensar-te. [Ler]

5 Quando orardes, não façais como os hipócritas, que gostam de orar de pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa. [Ler]

6 Quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê num lugar oculto, te recompensará. [Ler]

7 Nas vossas orações, não multipliqueis as palavras, como fazem os pagãos que julgam que serão ouvidos à força de palavras. [Ler]

8 Não os imi­teis, porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes que vós lho peçais. [Ler]

9 Eis como deveis rezar: PAI NOS­SO, que estais no céu, santificado seja o vosso nome; [Ler]

10 venha a nós o vosso Reino; seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. [Ler]

11 O pão nosso de cada dia nos dai hoje;* [Ler]

12 perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam;* [Ler]

13 e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. [Ler]

14 Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, vosso Pai celeste também vos perdoará. [Ler]

15 Mas, se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará. [Ler]

16 Quando jejuardes, não tomeis um ar triste como os hipócritas, que mostram um semblante abatido para manifestar aos homens que je­juam. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa. [Ler]

17 Quando jejuares, perfuma a tua cabeça e lava o teu rosto. [Ler]

18 Assim, não parecerá aos homens que jejuas, mas somente a teu Pai que está presente ao oculto; e teu Pai, que vê num lugar oculto, te recompensará.” [Ler]

19 “Não ajunteis para vós tesou­ros na terra, onde a ferrugem e as traças corroem, onde os ladrões furtam e roubam. [Ler]

20 Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não furtam nem roubam. [Ler]

21 Porque onde está o teu tesouro, lá também está teu coração. [Ler]

22 O olho é a luz do corpo. Se teu olho é são, todo o teu corpo será iluminado. [Ler]

23 Se teu olho estiver em mau estado, todo o teu corpo estará nas trevas. Se a luz que está em ti são trevas, quão espessas deverão ser as trevas!” [Ler]

24 “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e à riqueza.* [Ler]

25 Portanto, eis que vos digo: não vos preo­cupeis por vossa vida, pelo que comereis, nem por vosso corpo, pelo que vestireis. A vida não é mais do que o alimento e o corpo não é mais que as vestes? [Ler]

26 Olhai as aves do céu: não semeiam nem ceifam, nem recolhem nos celeiros e vosso Pai celeste as alimenta. Não valeis vós muito mais que elas? [Ler]

27 Qual de vós, por mais que se esforce, pode acrescentar um só côvado à duração de sua vida?* [Ler]

28 E por que vos inquietais com as vestes? Considerai como crescem os lírios do campo; não trabalham nem fiam. [Ler]

29 Entretanto, eu vos digo que o próprio Salomão no auge de sua glória não se vestiu como um deles. [Ler]

30 Se Deus veste assim a erva dos campos, que hoje cresce e amanhã será lançada ao fogo, quanto mais a vós, homens de pouca fé? [Ler]

31 Não vos aflijais, nem digais: Que comeremos? Que beberemos? Com que nos vestiremos? [Ler]

32 São os pagãos que se preocupam com tudo isso. Ora, vosso Pai celeste sabe que necessitais de tudo isso. [Ler]

33 Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo. [Ler]

34 Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado.” [Ler]

Capítulo 7 Ver capítulo

1 “Não julgueis, e não sereis julgados. [Ler]

2 Porque do mesmo modo que julgardes, sereis também vós julgados e, com a medida com que tiverdes medido, também vós sereis medidos. [Ler]

3 Por que olhas a palha que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu? [Ler]

4 Como ousas dizer a teu irmão: Deixa-me tirar a palha do teu olho, quando tens uma trave no teu? [Ler]

5 Hipócrita! Tira primeiro a trave de teu olho e assim verás para tirar a palha do olho do teu irmão. [Ler]

6 Não lanceis aos cães as coisas san­­tas, não atireis aos porcos as vossas pérolas, para que não as calquem com os seus pés, e, voltando-se contra vós, vos despedacem. [Ler]

7 Pedi e se vos dará. Buscai e achareis. Batei e vos será aberto. [Ler]

8 Porque todo aquele que pede, recebe. Quem busca, acha. A quem bate, se abrirá. [Ler]

9 Quem dentre vós dará uma pedra a seu filho, se este lhe pedir pão? [Ler]

10 E, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma serpente? [Ler]

11 Se vós, pois, que sois maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celeste dará boas coisas aos que lhe pedirem. [Ler]

12 Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles. Esta é a Lei e os profetas.* [Ler]

13 Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição e numerosos são os que por aí entram. [Ler]

14 Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho da vida e raros são os que o encontram. [Ler]

15 Guardai-vos dos falsos profetas. Eles vêm a vós disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos arrebatadores. [Ler]

16 Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinhos e figos dos abro­lhos? [Ler]

17 Toda árvore boa dá bons frutos; toda árvore má dá maus frutos. [Ler]

18 Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má, bons frutos. [Ler]

19 Toda árvore que não der bons frutos será cortada e lançada ao fogo. [Ler]

20 Pelos seus frutos os conhecereis. [Ler]

21 Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos Céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. [Ler]

22 Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Se­nhor, não pregamos nós em vosso nome, e não foi em vosso nome que expulsamos os demônios e fizemos muitos milagres?* [Ler]

23 E, no entanto, eu lhes direi: Nunca vos conheci. Reti­rai-vos de mim, operários maus!”.* [Ler]

24 “Aquele, pois, que ouve estas mi­nhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha. [Ler]

25 Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela, porém, não caiu, porque estava edificada na rocha. [Ler]

26 Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é semelhante a um homem insensato, que construiu sua casa na areia. [Ler]

27 Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela caiu e grande foi a sua ruína.” [Ler]

28 Quando Jesus terminou o discurso, a multidão ficou impressionada com a sua doutrina. [Ler]

29 Com efeito, ele a ensinava como quem tinha autoridade e não como os seus escribas. [Ler]

Capítulo 8 Ver capítulo

1 Tendo Jesus descido da montanha, uma grande multidão o seguiu. [Ler]

2 Eis que um leproso aproximou-se e prostrou-se dian­te dele, dizendo: “Senhor, se queres, podes curar-me”. [Ler]

3 Jesus estendeu a mão, tocou-o e disse: “Eu quero, sê curado”. No mesmo instante, a lepra desapareceu. [Ler]

4 Jesus então lhe disse: “Vê que não o digas a ninguém. Vai, porém, mostrar-te ao sacerdote e oferece o dom prescrito por Moisés em testemunho de tua cura”.* [Ler]

5 Entrou Jesus em Cafarnaum. Um centu­rião veio a ele e lhe fez esta súplica: [Ler]

6 “Senhor, meu servo está em casa, de cama, paralítico, e sofre muito”. [Ler]

7 Disse-lhe Jesus: “Eu irei e o curarei”. [Ler]

8 Respondeu o centurião: “Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha casa. Dizei uma só palavra e meu servo será curado. [Ler]

9 Pois eu também sou um subordinado e tenho soldados às minhas ordens. Eu digo a um: “Vai, e ele vai; a outro: Vem, e ele vem; e a meu servo: Faze isto, e ele o faz...”.* [Ler]

10 Ouvindo isto, cheio de admiração, disse Jesus aos presentes: “Em verdade vos digo: não encontrei semelhante fé em ninguém de Israel. [Ler]

11 Por isso, eu vos declaro que multidões virão do Oriente e do Ocidente e se assentarão no Reino dos Céus com Abraão, Isaac e Jacó, [Ler]

12 enquanto os filhos do Reino serão lançados nas trevas exteriores, onde haverá choro e ranger de dentes”.* [Ler]

13 Depois, dirigindo-se ao centurião, disse: “Vai, seja-te feito conforme a tua fé”. Na mesma hora o servo ficou curado. [Ler]

14 Foi então Jesus à casa de Pedro, cuja sogra estava de cama, com febre. [Ler]

15 Tomou-lhe a mão, e a febre a deixou. Ela levantou-se e pôs-se a servi-los. [Ler]

16 Pela tarde, apresentaram-lhe muitos possessos de demônios. Com uma palavra expulsou ele os es­píritos e curou todos os enfermos. [Ler]

17 Assim se cumpriu a predição do pro­feta Isaías: Tomou as nossas enfermidades e sobrecarregou-se dos nossos males ( [Ler]

18 Certo dia, vendo-se no meio de grande multidão, ordenou Jesus que o levassem para a outra margem do lago. [Ler]

19 Nisso aproximou-se dele um escriba e lhe disse: “Mestre, eu te seguirei para onde quer que fores”. [Ler]

20 Respondeu Jesus: “As raposas têm suas tocas e as aves do céu, seus ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça”. [Ler]

21 Outra vez um dos seus discípulos lhe disse: “Senhor, deixa-me ir primeiro enterrar meu pai”.* [Ler]

22 Jesus, porém, lhe respondeu: “Segue-me e deixa que os mortos enterrem seus mortos”. [Ler]

23 Subiu ele a uma barca com seus discípulos. [Ler]

24 De repente, desencadeou-se sobre o mar uma tempestade tão grande, que as ondas cobriam a barca. Ele, no entanto, dormia. [Ler]

25 Os discípulos achegaram-se a ele e o acordaram, dizendo: “Senhor, salva-nos, nós perecemos!”. [Ler]

26 E Jesus perguntou: “Por que este medo, gente de pouca fé?” Então, levantando-se, deu ordens aos ventos e ao mar, e fez-se uma grande calmaria. [Ler]

27 Admirados, diziam: “Quem é este homem a quem até os ventos e o mar obedecem?”. [Ler]

28 No outro lado do lago, na terra dos gada­re­nos, dois possessos de demônios saíram de um cemitério e vieram-lhe ao encontro. Eram tão furiosos que pessoa alguma ousava passar por ali. [Ler]

29 Eis que se puseram a gritar: “Que tens a ver conosco, Filho de Deus? Vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?”. [Ler]

30 Havia, não longe dali, uma grande manada de porcos que pastava. [Ler]

31 Os demônios imploraram a Jesus: “Se nos expulsas, envia-nos para aquela manada de porcos.” – [Ler]

32 “Ide” – disse-lhes. Eles saíram e entraram nos porcos. Nesse instante, toda a manada se precipitou pelo declive escarpado para o lago, e morreu nas águas. [Ler]

33 Os guardas fugiram e foram contar na cidade o que se tinha passado e o sucedido com os endemoninhados. [Ler]

34 Então, a população saiu ao encontro de Jesus. Quando o viu, suplicou-lhe que deixasse aquela região. [Ler]

Capítulo 9 Ver capítulo

1 Jesus tomou de novo a barca, passou o lago e veio para a sua cidade.* [Ler]

2 Eis que lhe apresentaram um paralítico estendido numa padiola. Jesus, vendo a fé daquela gente, disse ao paralítico: “Meu filho, coragem! Teus pecados te são perdoados”. [Ler]

3 Ouvindo isso, alguns escribas murmuraram entre si: “Este homem blasfema”. [Ler]

4 Jesus, penetrando-lhes os pensamentos, perguntou-lhes: “Por que pensais mal em vossos corações? [Ler]

5 Que é mais fácil dizer: Teus pecados te são perdoados, ou: Levanta-te e anda? [Ler]

6 Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra o poder de perdoar os pecados: Levanta-te – disse ele ao paralítico –, toma a tua maca e volta para tua casa”. [Ler]

7 Levantou-se aquele homem e foi para sua casa. [Ler]

8 Vendo isso, a multidão encheu-se de medo e glorificou a Deus por ter dado tal poder aos homens. [Ler]

9 Partindo dali, Jesus viu um homem chamado Mateus, que estava sentado no posto do pagamento das taxas. Disse-lhe: “Se­gue-me”. O homem levantou-se e o seguiu.* [Ler]

10 Como Jesus estivesse à mesa na casa desse homem, numerosos publicanos e pecadores vie­ram e sentaram-se com ele e seus discípulos. [Ler]

11 Vendo isso, os fariseus disseram aos discípulos: “Por que come vosso mestre com os publi­canos e com os pecadores?”. [Ler]

12 Jesus, ouvindo isso, respondeu-lhes: “Não são os que estão bem que precisam de médico, mas sim os doentes. [Ler]

13 Ide e aprendei o que significam estas palavras: Eu quero a misericórdia e não o sacrifício ( [Ler]

14 Então, os discípulos de João, dirigindo-se a ele, perguntaram: “Por que jejuamos nós e os fariseus, e os teus discípulos não?”. [Ler]

15 Jesus respondeu: “Podem os amigos do esposo 'estar triste', enquanto o esposo está com eles? Dias virão em que lhes será tirado o esposo. Então, eles jejuarão”.* [Ler]

16 “Ninguém põe um remendo de pano novo numa veste velha, porque arrancaria uma parte da veste e o rasgão ficaria pior. [Ler]

17 Não se coloca tampouco vinho novo em odres velhos; do contrário, os odres se rompem, o vinho se derrama e os odres se perdem. Coloca-se, porém, o vinho novo em odres novos, e assim tanto um como outro se conservam.”* [Ler]

18 Falava ele ainda, quando se apresentou um chefe da sinagoga. Prostrou-se diante dele e lhe disse: “Senhor, minha filha acaba de morrer. Mas vem, impõe-lhe as mãos e ela viverá”.* [Ler]

19 Jesus levantou-se e o foi seguindo com seus discípulos. [Ler]

20 Ora, uma mulher atormentada por um fluxo de sangue, havia doze anos, aproximou-se dele por trás e tocou-lhe a orla do manto. [Ler]

21 Dizia consigo: “Se eu somente tocar na sua vestimenta, serei curada”. [Ler]

22 Jesus virou-se, viu-a e disse-lhe: “Tem confiança, minha filha, tua fé te salvou”. E a mulher ficou curada instantaneamente. [Ler]

23 Chegando à casa do chefe da sinagoga, viu Jesus os tocadores de flauta e uma multidão alvoroçada. Disse-lhes:* [Ler]

24 “Retirai-vos, porque a menina não está morta; ela dorme”. Eles, porém, zombavam dele. [Ler]

25 Tendo saído a multidão, ele entrou, tomou a menina pela mão e ela levantou-se. [Ler]

26 Essa notícia espalhou-se por toda a região. [Ler]

27 Partindo Jesus dali, dois cegos o seguiram, gritando: “Filho de Davi, tem piedade de nós!”. [Ler]

28 Jesus entrou numa casa e os cegos aproximaram-se dele. Disse-lhes: “Credes que eu posso fazer isso?” – “Sim, Senhor” –, responderam eles. [Ler]

29 Então, ele tocou-lhes nos olhos, dizendo: “Seja-vos feito segundo vossa fé”. [Ler]

30 No mesmo instante, os seus olhos se abriram. Recomendou-lhes Jesus em tom severo: “Vede que ninguém o saiba”. [Ler]

31 Mas apenas haviam saído, espalharam a sua fama por toda a região. [Ler]

32 Logo que se foram, apresentaram-lhe um mudo, possuído do demônio. [Ler]

33 O demônio foi expulso, o mudo falou e a multidão exclamava com admiração: “Jamais se viu algo semelhante em Israel”. [Ler]

34 Os fariseus, porém, diziam: “É pelo príncipe dos demônios que ele expulsa os demônios”. [Ler]

35 Jesus percorria todas as cidades e aldeias. Ensinava nas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo mal e toda enfermidade.* [Ler]

36 Vendo a multidão, ficou tomado de compaixão, porque estava enfraquecida e abatida como ovelhas sem pastor. [Ler]

37 Disse, então, aos seus discípulos: “A messe é grande, mas os operários são poucos. [Ler]

38 Pedi, pois, ao Senhor da messe que envie operários para sua messe”. [Ler]

Capítulo 10 Ver capítulo

1 Jesus reuniu seus doze discípulos. Conferiu-lhes o poder de expulsar os espíritos imundos e de curar todo mal e toda enfermidade. [Ler]

2 Eis os nomes dos doze apóstolos: o primeiro, Simão, chamado Pedro; depois André, seu irmão. Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão.* [Ler]

3 Filipe e Barto­lomeu. Tomé e Mateus, o publi­cano. Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu.* [Ler]

4 Simão, o cananeu, e Judas Iscariotes, que foi o traidor.* [Ler]

5 Estes são os Doze que Jesus enviou em missão, após lhes ter dado as seguintes instruções: “Não ireis ao meio dos gentios nem entra­reis em Samaria;* [Ler]

6 ide antes às ovelhas que se perderam da casa de Israel. [Ler]

7 Por onde andardes, anunciai que o Reino dos Céus está próximo. [Ler]

8 Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demô­nios. Recebestes de graça, de graça dai! [Ler]

9 Não leveis nem ouro, nem prata, nem dinheiro em vossos cintos, [Ler]

10 nem mochila para a viagem, nem duas túnicas, nem calçados, nem bastão; pois o operário merece o seu sustento.* [Ler]

11 Nas cidades ou aldeias onde entrardes, informai-vos se há alguém ali digno de vos receber; ficai ali até a vossa partida. [Ler]

12 Entrando numa casa, saudai-a: Paz a esta casa. [Ler]

13 Se aquela casa for digna, descerá sobre ela vossa paz; se, porém, não o for, vosso voto de paz retornará a vós. [Ler]

14 Se não vos receberem e não ouvirem vossas palavras, quando sairdes daquela casa ou daquela cidade, sacudi até mesmo o pó de vossos pés.* [Ler]

15 Em verdade vos digo: no dia do juízo haverá mais indulgência com Sodoma e Gomorra que com aquela cidade. [Ler]

16 Eu vos envio como ovelhas no meio de lobos. Sede, pois, prudentes como as serpentes, mas simples como as pombas. [Ler]

17 Cuidai-vos dos homens. Eles vos levarão aos seus tribunais e sereis açoitados com varas nas suas sinagogas. [Ler]

18 Sereis por minha causa levados diante dos governadores e dos reis: servireis assim de testemunho para eles e para os pagãos. [Ler]

19 Quando fordes presos, não vos preocupeis nem pela maneira com que haveis de falar, nem pelo que haveis de dizer: naquele momento vos será inspirado o que haveis de dizer. [Ler]

20 Porque não sereis vós que falareis, mas é o Espírito de vosso Pai que falará em vós. [Ler]

21 O irmão entregará seu irmão à morte. O pai, seu filho. Os filhos se levantarão contra seus pais e os matarão. [Ler]

22 Sereis odiados de todos por causa de meu nome, mas aquele que perseverar até o fim será salvo. [Ler]

23 Se vos perseguirem numa cidade, fugi para uma outra. Em verdade vos digo: não acabareis de percorrer as cidades de Israel antes que volte o Filho do Homem. [Ler]

24 “O discípulo não é mais que o mestre, o servidor não é mais que o patrão. [Ler]

25 Basta ao discípulo ser tratado como seu mestre, e ao servidor como seu patrão. Se chamaram de Beelzebul ao pai de família, quanto mais o farão às pessoas de sua casa!* [Ler]

26 Não os temais, pois; porque nada há de escondido que não venha à luz, nada de secreto que não se venha a saber. [Ler]

27 O que vos digo na escuridão, dizei-o às claras. O que vos é dito ao ouvido, publicai-o de cima dos telhados. [Ler]

28 Não temais aqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma; temei antes aquele que pode precipitar a alma e o corpo na geena.* [Ler]

29 Não se vendem dois passarinhos por um asse? No entanto, nenhum cai por terra sem a vontade de vosso Pai.* [Ler]

30 Até os cabelos de vossa cabeça estão todos contados. [Ler]

31 Não temais, pois! Bem mais que os pássaros valeis vós. [Ler]

32 Portanto, quem der testemunho de mim diante dos homens, também eu darei testemunho dele diante de meu Pai que está nos céus. [Ler]

33 Aquele, porém, que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai que está nos céus. [Ler]

34 Não julgueis que vim trazer a paz à terra. Vim trazer não a paz, mas a espada.* [Ler]

35 Eu vim trazer a divisão entre o filho e o pai, entre a filha e a mãe, entre a nora e a sogra, [Ler]

36 e os inimigos do homem serão as pessoas de sua própria casa. [Ler]

37 Quem ama seu pai ou sua mãe mais que a mim não é digno de mim. Quem ama seu filho mais que a mim não é digno de mim. [Ler]

38 Quem não toma a sua cruz e não me segue não é digno de mim.* [Ler]

39 Aquele que tentar salvar a sua vida irá perdê-la. Aquele que a perder, por minha causa, irá reencontrá-la. [Ler]

40 Quem vos recebe, a mim recebe. E quem me recebe recebe aquele que me enviou. [Ler]

41 Aquele que recebe um profeta, na qualidade de profeta, receberá uma recompensa de profeta. Aquele que recebe um justo, na qualidade de justo, receberá uma recompensa de justo. [Ler]

42 Todo aquele que der ainda que seja somente um copo de água fresca a um destes pequeninos, porque é meu discípulo, em verdade eu vos digo: não perderá sua recompensa.” [Ler]

Capítulo 11 Ver capítulo

1 Após ter dado instruções aos seus doze discípulos, Jesus partiu para ensinar e pregar nas cidades daquela região. [Ler]

2 Tendo João, em sua prisão, ouvido falar das obras de Cristo, mandou-lhe dizer pelos seus discípulos: [Ler]

3 “Sois vós aquele que deve vir, ou devemos esperar por outro?”. [Ler]

4 Respondeu-lhes Jesus: “Ide e contai a João o que ouvistes e o que vistes: [Ler]

5 os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, o Evangelho é anunciado aos pobres... [Ler]

6 Bem-aventurado aquele para quem eu não for ocasião de queda!”. [Ler]

7 Tendo eles partido, disse Jesus à multidão a respeito de João: “Que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento?* [Ler]

8 Que fostes ver, então? Um homem vestido com roupas luxuosas? Mas os que estão revestidos de tais roupas vivem nos palácios dos reis. [Ler]

9 Então, por que fostes para lá? Para ver um profeta? Sim, digo-vos eu, mais que um profeta. [Ler]

10 É dele que está escrito: Eis que eu envio meu mensageiro diante de ti para te preparar o caminho ( [Ler]

11 Em verdade vos digo: entre os filhos das mulheres, não surgiu outro maior que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele. [Ler]

12 Desde a época de João Batista até o presente, o Rei­no dos Céus é arrebatado à força e são os violentos que o conquistam.* [Ler]

13 Porque os profetas e a Lei tiveram a palavra até João. [Ler]

14 E, se quereis compreender, é ele o Elias que devia voltar.* [Ler]

15 Quem tem ouvidos ouça. [Ler]

16 A quem hei de comparar esta geração? É semelhante a meninos sentados nas praças que gritam aos seus companheiros: [Ler]

17 Tocamos a flauta e não dançais, cantamos uma lamenta­ção e não chorais. [Ler]

18 João veio; ele não bebia e não comia, e disseram: Ele está possesso de um demônio. [Ler]

19 O Filho do Homem vem, come e bebe, e dizem: É um comilão e beberrão, amigo dos publicanos e dos devassos. Mas a sabedoria foi justificada por seus filhos”. [Ler]

20 Depois Jesus começou a censurar as cidades, onde tinha feito grande número de seus milagres, por terem recusado arrepender-se: [Ler]

21 “Ai de ti, Corozaim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se tivessem sido feitos em Tiro e em Sidônia os milagres que foram feitos em vosso meio, há muito tempo elas se teriam arrependido sob o cilício e a cinza. [Ler]

22 Por isso, vos digo: no dia do juízo, haverá menor rigor para Tiro e para Sidônia que para vós! [Ler]

23 E tu, Cafarnaum, serás elevada até o céu? Não! Serás atirada até o inferno! Porque, se Sodoma tivesse visto os milagres que foram feitos dentro dos teus muros, subsistiria até este dia. [Ler]

24 Por isso, te digo: no dia do juízo, haverá menor rigor para Sodoma do que para ti!”. [Ler]

25 Por aquele tempo, Jesus pronunciou estas palavras: “Eu te bendigo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequenos. [Ler]

26 Sim, Pai, eu te bendigo, porque assim foi do teu agrado. [Ler]

27 Todas as coisas me foram dadas por meu Pai; ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelá-lo. [Ler]

28 Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. [Ler]

29 Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas. [Ler]

30 Porque meu jugo é suave e meu peso é leve”. [Ler]

Capítulo 12 Ver capítulo

1 Atravessava Jesus os campos de trigo num dia de sábado. Seus discípulos, tendo fome, começaram a arrancar as espigas para comê-las. [Ler]

2 Vendo isso, os fariseus disseram-lhe: “Eis que teus discípulos fazem o que é proibido no dia de sábado”. [Ler]

3 Jesus respondeu-lhes: “Não lestes o que fez Davi num dia em que teve fome, ele e seus companheiros, [Ler]

4 como entrou na casa de Deus e comeu os pães da proposição? Ora, nem a ele nem àqueles que o acompa­nhavam era permitido comer esses pães reservados só aos sacerdotes.* [Ler]

5 Não lestes na Lei que, nos dias de sábado, os sacerdotes transgridem no templo o descanso do sábado e não se tornam culpados? [Ler]

6 Ora, eu vos declaro que aqui está quem é maior que o templo. [Ler]

7 Se compreendêsseis o sentido destas palavras: Quero a misericórdia e não o sacrifício... não condenaríeis os inocentes.* [Ler]

8 Porque o Filho do Homem é senhor também do sábado”. [Ler]

9 Partindo dali, Jesus entrou na sinagoga. [Ler]

10 Encontrava-se lá um homem que tinha a mão seca. Alguém perguntou a Jesus: “É permitido curar no dia de sábado?”. Isto para poder acusá-lo. [Ler]

11 Jesus respondeu-lhe: “Há alguém entre vós que, tendo uma única ovelha e se esta cair num poço no dia de sábado, não a irá procurar e retirar? [Ler]

12 Não vale o homem muito mais que uma ovelha? É permitido, pois, fazer o bem no dia de sábado”. [Ler]

13 Disse, então, àquele homem: “Estende a mão”. Ele a estendeu e ela tornou-se sã como a outra. [Ler]

14 Os fariseus saíram dali e deli­beraram sobre os meios de o matar. [Ler]

15 Jesus soube disso e afastou-se daquele lugar. Uma grande multidão o seguiu, e ele curou todos os seus doentes. [Ler]

16 Proibia-lhes formalmente falar disso, [Ler]

17 para que se cumprisse o anuncia­do pelo profeta Isaías: [Ler]

18 Eis o meu servo a quem escolhi, meu bem-amado em quem minha alma pôs toda a sua afeição. Farei repousar sobre ele o meu Espírito e ele anunciará a justiça aos pagãos. [Ler]

19 Ele não disputará, não elevará sua voz; ninguém ouvirá sua voz nas praças públicas. [Ler]

20 Não quebrará o caniço rachado, nem apagará a mecha que ainda fumega, até que faça triunfar a justiça. [Ler]

21 Em seu nome as nações pagãs porão sua esperança ( [Ler]

22 Apresentaram-lhe, depois, um possesso cego e mudo. Jesus o curou de tal modo, que este falava e via. [Ler]

23 A multidão, admirada, dizia: “Não será este o filho de Davi?”. [Ler]

24 Mas, ouvindo isso, os fariseus responderam: “É por Beelzebul, chefe dos demônios, que ele os expulsa”. [Ler]

25 Jesus, porém, pene­trando nos seus pensamentos, disse: “Todo reino dividido contra si mesmo será destruído. Toda cidade, toda casa dividida contra si mesma não pode subsistir. [Ler]

26 Se Satanás expele Satanás, está dividido contra si mesmo. Como, pois, subsistirá o seu reino? [Ler]

27 E se eu expulso os demônios por Beelzebul, por quem é que vossos filhos os expulsam? Por isso, eles mesmos serão vossos juízes. [Ler]

28 Mas, se é pelo Espírito de Deus que expulso os demônios, então chegou para vós o Reino de Deus. [Ler]

29 Como pode alguém penetrar na casa de um homem forte e roubar-lhe os bens, sem ter primeiro amarrado este homem forte? Só então pode roubar sua casa. [Ler]

30 Quem não está comigo está contra mim; e quem não ajunta comigo, espalha”. [Ler]

31 “Por isso, eu vos digo: todo pecado e toda blasfêmia serão perdoados aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não lhes será perdoa­da.* [Ler]

32 Todo o que tiver falado contra o Filho do Homem será perdoado. Se, porém, falar contra o Espírito Santo, não alcançará perdão nem neste século nem no século vindouro. [Ler]

33 Ou dizeis que a árvore é boa e seu fruto bom, ou dizeis que é má e seu fruto, mau; porque é pelo fruto que se conhece a árvore. [Ler]

34 Raça de víboras, maus como sois, como podeis dizer coisas boas? Porque a boca fala do que lhe transborda do coração. [Ler]

35 O homem de bem tira boas coisas de seu bom tesouro. O mau, porém, tira coisas más de seu mau tesouro. [Ler]

36 Eu vos digo: no dia do juízo os homens prestarão contas de toda palavra vã que tiverem proferido. [Ler]

37 É por tuas palavras que serás justificado ou condenado”. [Ler]

38 Então, alguns escribas e fariseus tomaram a palavra: “Mestre, quiséramos ver-te fazer um milagre”. [Ler]

39 Respondeu-lhes Jesus: “Esta geração adúltera e perversa pede um sinal, mas não lhe será dado outro sinal do que aquele do profeta Jonas: [Ler]

40 do mesmo modo que Jonas esteve três dias e três noites no ventre do peixe, assim o Filho do Homem ficará três dias e três noites no seio da terra. [Ler]

41 No dia do juízo, os ninivitas se levantarão com esta raça e a condenarão, porque fizeram penitência à voz de Jonas. Ora, aqui está quem é mais do que Jonas. [Ler]

42 No dia do juízo, a rainha do Sul se levantará com esta raça e a condenará, porque veio das extremidades da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. Ora, aqui está quem é mais do que Salomão”. [Ler]

43 “Quando o espírito impuro sai de um homem, ei-lo errante por lugares áridos à procura de um repouso que não acha. [Ler]

44 Diz ele, então: Voltarei para a casa donde saí. E, voltando, encontra-a vazia, limpa e enfeitada. [Ler]

45 Vai, então, buscar sete outros espíritos piores que ele, e entram nessa casa e se estabelecem aí; e o último estado daquele homem torna-se pior que o primeiro. Tal será a sorte desta geração perversa”. [Ler]

46 Jesus falava ainda à multidão, quando veio sua mãe e seus irmãos e esperavam do lado de fora a ocasião de lhe falar. [Ler]

47 Disse-lhe alguém: “Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar-te”.* [Ler]

48 Jesus respondeu-lhe: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?”. [Ler]

49 E, apontando com a mão para os seus discípulos, acrescentou: “Eis aqui minha mãe e meus irmãos. [Ler]

50 Todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”. [Ler]

Capítulo 13 Ver capítulo

1 Naquele dia, saiu Jesus e sentou-se à beira do lago. [Ler]

2 Acercou-se dele, porém, uma tal multidão, que precisou entrar numa barca. Nela se assentou, enquanto a multidão ficava à margem. [Ler]

3 E seus discursos foram uma série de parábolas. [Ler]

4 Disse ele: “Um semeador saiu a semear. E, semean­do, parte da semente caiu ao longo do caminho; os pássaros vieram e a comeram. [Ler]

5 Outra parte caiu em solo pedregoso, onde não havia muita terra, e nasceu logo, porque a terra era pouco profunda. [Ler]

6 Logo, porém, que o sol nasceu, queimou-se, por falta de raízes. [Ler]

7 Outras sementes caíram entre os espinhos: os espinhos cresceram e as sufocaram. [Ler]

8 Outras, enfim, caíram em terra boa: deram frutos, cem por um, sessenta por um, trinta por um. [Ler]

9 Aquele que tem ouvidos, ouça”. [Ler]

10 Os discípulos aproximaram-se dele, então, para dizer-lhe: “Por que lhes falas em parábolas?” [Ler]

11 Respondeu Jesus: “Porque a vós é dado compreender os mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não.* [Ler]

12 Ao que tem se lhe dará e terá em abundância, mas ao que não tem, será tirado até mesmo o que tem. [Ler]

13 Eis por que lhes falo em parábolas: para que, vendo, não vejam e, ouvindo, não ouçam nem compreendam. [Ler]

14 Assim se cumpre para eles o que foi dito pelo profeta Isaías: Ouvireis com vossos ouvidos e não entendereis, olhareis com vossos olhos e não vereis, [Ler]

15 porque o coração deste povo se endureceu: taparam os seus ouvidos e fecharam os seus olhos, para que seus olhos não vejam e seus ouvidos não ouçam, nem seu coração compreenda; para que não se convertam e eu os sare ( [Ler]

16 Mas, quanto a vós, bem-aventurados os vossos olhos, porque veem! Ditosos os vossos ouvidos, porque ouvem! [Ler]

17 Eu vos declaro, em verdade: muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes e não o viram, ouvir o que ouvis e não ouviram”. [Ler]

18 “Ouvi, pois, o sentido da pará­bola do semeador: [Ler]

19 quando um homem ouve a palavra do Reino e não a entende, o Maligno vem e arranca o que foi semea­do no seu coração. Este é aquele que recebeu a semente à beira do caminho. [Ler]

20 O solo pedregoso em que ela caiu é aquele que acolhe com alegria a palavra ouvida, [Ler]

21 mas não tem raízes, é inconstante: sobrevindo uma tribulação ou uma perseguição por causa da palavra, logo encontra uma ocasião de queda. [Ler]

22 O terreno que recebeu a semente entre os espinhos representa aquele que ouviu bem a palavra, mas nele os cuidados do mundo e a sedução das riquezas a sufocam e a tornam infrutuosa. [Ler]

23 A terra boa semeada é aquele que ouve a palavra e a compreende, e produz fruto: cem por um, sessenta por um, trinta por um.” [Ler]

24 Jesus propôs-lhes outra parábola: “O Reino dos Céus é semelhante a um homem que tinha semeado boa semente em seu campo. [Ler]

25 Na hora, porém, em que os homens repousavam, veio o seu inimigo, semeou joio no meio do trigo e partiu. [Ler]

26 O trigo cresceu e deu fruto, mas apareceu também o joio. [Ler]

27 Os servidores do pai de família vieram e disseram-lhe: ‘Se­nhor, não semeaste bom trigo em teu campo? Donde vem, pois, o joio?’. [Ler]

28 Disse-lhes ele: ‘Foi um inimigo que fez isto!’. Replicaram-lhe: ‘Queres que vamos e o arranquemos?’. [Ler]

29 ‘Não’ – disse ele –; arrancando o joio, arriscais tirar também o trigo. [Ler]

30 Deixai-os crescer juntos até a colhei­ta. No tempo da colhei­ta, direi aos ceifadores: arrancai primeiro o joio e atai-o em feixes para o queimar. Recolhei depois o trigo no meu celeiro’.” [Ler]

31 Em seguida, propôs-lhes outra parábola: “O Reino dos Céus é comparado a um grão de mostarda que um homem toma e semeia em seu campo. [Ler]

32 É esta a menor de todas as sementes, mas, quando cresce, torna-se um arbusto maior que todas as hortaliças, de sorte que os pássaros vêm aninhar-se em seus ramos”.* [Ler]

33 Disse-lhes, por fim, esta outra parábola: “O Reino dos Céus é comparado ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha e que faz fermentar toda a massa”.* [Ler]

34 Tudo isso disse Jesus à multidão em forma de parábola. De outro modo não lhe falava, [Ler]

35 para que se cumprisse a profecia: Abrirei a boca para ensinar em parábolas; revelarei coisas ocultas desde a criação ( [Ler]

36 Então despediu a multidão. Em seguida, entrou de novo na casa e seus discípulos agruparam-se ao redor dele para perguntar-lhe: “Explica-nos a parábola do joio no campo”. [Ler]

37 Jesus respondeu: “O que semeia a boa semente é o Filho do Homem. [Ler]

38 O campo é o mundo. A boa semente são os filhos do Reino. O joio são os filhos do Maligno. [Ler]

39 O inimigo, que o semeia, é o demônio. A colheita é o fim do mundo. Os ceifadores são os anjos. [Ler]

40 E assim como se recolhe o joio para jogá-lo no fogo, assim será no fim do mundo. [Ler]

41 O Filho do Homem enviará seus anjos, que retirarão de seu Reino todos os escândalos e todos os que fazem o mal [Ler]

42 e os lançarão na fornalha ardente, onde haverá choro e ranger de dentes. [Ler]

43 Então, no Reino de seu Pai, os justos resplandecerão como o sol. Aquele que tem ouvidos, ouça”. [Ler]

44 “O Reino dos Céus é também semelhante a um tesouro escondido num campo. Um homem o encontra, mas o esconde de novo. E, cheio de alegria, vai, vende tudo o que tem para comprar aquele campo. [Ler]

45 O Reino dos Céus é ainda semelhante a um negociante que procura pérolas preciosas.* [Ler]

46 Encontrando uma de grande valor, vai, vende tudo o que possui e a compra. [Ler]

47 O Reino dos Céus é seme­lhante ainda a uma rede que, jogada ao mar, recolhe peixes de toda espécie. [Ler]

48 Quando está repleta, os pescadores puxam-na para a praia, sentam-se e separam nos cestos o que é bom e jogam fora o que não presta. [Ler]

49 Assim será no fim do mundo: os anjos virão separar os maus do meio dos justos [Ler]

50 e os arrojarão na fornalha, onde haverá choro e ranger de dentes. [Ler]

51 Compreendestes tudo isso? – Sim, Senhor – responderam eles. [Ler]

52 Por isso, todo escri­ba instruído nas coisas do Reino dos Céus é comparado a um pai de família que tira de seu tesouro coisas novas e velhas.” [Ler]

53 Após ter exposto as parábolas, Jesus partiu. [Ler]

54 Foi para a sua cidade e ensinava na sinagoga, de modo que todos diziam admirados: “Donde lhe vem esta sabedoria e esta força miraculosa? [Ler]

55 Não é este o filho do carpinteiro? Não é Maria sua mãe? Não são seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? [Ler]

56 E suas irmãs, não vivem todas entre nós? Donde lhe vem, pois, tudo isso?”. [Ler]

57 E não sabiam o que dizer dele. Disse-lhes, porém, Jesus: “É só em sua pátria e em sua família que um profeta é menosprezado”. [Ler]

58 E, por causa da falta de confiança deles, operou ali poucos milagres. [Ler]

Capítulo 14 Ver capítulo

1 Por aquela mesma época, o tetrarca Hero­des ouviu falar de Jesus.* [Ler]

2 E disse aos seus cortesãos: “É João Batista que ressuscitou. É por isso que ele faz tantos milagres.” [Ler]

3 Com efeito, Herodes havia mandado prender e acorrentar João, e o tinha mandado meter na prisão por causa de Herodíades, esposa de seu irmão Filipe. [Ler]

4 João lhe tinha dito: “Não te é permitido tomá-la por mulher!”. [Ler]

5 De boa mente o mandaria matar; temia, porém, o povo que considerava João um profeta. [Ler]

6 Mas, na festa de aniversário de nascimento de Herodes, a filha de Herodíades dançou no meio dos convidados e agradou a Herodes. [Ler]

7 Por isso, ele prometeu com juramento dar-lhe tudo o que lhe pedisse. [Ler]

8 Por instigação de sua mãe, ela respondeu: “Dá-me aqui, neste prato, a cabeça de João Batista”. [Ler]

9 O rei entristeceu-se, mas, como havia jurado diante dos convidados, ordenou que lha dessem; [Ler]

10 e mandou decapitar João na sua prisão. [Ler]

11 A cabeça foi trazida num prato e dada à moça, que a entregou à sua mãe. [Ler]

12 Vieram, então, os discípulos de João transladar seu corpo, e o enterraram. Depois foram dar a notícia a Jesus. [Ler]

13 A essa notícia, Jesus partiu dali numa barca para se retirar a um lugar deserto, mas o povo soube e a multidão das cidades o seguiu a pé. [Ler]

14 Quando desembarcou, vendo Jesus essa numerosa multidão, moveu-se de compaixão para ela e curou seus doentes. [Ler]

15 Caía a tarde. Agrupados em volta dele, os discípulos disseram-lhe: “Este lugar é deserto e a hora é avançada. Despede esta gente para que vá comprar víveres na aldeia”. 16 Jesus, porém, respondeu: “Não é necessário: dai-lhe vós mesmos de comer”. – [Ler]

17 “Mas” – disseram eles – “nós não temos aqui mais que cinco pães e dois peixes.” – [Ler]

18 “Trazei-mos” – disse-lhes ele. [Ler]

19 Mandou, então, a multidão assentar-se na relva, tomou os cinco pães e os dois peixes e, elevando os olhos ao céu, abençoou-os. Partindo em seguida os pães, deu-os aos seus discípulos, que os distribuíram ao povo. [Ler]

20 Todos comeram e ficaram fartos, e, dos pedaços que sobraram, recolheram doze cestos cheios. [Ler]

21 Ora, os convivas foram aproximadamente cinco mil homens, sem contar as mulheres e crianças. [Ler]

22 Logo depois, Jesus obrigou seus discípulos a entrar na barca e a passar antes dele para a outra margem, enquanto ele despedia a multidão. [Ler]

23 Feito isso, subiu à montanha para orar na solidão. E, chegando a noite, estava lá sozinho. [Ler]

24 Entretanto, já a boa distância da margem, a barca era agitada pelas ondas, pois o vento era contrário. [Ler]

25 Pela quarta vigília da noite, Jesus veio a eles, caminhando sobre o mar.* [Ler]

26 Quando os discípulos o perceberam caminhando sobre as águas, ficaram com medo: “É um fantasma!” – disseram eles –, soltando gritos de terror. [Ler]

27 Mas Jesus logo lhes disse: “Tranquilizai-vos, sou eu. Não tenhais medo!”. [Ler]

28 Pedro tomou a palavra e falou: “Senhor, se és tu, manda-me ir sobre as águas até junto de ti!”. [Ler]

29 Ele disse-lhe: “Vem!”. Pedro saiu da barca e caminhava sobre as águas ao encontro de Jesus. [Ler]

30 Mas, redobrando a violência do vento, teve medo e, começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me!”. [Ler]

31 No mesmo instante, Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o e lhe disse: “Homem de pouca fé, por que duvidaste?”. [Ler]

32 Apenas tinham subido para a barca, o vento cessou. [Ler]

33 Então, aqueles que estavam na barca prostraram-se diante dele e disseram: “Tu és verdadeiramente o Filho de Deus.” [Ler]

34 E, tendo atravessado, chegaram a Gene­sa­­ré. [Ler]

35 As pessoas do lugar o reconheceram e mandaram anunciar por todos os arredores. Apresentaram-lhe, então, todos os doentes, [Ler]

36 rogando-lhe que ao menos deixasse tocar na orla de sua veste. E, todos aqueles que nele tocaram, foram curados. [Ler]

Capítulo 15 Ver capítulo

1 Alguns fariseus e escribas de Jeru­salém vieram um dia ter com Jesus e lhe disseram: [Ler]

2 “Por que transgridem teus discípulos a tradição dos antigos? Nem mesmo lavam as mãos antes de comer”. [Ler]

3 Jesus respondeu-lhes: “E vós, por que violais os preceitos de Deus, por causa de vossa tradição? [Ler]

4 Deus disse: Honra teu pai e tua mãe; aquele que amaldiçoar seu pai ou sua mãe será castigado de morte ( [Ler]

5 Mas vós dizeis: Aquele que disser a seu pai ou a sua mãe: ‘aquilo com que eu vos poderia assistir já ofereci a Deus’,* [Ler]

6 esse já não é obrigado a socorrer de outro modo a seus pais. Assim, por causa de vossa tradição, anulais a Palavra de Deus. [Ler]

7 Hipócritas! É bem de vós que fala o profeta Isaías: [Ler]

8 Este povo somente me honra com os lábios; seu coração, porém, está longe de mim. [Ler]

9 Vão é o culto que me prestam, porque ensinam preceitos que só vêm dos homens!”. ( [Ler]

10 Depois, reuniu os assistentes e disse-lhes: [Ler]

11 “Ouvi e compreendei. Não é aquilo que entra pela boca que mancha o homem, mas aquilo que sai dele. Eis o que mancha o homem”. [Ler]

12 Então, se aproximaram dele seus discípulos e disseram-lhe: “Sabes que os fariseus se escanda­lizaram com as palavras que ouviram?”. [Ler]

13 Jesus respondeu: “Toda planta que meu Pai celeste não plantou será arrancada pela raiz. [Ler]

14 Deixai-os. São cegos e guias de cegos. Ora, se um cego conduz a outro, tombarão ambos na mesma vala”. [Ler]

15 Tomando então a palavra, Pedro disse: “Explica-nos esta parábola”. [Ler]

16 Jesus respondeu: “Sois também vós de tão pouca compreensão? [Ler]

17 Não compreendeis que tudo o que entra pela boca vai ao ventre e depois é lançado num lugar secreto? [Ler]

18 “Ao contrário, aquilo que sai da boca provém do coração, e é isso o que mancha o homem. [Ler]

19 Porque é do coração que provêm os maus pensamentos, os homicídios, os adulté­rios, as impurezas, os furtos, os falsos testemunhos, as calúnias. [Ler]

20 Eis o que mancha o homem. Comer, porém, sem ter lavado as mãos, isso não mancha o homem”. [Ler]

21 Jesus partiu dali e retirou-se para os arredores de Tiro e Sidônia. [Ler]

22 E eis que uma cananeia, origi­nária daquela terra, gritava: “Se­nhor, filho de Davi, tem piedade de mim! Minha filha está cruelmente atormentada por um demônio”. [Ler]

23 Jesus não lhe respondeu palavra alguma. Seus discípulos vieram a ele e lhe disseram com insistência: “Despede-a, ela nos persegue com seus gritos”. [Ler]

24 Jesus respondeu-lhes: “Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel”.* [Ler]

25 Mas aquela mulher veio prostrar-se diante dele, dizendo: “Senhor, ajuda-me!”. [Ler]

26 Jesus res­pondeu-lhe: “Não convém jogar aos cachorrinhos o pão dos filhos”.* – [Ler]

27 “Certamente, Senhor, replicou-lhe ela; mas os cachorrinhos ao menos comem as migalhas que caem da mesa de seus donos...”. [Ler]

28 Disse-lhe, então, Jesus: “Ó mulher, grande é tua fé! Seja-te feito como desejas”. E na mesma hora sua filha ficou curada. [Ler]

29 Jesus saiu daquela região e voltou para perto do mar da Galileia. Subiu a uma colina e sentou-se ali. [Ler]

30 Então numerosa multidão aproximou-se dele, trazendo consigo mudos, cegos, coxos, aleijados e muitos outros enfermos. Puseram-nos aos seus pés e ele os curou, [Ler]

31 de sorte que o povo estava admirado ante o espetáculo dos mudos que falavam, daqueles aleijados curados, de coxos que andavam, dos cegos que viam; e glorificavam ao Deus de Israel. [Ler]

32 Jesus, porém, reuniu os seus discípulos e disse-lhes: “Tenho piedade desta multidão: eis que há três dias está perto de mim e não tem nada para comer. Não quero despedi-la em jejum, para que não desfaleça no caminho”. [Ler]

33 Disseram-lhe os discípulos: “De que maneira procuraremos neste lugar deserto pão bastante para saciar tal multidão?”. [Ler]

34 Pergunta-lhes Jesus: “Quantos pães tendes?”. “Sete, e alguns peixi­nhos” – responderam eles. [Ler]

35 Mandou, então, a multidão assentar-se no chão, [Ler]

36 tomou os sete pães e os peixes e abençoou-os. Depois os partiu e os deu aos discípulos, que os distribuí­ram à multidão. [Ler]

37 Todos comeram e ficaram saciados, e, dos pedaços que restaram, encheram sete cestos. [Ler]

38 Ora, os que se alimentaram foram quatro mil homens, sem contar as mulheres e as crianças. [Ler]

39 Jesus então despediu o povo, subiu para a barca e retornou à região de Magadã. [Ler]

Capítulo 16 Ver capítulo

1 Os fariseus e os saduceus achegaram-se a Jesus para submetê-lo à prova e pediram-lhe que lhes mostrasse um milagre do céu. [Ler]

2 Ele lhes respondeu: “Quando vem a tarde, dizeis: Haverá bom tempo, porque o céu está averme­lhado. [Ler]

3 E de manhã: Hoje haverá tormenta, porque o céu está de um vermelho sombrio. [Ler]

4 Hipócritas! Sabeis distinguir o aspecto do céu e não podeis discernir os sinais dos tempos? Essa raça perversa e adúltera pede um milagre! Mas não lhe será dado outro sinal senão o de Jonas!”. Depois, deixando-os, partiu.* [Ler]

5 Ora, passando para a outra margem do lago, os discípulos haviam esquecido de levar pão. [Ler]

6 Jesus disse-lhes: “Guardai-vos com cuidado do fermento dos fariseus e dos saduceus”. [Ler]

7 Eles pensavam: “É que não trouxemos pão...”. [Ler]

8 Jesus, penetrando nos seus pensamentos, disse-lhes: “Homens de pouca fé! Por que julgais que vos falei por não terdes pão? [Ler]

9 Ainda não compreendeis? Nem vos lembrais dos cinco pães e dos cinco mil homens, e de quantos cestos recolhestes? [Ler]

10 Nem dos sete pães para os quatro mil homens e de quantos cestos enchestes? [Ler]

11 Por que não compreendeis que não é do pão que eu vos falava, quando vos disse: Guardai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus?”. [Ler]

12 Então, entenderam que não dissera que se guardassem do fermento do pão, mas da doutrina dos fariseus e dos saduceus. [Ler]

13 Chegando ao território de Cesareia de Filipe, Jesus perguntou a seus discípulos: “No dizer do povo, quem é o Filho do Homem?”. [Ler]

14 Responderam: “Uns dizem que é João Batista; outros, Elias; outros, Jeremias ou um dos profetas”. [Ler]

15 Disse-lhes Jesus: “E vós quem dizeis que eu sou?” [Ler]

16 Simão Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!”. [Ler]

17 Jesus, então, lhe disse: “Feliz és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas meu Pai que está nos céus.* [Ler]

18 E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela.* [Ler]

19 Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus”.* [Ler]

20 Depois, ordenou aos seus discípulos que não dissessem a ninguém que ele era o Cristo. [Ler]

21 Desde então, Jesus começou a manifestar a seus discípulos que precisava ir a Jerusalém e sofrer muito da parte dos anciãos, dos príncipes dos sacerdotes e dos escribas; seria morto e ressuscitaria ao terceiro dia. [Ler]

22 Pedro, então, começou a interpelá-lo e protes­tar nestes termos: “Que Deus não permita isso, Senhor! Isso não te acontecerá!”. [Ler]

23 Mas Jesus, voltando-se para ele, disse-lhe: “Afasta-te, Satanás! Tu és para mim um escândalo; teus pensamentos não são de Deus, mas dos homens!”. [Ler]

24 Em seguida, Jesus disse a seus discípulos: “Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. [Ler]

25 Porque aquele que quiser salvar a sua vida, irá perdê-la; mas aquele que tiver sacrificado a sua vida por minha causa, irá recobrá-la. [Ler]

26 Que servirá a um homem ganhar o mundo inteiro, se vem a prejudicar a sua vida? Ou que dará um homem em troca de sua vida?...* [Ler]

27 Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai com seus anjos, e então recompensará a cada um segundo suas obras. [Ler]

28 Em verdade vos declaro: muitos destes que aqui estão não verão a morte, sem que tenham visto o Filho do Homem voltar na majestade de seu Reino”. [Ler]

Capítulo 17 Ver capítulo

1 Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e conduziu-os à parte a uma alta montanha. [Ler]

2 Lá se transfigurou na presença deles: seu rosto brilhou como o sol, suas vestes tornaram-se resplandecentes de brancura. [Ler]

3 E eis que apareceram Moisés e Elias conversando com ele.* [Ler]

4 Pedro tomou, então, a palavra e disse-lhe: “Senhor, é bom estarmos aqui. Se queres, farei aqui três tendas: uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias”. [Ler]

5 Falava ele ainda, quando veio uma nuvem luminosa e os envolveu. E daquela nuvem fez-se ouvir uma voz que dizia: “Eis o meu Filho muito amado, em quem pus toda a minha afeição; ouvi-o”. [Ler]

6 Ouvindo esta voz, os discípulos caíram com a face por terra e tiveram medo. [Ler]

7 Mas Jesus aproximou-se deles e tocou-os, dizendo: “Levantai-vos e não temais”. [Ler]

8 Eles levantaram os olhos e não viram mais ninguém, senão unicamente Jesus. [Ler]

9 E, quando desciam, Jesus lhes fez esta proibição: “Não conteis a ninguém o que vistes, até que o Filho do Homem ressuscite dos mortos”. [Ler]

10 Em seguida, os discípulos o interrogaram: “Por que dizem os escribas que Elias deve voltar primeiro?”. [Ler]

11 Jesus respondeu-lhes: “Elias, de fato, deve voltar e restabelecer todas as coisas. [Ler]

12 Mas eu vos digo que Elias já veio, mas não o conheceram; antes, fizeram com ele quanto quiseram. Do mesmo modo farão sofrer o Filho do Homem”.* [Ler]

13 Os discípulos compreenderam, então, que ele lhes falava de João Batista. [Ler]

14 E, quando eles se reuniram ao povo, um homem aproximou-se deles e prostrou-se diante de Jesus, [Ler]

15 dizendo: “Senhor, tem piedade de meu filho, porque é lunático e sofre muito: ora cai no fogo, ora na água... [Ler]

16 Já o apresentei a teus discípulos, mas eles não o puderam curar”. [Ler]

17 Respondeu Jesus: “Raça incrédula e perversa, até quando estarei convosco? Até quando hei de aturar-vos? Trazei-mo”. [Ler]

18 Jesus ameaçou o demônio e este saiu do menino, que ficou curado na mesma hora. [Ler]

19 Então, os discípulos lhe perguntaram em particular: “Por que não pudemos nós expulsar esse demônio?”. [Ler]

20 Jesus respondeu-lhes: “Por causa de vossa falta de fé. Em verdade vos digo: se tiverdes fé, como um grão de mostarda, direis a esta montanha: Transporta-te daqui para lá, e ela irá; e nada vos será impossível. [Ler]

21 Quanto a esta espécie de demônio, só se pode expulsar à força de oração e de jejum”. [Ler]

22 Enquanto caminhava pela Galileia, Jesus lhes disse: “O Filho do Homem deve ser entregue nas mãos dos homens. [Ler]

23 Eles irão matá-lo, mas ao terceiro dia ressuscitará.” E eles ficaram profundamente aflitos. [Ler]

24 Logo que chegaram a Cafarnaum, aqueles que cobravam o imposto da didracma aproximaram-se de Pedro e lhe perguntaram: “Teu mestre não paga a didracma?”.* – [Ler]

25 “Paga, sim” – respondeu Pedro. Mas quando chegaram à casa, Jesus preveniu-o, dizendo: “Que te parece, Simão? Os reis da terra, de quem recebem os tributos ou os impostos? De seus filhos ou dos estrangeiros?” [Ler]

26 Pedro respondeu: “Dos estrangeiros”. Jesus replicou: “Os filhos, então, estão isentos.* [Ler]

27 Mas não convém escandalizá-los. Vai ao mar, lança o anzol, e ao primeiro peixe que pegares, abrirás a boca e encontrarás um estater. Toma-o e dá-o por mim e por ti”.* [Ler]

Capítulo 18 Ver capítulo

1 Neste momento, os discípulos aproxima­ram-se de Jesus e perguntaram-lhe: “Quem é o maior no Reino dos Céus?”. [Ler]

2 Jesus chamou uma criancinha, colocou-a no meio deles e disse: [Ler]

3 “Em verdade vos declaro: se não vos transformardes e vos tornardes como criancinhas, não entrareis no Reino dos Céus.* [Ler]

4 Aquele que se fizer humilde como esta criança será maior no Reino dos Céus. [Ler]

5 E o que recebe em meu nome a um menino como este, é a mim que recebe. [Ler]

6 Mas, se alguém fizer cair em pecado um destes pequenos que creem em mim, melhor fora que lhe atassem ao pescoço a mó de um moinho e o lançassem no fundo do mar. [Ler]

7 Ai do mundo por causa dos escândalos! Eles são inevitáveis, mas ai do homem que os causa! [Ler]

8 Por isso, se tua mão ou teu pé te fazem cair em pecado, corta-os e lança-os longe de ti: é melhor para ti entrares na vida coxo ou manco que, tendo dois pés e duas mãos, seres lançado no fogo eterno. [Ler]

9 Se teu olho te leva ao pecado, arranca-o e lança-o longe de ti: é melhor para ti entrares na vida cego de um olho que seres jogado com teus dois olhos no fogo da geena.* [Ler]

10 Guardai-vos de menosprezar um só destes pequenos, porque eu vos digo que seus anjos no céu contemplam sem cessar a face de meu Pai que está nos céus. [Ler]

11 [Porque o Filho do Homem veio salvar o que estava perdido.]* [Ler]

12 Que vos parece? Um homem possui cem ovelhas: uma delas se desgarra. Não deixa ele as noventa e nove na montanha, para ir buscar aquela que se desgarrou? [Ler]

13 E se a encontra, sente mais júbilo do que pelas noventa e nove que não se desgarraram. [Ler]

14 Assim é a vontade de vosso Pai celeste, que não se perca um só destes pequeninos”. [Ler]

15 “Se teu irmão tiver pecado contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele somente; se te ouvir, terás ganho teu irmão. [Ler]

16 Se não te escutar, toma contigo uma ou duas pessoas, a fim de que toda a questão se resolva pela decisão de duas ou três testemunhas. [Ler]

17 Se recusa ouvi-los, dize-o à Igreja. E se recusar ouvir também a Igreja, seja ele para ti como um pagão e um publicano. [Ler]

18 Em verdade vos digo: tudo o que ligardes sobre a terra será ligado no céu, e tudo o que desligar­des sobre a terra será também desligado no céu.” [Ler]

19 “Digo-vos ainda isto: se dois de vós se unirem sobre a terra para pedir, seja o que for, o conseguirão de meu Pai que está nos céus. [Ler]

20 Porque onde dois ou três estão reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.” [Ler]

21 Então, Pedro se aproximou dele e disse: “Senhor, quantas vezes devo per­doar a meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?” [Ler]

22 Respondeu Jesus: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete”.* [Ler]

23 “Por isso, o Reino dos Céus é comparado a um rei que quis ajustar contas com seus servos. [Ler]

24 Quando começou a ajustá-las, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos.* [Ler]

25 Como ele não tinha com que pagar, seu senhor ordenou que fosse vendido, ele, sua mulher, seus filhos e todos os seus bens para pagar a dívida. [Ler]

26 Este servo, então, prostrou-se por terra diante dele e suplicava-lhe: ‘Dá-me um prazo e eu te pagarei tudo!’. [Ler]

27 Cheio de compaixão, o senhor o deixou ir embora e perdoou-lhe a dívida. [Ler]

28 Apenas saiu dali, encontrou um de seus companheiros de serviço que lhe devia cem denários. Agarrou-o na garganta e quase o estrangulou, dizendo: ‘Paga o que me deves!’ [Ler]

29 O outro caiu-lhe aos pés e pediu-lhe: ‘Dá-me um prazo e eu te pagarei!’. [Ler]

30 Mas, sem nada querer ouvir, este homem o fez lançar na prisão, até que tivesse pago sua dívida. [Ler]

31 Vendo isso, os outros servos, profundamente tristes, vieram contar a seu senhor o que se tinha passado. [Ler]

32 Então, o senhor o chamou e lhe disse: ‘Servo mau, eu te perdoei toda a dívida porque me suplicaste. [Ler]

33 Não devias também tu compadecer-te de teu companheiro de serviço, como eu tive piedade de ti?’. [Ler]

34 E o senhor, encolerizado, entregou-o aos algozes, até que pagasse toda a sua dívida. [Ler]

35 Assim vos tratará meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar a seu irmão, de todo o seu coração.” [Ler]

Capítulo 19 Ver capítulo

1 Após esses discursos, Jesus deixou a Galileia e veio para a Judeia, além do Jor­dão. [Ler]

2 Uma grande multidão o seguiu e ele curou seus doentes. [Ler]

3 Os fariseus vieram perguntar-lhe para pô-lo à prova: “É permitido a um homem rejeitar sua mu­lher por um motivo qualquer?”. [Ler]

4 Respondeu-lhes Jesus: “Não lestes que o Criador, no começo, fez o homem e a mulher e disse: [Ler]

5 Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e os dois formarão uma só carne?* [Ler]

6 Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, não separe o homem o que Deus uniu”. [Ler]

7 Disseram-lhe eles: “Por que, então, Moisés ordenou dar um documento de divórcio à mulher, ao rejeitá-la?”.* [Ler]

8 Jesus respondeu-lhes: “É por causa da dureza de vosso coração que Moisés havia tolerado o repúdio das mulheres; mas no começo não foi assim. [Ler]

9 Ora, eu vos declaro que todo aquele que rejeita sua mulher, exceto no caso de matrimônio falso, e desposa uma outra, comete adultério. E aquele que desposa uma mulher rejeitada, comete também adultério”. [Ler]

10 Seus discípulos disseram-lhe: “Se tal é a condição do homem a respeito da mulher, é melhor não se casar!”. [Ler]

11 Respondeu ele: “Nem todos são capazes de compreender o sentido dessa palavra, mas somente aqueles a quem foi dado. [Ler]

12 Porque há eunucos que o são desde o ventre de suas mães, há eunucos tornados tais pelas mãos dos homens e há eunucos que a si mesmos se fizeram eunucos por amor do Reino dos Céus. Quem puder compreender, compreenda”. [Ler]

13 Foram-lhe, então, apresentadas algumas criancinhas para que pusesse as mãos sobre elas e orasse por elas. Os discípulos, porém, as afastavam. [Ler]

14 Disse-lhes Jesus: “Dei­xai vir a mim estas criancinhas e não as impeçais, porque o Reino dos Céus é para aqueles que se lhes assemelham”. [Ler]

15 E, depois de impor-lhes as mãos, continuou seu caminho. [Ler]

16 Um jovem aproximou-se de Jesus e lhe perguntou: “Mestre, que devo fazer de bom para ter a vida eterna?”. Disse-lhe Jesus: [Ler]

17 “Por que me perguntas a respeito do que se deve fazer de bom? Só Deus é bom. Se queres entrar na vida, observa os mandamentos”.* – [Ler]

18 “Quais?” – per­guntou ele. Jesus respondeu: “Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho, [Ler]

19 honra teu pai e tua mãe, amarás teu próximo como a ti mesmo”. [Ler]

20 Disse-lhe o jovem: “Tenho obser­vado tudo isso desde a minha infância. Que me falta ainda?”. [Ler]

21 Respondeu Jesus: “Se queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dá-os aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me!”. [Ler]

22 Ouvindo essas palavras, o jovem foi embora muito triste, porque possuía muitos bens. [Ler]

23 Jesus disse então aos seus discípulos: “Em verdade vos declaro: é difícil para um rico entrar no Reino dos Céus! [Ler]

24 Eu vos repito: é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus”.* [Ler]

25 A estas palavras seus discípulos, pasmados, perguntaram: “Quem poderá então salvar-se?”. [Ler]

26 Jesus olhou para eles e disse: “Aos homens isso é impossível, mas a Deus tudo é possível”. [Ler]

27 Pedro então, tomando a palavra, disse-lhe: “Eis que deixamos tudo para te seguir. Que haverá então para nós?” [Ler]

28 Respondeu Jesus: “Em verdade vos declaro: no dia da renovação do mundo, quando o Filho do Homem estiver sentado no trono da glória, vós, que me haveis seguido, estareis sentados em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. [Ler]

29 E todo aquele que por minha causa deixar irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher, filhos, terras ou casa receberá o cêntuplo e possuirá a vida eterna”. [Ler]

30 “Muitos dos primeiros serão os últimos e muitos dos últimos serão os primeiros. [Ler]

Capítulo 20 Ver capítulo

1 Com efeito, o Reino dos Céus é semelhan­te a um pai de família que saiu ao romper da manhã, a fim de contratar operários para sua vinha. [Ler]

2 Ajustou com eles um denário por dia e enviou-os para sua vinha. [Ler]

3 Cerca da terceira hora, saiu ainda e viu alguns que estavam na praça sem fazer nada.* [Ler]

4 Disse-lhes ele: ‘Ide também vós para minha vinha e vos darei o justo salário’. [Ler]

5 Eles foram. À sexta hora saiu de novo e igualmente pela nona hora, e fez o mesmo. [Ler]

6 Finalmente, pela undéci­ma hora, encontrou ainda outros na praça e perguntou-lhes: ‘Por que estais todo o dia sem fazer nada?’ [Ler]

7 Eles responderam: ‘É porque ninguém nos contratou’. Disse-lhes ele, então: – Ide vós também para minha vinha. [Ler]

8 Ao cair da tarde, o senhor da vinha disse a seu feitor: ‘Chama os operários e paga-lhes, começando pelos últimos até os primeiros’. [Ler]

9 Vieram aqueles da undécima hora e receberam cada qual um denário. [Ler]

10 Chegando por sua vez os primeiros, julgavam que haviam de receber mais. Mas só receberam cada qual um denário. [Ler]

11 Ao receberem, murmuravam contra o pai de família, dizendo: [Ler]

12 ‘Os últimos só trabalharam uma hora... e deste-lhes tanto como a nós, que suportamos o peso do dia e do calor’. [Ler]

13 O senhor, porém, observou a um deles: ‘Meu amigo, não te faço injustiça. Não contrataste comigo um denário? [Ler]

14 Toma o que é teu e vai-te. Eu quero dar a este último tanto quanto a ti. [Ler]

15 Ou não me é permitido fazer dos meus bens o que me apraz? Porventura vês com maus olhos que eu seja bom?’. [Ler]

16 Assim, pois, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos. [Muitos serão os chamados, mas poucos os escolhidos.]”* [Ler]

17 Subindo para Jerusalém, durante o caminho, Jesus tomou à parte os Doze e disse-lhes: [Ler]

18 “Eis que subimos a Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos prínci­pes dos sacerdotes e aos escribas. Eles o condenarão à morte. [Ler]

19 E o entregarão aos pagãos para ser exposto às suas zombarias, açoitado e crucificado; mas ao terceiro dia ressuscitará”. [Ler]

20 Nisso aproximou-se a mãe dos filhos de Zebedeu com seus filhos e prostrou-se diante de Jesus para lhe fazer uma súplica. [Ler]

21 Perguntou-lhe ele: “Que queres?”. Ela respondeu: “Ordena que estes meus dois filhos se sentem no teu Reino, um à tua direita e outro à tua esquerda”. [Ler]

22 Jesus disse: “Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu devo beber?”. “Sim” – disseram-lhe. [Ler]

23 “De fato, bebereis meu cálice. Quanto, porém, a sentar-vos à mi­nha direi­ta ou à minha esquerda, isso não depende de mim vo-lo conceder. Esses lugares cabem àqueles aos quais meu Pai os reservou.” [Ler]

24 Os dez outros, que haviam ouvido tudo, indignaram-se contra os dois irmãos. [Ler]

25 Jesus, porém, os chamou e lhes disse: “Sabeis que os chefes das nações as subjugam, e que os grandes as governam com autoridade. [Ler]

26 Não seja assim entre vós. Todo aquele que quiser tornar-se grande entre vós, se faça vosso servo. [Ler]

27 E o que quiser tornar-se entre vós o primeiro, se faça vosso escravo. [Ler]

28 Assim como o Filho do Homem veio, não para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate por uma multidão”.* [Ler]

29 Ao sair de Jericó, uma grande multidão o seguiu. [Ler]

30 Dois cegos, sentados à beira do caminho, ouvindo dizer que Jesus passava, começaram a gritar: “Senhor, filho de Davi, tem piedade de nós!”. [Ler]

31 A multidão, porém, os repreendia para que se calassem. Mas eles gritavam ainda mais forte: “Se­nhor, filho de Davi, tem piedade de nós!”. [Ler]

32 Jesus parou, chamou-os e perguntou-lhes: “Que quereis que eu vos faça?”. [Ler]

33 “Senhor, que nossos olhos se abram!”. [Ler]

34 Jesus, cheio de compaixão, tocou-lhes os olhos. Instantaneamente recobraram a vista e puseram-se a segui-lo.* [Ler]

Capítulo 21 Ver capítulo

1 Aproximavam-se de Jerusalém. Quando chegaram a Betfagé, perto do monte das Oliveiras, Jesus enviou dois de seus discípulos,* [Ler]

2 dizendo-lhes: “Ide à aldeia que está defronte. Encon­tra­reis logo uma jumenta amarrada e com ela seu jumentinho. Desamarrai-os e trazei-mos. [Ler]

3 Se alguém vos disser qualquer coisa, respondei-lhe que o Senhor necessita deles e que ele sem demora os devolverá”. [Ler]

4 Assim, neste acontecimento, cumpria-se o oráculo do profeta: [Ler]

5 Dizei à filha de Sião: Eis que teu rei vem a ti, cheio de doçura, montado numa jumenta, num jumentinho, filho da que leva o jugo ( [Ler]

6 Os discípulos foram e exe­cutaram a ordem de Jesus. [Ler]

7 Trouxe­ram a jumenta e o jumentinho, cobriram-nos com seus mantos e fizeram-no montar. [Ler]

8 Então, a multidão estendia os mantos pelo caminho, cortava ramos de árvores e espalhava-os pela estrada. [Ler]

9 E toda aquela multidão, que o precedia e que o seguia, clamava: “Hosana ao filho de Davi! Bendito seja aquele que vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto dos céus!”.* [Ler]

10 Quando ele entrou em Jerusalém, alvoroçou-se toda a cidade, perguntando: “Quem é este?”. [Ler]

11 A multidão respondia: “É Jesus, o profeta de Nazaré da Galileia”. [Ler]

12 Jesus entrou no templo e expulsou dali todos aqueles que se entregavam ao comércio. Derru­bou as mesas dos cambistas e os bancos dos negociantes de pombas,* [Ler]

13 e disse-lhes: “Está escrito: Minha casa é uma casa de oração ( [Ler]

14 Os cegos e os coxos vieram a ele no templo e ele os curou, [Ler]

15 com grande indignação dos príncipes dos sacerdotes e dos escribas que assistiam a seus milagres e ouviam os meninos gritarem no templo: “Hosana ao filho de Davi!”. [Ler]

16 Disseram-lhe eles: “Ouves o que dizem eles?”. “Perfeitamente, respondeu-lhes Jesus. Nunca lestes estas palavras: Da boca dos meninos e das crianças de peito tirastes o vosso louvor” ( [Ler]

17 Depois os deixou e saiu da cidade para hospedar-se em Betânia. [Ler]

18 De manhã, voltando à cidade, teve fome. [Ler]

19 Vendo uma figueira à beira do caminho, aproximou-se dela, mas só achou nela folhas; e disse-lhe: “Jamais nasça fruto de ti!”. [Ler]

20 E imediatamente a figueira secou. À vista disso, os discípulos ficaram estupefatos e disseram: “Como ficou seca num instante a figueira?!”. [Ler]

21 Respondeu-lhes Jesus: “Em verdade vos declaro que, se tiverdes fé e não hesitardes, não só fareis o que foi feito a esta figueira, mas ainda se disser­des a esta montanha: Levanta-te daí e atira-te ao mar, isso se fará...* [Ler]

22 Tudo o que pedirdes com fé na oração, vós o alcançareis”. [Ler]

23 Dirigiu-se Jesus ao templo. E, enquanto ensinava, os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo aproximaram-se e perguntaram-lhe: “Com que direito fazes isso? Quem te deu essa autoridade?”. [Ler]

24 Respondeu-lhes Jesus: “Eu vos proporei também uma questão. Se respon­derdes, eu vos direi com que direito o faço. [Ler]

25 Donde procedia o batismo de João: do céu ou dos homens?”. Ora, eles raciocinavam entre si: “Se respondermos: Do céu, ele nos dirá: Por que não crestes nele? [Ler]

26 E se dissermos: Dos homens, é de temer-se a multidão, porque todo o mundo considera João como profeta”. [Ler]

27 Responde­ram a Jesus: “Não sabemos”. “Pois eu tampouco vos digo” – retorquiu Jesus – “com que direito faço essas coisas.” [Ler]

28 “Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse-lhe: ‘Meu filho, vai trabalhar hoje na vinha’. [Ler]

29 Respondeu ele: ‘Não quero’. Mas, em seguida, tocado de arrependimento, foi. [Ler]

30 Dirigindo-se depois ao outro, disse-lhe a mesma coisa. O filho res­pondeu: ‘Sim, pai!’. Mas não foi.* [Ler]

31 Qual dos dois fez a vontade do pai? ‘O primeiro’ – responderam-lhe. E Jesus disse-lhes: ‘Em verdade vos digo: os publicanos e as mere­trizes vos precedem no Reino de Deus! [Ler]

32 João veio a vós no caminho da justiça e não crestes nele. Os publicanos, porém, e as prostitutas creram nele. E vós, vendo isso, nem fostes tocados de arrependimento para crerdes nele’.” [Ler]

33 “Ouvi outra parábola: havia um pai de família que plantou uma vinha. Cercou-a com uma sebe, cavou um lagar e edificou uma torre. E, tendo-a arrendado a lavradores, deixou o país.* [Ler]

34 Vindo o tempo da colheita, enviou seus servos aos lavradores para recolher o produto de sua vinha. [Ler]

35 Mas os lavradores agarraram os servos, feriram um, mataram outro e apedrejaram o terceiro. [Ler]

36 Enviou outros servos em maior número que os primeiros, e fize­ram-lhes o mesmo. [Ler]

37 Enfim, enviou seu próprio filho, dizendo: Hão de respeitar meu filho. [Ler]

38 Os lavradores, porém, vendo o filho, disseram uns aos outros: Eis o herdeiro! Matemo-lo e teremos a sua herança! [Ler]

39 Lançaram-lhe as mãos, conduziram-no para fora da vinha e o assassinaram. [Ler]

40 Pois bem: quando voltar o senhor da vinha, que fará ele àqueles lavradores?” [Ler]

41 Responderam-lhe: “Mandará matar sem piedade aqueles miseráveis e arrendará sua vinha a outros lavradores que lhe pagarão o produto em seu tempo”. [Ler]

42 Jesus acrescentou: “Nunca lestes nas Escrituras: A pedra rejeitada pelos construtores tornou-se a pedra angular; isto é obra do Senhor, e é admirável aos nossos olhos ( [Ler]

43 Por isso, vos digo: será tirado de vós o Reino de Deus, e será dado a um povo que produzirá os frutos dele. [Ler]

44 [Aquele que tropeçar nesta pedra, far-se-á em pedaços; e aquele sobre quem ela cair será esmagado.]”. [Ler]

45 Ouvindo isso, os príncipes dos sacerdotes e os fariseus compreenderam que era deles que Jesus falava.* [Ler]

46 E procuravam prendê-lo; mas temeram o povo, que o tinha por um profeta. [Ler]

Capítulo 22 Ver capítulo

1 Jesus tornou a falar-lhes por meio de parábolas: [Ler]

2 “O Reino dos Céus é comparado a um rei que celebrava as bodas de seu filho. [Ler]

3 Enviou seus servos para chamar os convidados, mas eles não quiseram vir. [Ler]

4 Enviou outros ainda, dizendo-lhes: Dizei aos convidados que já está preparado o meu banquete; meus bois e meus animais cevados estão mortos, tudo está preparado. Vinde às bodas! [Ler]

5 Mas, sem se importarem com aquele convite, foram-se, um a seu campo e outro para seu negócio. [Ler]

6 Outros lançaram mãos de seus servos, insultaram-nos e os mataram. [Ler]

7 O rei soube e indignou-se em extremo. Enviou suas tropas, matou aqueles assassinos e incendiou-lhes a cidade. [Ler]

8 Disse depois a seus servos: O festim está pronto, mas os convidados não foram dignos. [Ler]

9 Ide às encruzilhadas e convidai para as bodas todos quantos achardes. [Ler]

10 Espalharam-se eles pelos caminhos e reuniram todos quantos acharam, maus e bons, de modo que a sala do banquete ficou repleta de convidados. [Ler]

11 O rei entrou para vê-los e viu ali um homem que não trazia a veste nupcial. [Ler]

12 Perguntou-lhe: Meu amigo, como entraste aqui, sem a veste nupcial? O homem não proferiu palavra alguma. [Ler]

13 Disse, então, o rei aos servos: Amarrai-lhe os pés e as mãos e lançai-o nas trevas exteriores. Ali haverá choro e ranger de dentes. [Ler]

14 Porque muitos são os chamados, e poucos os escolhidos”. [Ler]

15 Reuniram-se então os fariseus para deliberar entre si sobre a maneira de surpreender Jesus nas suas próprias palavras. [Ler]

16 Enviaram seus discípulos com os herodianos, que lhe disseram: “Mestre, sabemos que és verdadeiro e ensinas o caminho de Deus em toda a verdade, sem te preocupares com ninguém, porque não olhas para a aparência dos homens.* [Ler]

17 Dize-nos, pois, o que te parece: É permitido ou não pagar o imposto a César?”. [Ler]

18 Jesus, percebendo a sua malícia, respondeu: “Por que me tentais, hipócritas? [Ler]

19 Mostrai-me a moeda com que se paga o imposto!”. Apresentaram-lhe um denário. [Ler]

20 Perguntou Jesus: “De quem é esta imagem e esta inscrição?”. [Ler]

21 “De César” – responderam-lhe. Disse-lhes então Jesus: “Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. [Ler]

22 Esta resposta encheu-os de admiração e, deixando-o, retiraram-se. [Ler]

23 Naquele mesmo dia, os saduceus, que negavam a ressurreição, interrogaram-no:* [Ler]

24 “Mestre, Moisés disse: Se um homem morrer sem filhos, seu irmão case-se com a sua viúva e dê-lhe assim uma posteridade ( [Ler]

25 Ora, havia entre nós sete irmãos. O primeiro casou-se e morreu. Como não tinha filhos, deixou sua mulher ao seu irmão. [Ler]

26 O mesmo sucedeu ao segundo, depois ao terceiro, até o sétimo. [Ler]

27 Por sua vez, depois deles todos, morreu também a mulher. [Ler]

28 Na ressurreição, de qual dos sete será a mulher, uma vez que todos a tiveram?”. [Ler]

29 Respondeu-lhes Jesus: “Errais, não compreendendo as Escrituras nem o poder de Deus. [Ler]

30 Na ressurreição, os homens não terão mulheres nem as mulheres, maridos; mas serão como os anjos de Deus no céu. [Ler]

31 Quanto à ressurreição dos mortos, não lestes o que Deus vos disse: [Ler]

32 Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó ( [Ler]

33 E, ouvindo essa doutrina, as turbas se enchiam de grande admiração. [Ler]

34 Sabendo os fariseus que Jesus reduzira ao silêncio os saduceus, reuniram-se [Ler]

35 e um deles, doutor da Lei, fez-lhe esta pergunta para pô-lo à prova: [Ler]

36 “Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?”. [Ler]

37 Respondeu Jesus: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu o coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito ( [Ler]

38 Esse é o maior e o primeiro mandamento. [Ler]

39 E o segundo, semelhante a este, é: Amarás teu próximo como a ti mesmo ( [Ler]

40 Nesses dois mandamentos se resumem toda a Lei e os Profetas”. [Ler]

41 Como os fariseus se agrupassem, Jesus interrogou-os: [Ler]

42 “Que pensais vós de Cristo? De quem é filho?”. Responderam: “De Davi!”. [Ler]

43 “Como então, prosseguiu Jesus, Davi, falando sob inspiração do Espírito, chama-o Senhor, dizendo: [Ler]

44 O Senhor disse a meu Senhor: Senta-te à minha direita, até que eu ponha teus inimigos por escabelo dos teus pés ( [Ler]

45 Se, pois, Davi o chama Senhor, como é ele seu filho?” [Ler]

46 Ninguém pôde responder-lhe nada. E, depois daquele dia, ninguém mais ousou interrogá-lo. [Ler]

Capítulo 23 Ver capítulo

1 Dirigindo-se, então, Jesus à multidão e aos seus discípulos, disse: [Ler]

2 “Os escribas e os fariseus sentaram-se na cadeira de Moisés. [Ler]

3 Observai e fazei tudo o que eles dizem, mas não façais como eles, pois dizem e não fazem. [Ler]

4 Atam fardos pesados e esmagadores e com eles sobrecarregam os ombros dos homens, mas não querem movê-los sequer com o dedo. [Ler]

5 Fazem todas as suas ações para serem vistos pelos homens, por isso trazem largas faixas e longas franjas nos seus mantos. [Ler]

6 Gostam dos primeiros lugares nos banquetes e das primeiras cadeiras nas sinagogas. [Ler]

7 Gostam de ser saudados nas praças públicas e de ser chamados rabi pelos homens. [Ler]

8 Mas vós não vos façais chamar rabi, porque um só é o vosso preceptor, e vós sois todos irmãos. [Ler]

9 E a ninguém chameis de pai sobre a terra, porque um só é vosso Pai, aquele que está nos céus. [Ler]

10 Nem vos façais chamar de mestres, porque só tendes um Mestre, o Cristo. [Ler]

11 O maior dentre vós será vosso servo. [Ler]

12 Aquele que se exaltar será humilhado, e aquele que se humilhar será exaltado. [Ler]

13 Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Vós fechais aos homens o Reino dos Céus. Vós mesmos não entrais e nem deixais que entrem os que querem entrar. [Ler]

14 [Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Devorais as casas das viú­vas, fingindo fazer longas orações. Por isso, sereis castigados com muito maior rigor.]* [Ler]

15 Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Percorreis mares e terras para fazer um prosélito e, quando o conseguis, fazeis dele um filho do inferno duas vezes pior que vós mesmos.* [Ler]

16 Ai de vós, guias cegos! Vós dizeis: Se alguém jura pelo templo, isto não é nada; mas, se jura pelo tesouro do templo, é obrigado pelo seu juramento. [Ler]

17 Insensatos, cegos! Qual é o maior: o ouro ou o templo que santifica o ouro? [Ler]

18 E dizeis ainda: Se alguém jura pelo altar, não é nada; mas, se jura pela oferta que está sobre ele, é obrigado. [Ler]

19 Cegos! Qual é o maior: a oferta ou o altar que santifica a oferta? [Ler]

20 Aquele que jura pelo altar jura ao mesmo tempo por tudo o que está sobre ele. [Ler]

21 Aquele que jura pelo templo, jura ao mesmo tempo por aquele que nele habita. [Ler]

22 E aquele que jura pelo céu, jura ao mesmo tempo pelo trono de Deus e por aquele que nele está sentado. [Ler]

23 “Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Pagais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e desprezais os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia, a fidelidade. Eis o que era preciso praticar em primeiro lugar sem, contudo, deixar o restante. [Ler]

24 Guias cegos! Filtrais um mosquito e engolis um camelo. [Ler]

25 Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Limpais por fora o copo e o prato e por dentro estais cheios de roubo e de intemperança. [Ler]

26 Fariseu cego! Limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o que está fora fique limpo. [Ler]

27 Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Sois semelhantes aos sepulcros caiados: por fora parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos, de cadáveres e de toda espécie de podridão.* [Ler]

28 Assim também vós: por fora pareceis justos aos olhos dos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniquidade. [Ler]

29 Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Edificais sepulcros aos profetas, adornais os monumentos dos justos [Ler]

30 e dizeis: Se tivéssemos vivido no tempo de nossos pais, não teríamos manchado nossas mãos como eles no sangue dos profetas... [Ler]

31 Testemunhais assim contra vós mesmos que sois de fato os fi­lhos dos assassinos dos profetas. [Ler]

32 Acabai, pois, de encher a medida de vossos pais!* [Ler]

33 Serpentes! Raça de víboras! Como escapareis ao castigo do inferno? [Ler]

34 Vede, eu vos envio profetas, sábios, doutores. Matareis e crucificareis uns e açoitareis outros nas vossas sinagogas. Eu os perseguireis de cidade em cidade, [Ler]

35 para que caia sobre vós todos o sangue inocente derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até o sangue de Zacarias, filho de Baraquias, a quem matastes entre o templo e o altar. [Ler]

36 Em verdade vos digo: todos esses crimes pesam sobre esta raça. [Ler]

37 Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas aqueles que te são enviados! Quantas vezes eu quis reunir teus fi­lhos, como a galinha reúne seus pinti­nhos debaixo de suas asas... e tu não quiseste! [Ler]

38 Pois bem, a vossa casa vos é deixada deserta. [Ler]

39 Porque eu vos digo: já não me vereis de hoje em diante, até que digais: Bendito seja aquele que vem em nome do Senhor.” [Ler]

Capítulo 24 Ver capítulo

1 Ao sair do templo, os dis­cípulos aproximaram-se de Jesus e fizeram-no apreciar as construções. [Ler]

2 Jesus, porém, respondeu-lhes: “Vedes todos estes edifícios? Em verdade vos declaro: não ficará aqui pedra sobre pedra; tudo será destruído”. [Ler]

3 Indo ele assentar-se no monte das Oliveiras, achegaram-se os discípulos e, estando a sós com ele, perguntaram-lhe: “Quando acontecerá isto? E qual será o sinal de tua volta e do fim do mundo?”.* [Ler]

4 Respondeu-lhes Jesus: “Cuidai que ninguém vos seduza.* [Ler]

5 Muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu o Cristo. E seduzirão a muitos. [Ler]

6 Ouvireis falar de guerras e de rumores de guerra. Atenção: que isso não vos perturbe, porque é preciso que isso aconteça. Mas ainda não será o fim. [Ler]

7 Irá levantar-se nação contra nação, reino contra reino, e haverá fome, peste e grandes desgraças em diversos lugares. [Ler]

8 Tudo isso será apenas o início das dores. [Ler]

9 Então, sereis entregues aos tormentos, sereis mortos e sereis por minha causa, sereis objeto de ódio para todas as nações. [Ler]

10 Muitos sucumbirão, serão traídos mutuamente e mutuamente se odiarão. [Ler]

11 Irão levantar-se muitos falsos profetas e seduzirão a muitos. [Ler]

12 E, ante o progresso crescente da iniquidade, a caridade de muitos esfriará. [Ler]

13 Entretanto, aquele que perseverar até o fim será salvo. [Ler]

14 Este Evangelho do Reino será pregado pelo mundo inteiro para servir de testemunho a todas as nações, e então chegará o fim. [Ler]

15 Quando virdes estabelecida no lugar santo a abominação da desolação que foi predita pelo profeta Daniel (9,27) – o leitor entenda bem –,* [Ler]

16 então os habitantes da Judeia fujam para as montanhas. [Ler]

17 Aquele que está no terraço da casa não desça para tomar o que está em sua casa. [Ler]

18 E aquele que está no campo não volte para buscar suas vestimentas. [Ler]

19 Ai das mulheres que estiverem grávidas ou amamentarem naqueles dias! [Ler]

20 Rogai para que vossa fuga não seja no inverno, nem em dia de sábado;* [Ler]

21 porque então a tribulação será tão grande como nunca foi vista, desde o começo do mundo até o presente, nem jamais será. [Ler]

22 Se aqueles dias não fossem abreviados, criatura alguma escaparia; mas, por causa dos escolhidos, aqueles dias serão abreviados. [Ler]

23 Então, se alguém vos disser: Eis, aqui está o Cristo! Ou: Ei-lo acolá!, não creiais.* [Ler]

24 Porque se levantarão falsos cristos e falsos profetas, que farão milagres a ponto de seduzir, se isso fosse possível, até mesmo os escolhidos. [Ler]

25 Eis que estais prevenidos. [Ler]

26 Se, pois, vos disserem: Vinde, ele está no deserto, não saiais. Ou: Lá está ele em casa, não o creiais. [Ler]

27 Porque, como o relâmpago parte do Oriente e ilumina até o Ocidente, assim será a volta do Filho do Homem. [Ler]

28 Onde houver um cadáver, aí se ajuntarão os abutres”. [Ler]

29 “Logo após esses dias de tribulação, o sol escurecerá, a lua não terá claridade, cairão do céu as estrelas e as potências dos céus serão abaladas. [Ler]

30 Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem. Todas as tribos da terra baterão no peito e verão o Filho do Homem vir sobre as nuvens do céu cercado de glória e de majestade. [Ler]

31 Ele enviará seus anjos com estridentes trombetas, e juntarão seus escolhidos dos quatro ventos, de uma extremidade do céu à outra. [Ler]

32 Compreendei isso pela comparação da figueira: quando seus ramos estão tenros e crescem as folhas, pressentis que o verão está próximo. [Ler]

33 Do mesmo modo, quando virdes tudo isso, sabei que o Filho do Homem está próximo, à porta. [Ler]

34 Em verdade vos declaro: não passará esta geração antes que tudo isso aconteça.* [Ler]

35 O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão. [Ler]

36 Quanto àquele dia e àquela hora, ninguém o sabe, nem mesmo os anjos do céu, mas somente o Pai.* [Ler]

37 Assim como foi nos tempos de Noé, assim acontecerá na vinda do Filho do Homem. [Ler]

38 Nos dias que precederam o dilúvio, comiam, bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. [Ler]

39 E os homens de nada sabiam, até o momento em que veio o dilúvio e os levou a todos. Assim será também na volta do Filho do Homem. [Ler]

40 Dois homens estarão no campo: um será tomado, o outro será deixado. [Ler]

41 Duas mulheres estarão moendo no mesmo moinho: uma será tomada e a outra será deixada. [Ler]

42 Vigiai, pois, porque não sabeis a hora em que virá o Senhor. [Ler]

43 Sabei que se o pai de família soubesse em que hora da noite viria o ladrão, vigiaria e não deixaria arrombar a sua casa. [Ler]

44 Por isso, estai também vós preparados porque o Filho do Homem virá numa hora em que menos pensardes.” [Ler]

45 “Quem é, pois, o servo fiel e prudente que o Senhor constituiu sobre os de sua família, para dar-lhes o alimento no momento oportuno? [Ler]

46 Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, na sua volta, encontrar procedendo assim! [Ler]

47 Em verdade vos digo: ele o estabelecerá sobre todos os seus bens. [Ler]

48 Mas, se é um mau servo que imagina consigo: [Ler]

49 ‘Meu senhor tarda a vir’, e se põe a bater em seus companheiros e a comer e a beber com os ébrios, [Ler]

50 o senhor desse servo virá no dia em que ele não o espera e na hora em que ele não sabe, [Ler]

51 e o despedirá e o mandará ao destino dos hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes.” [Ler]

Capítulo 25 Ver capítulo

1 “Então, o Reino dos Céus será semelhante a dez virgens, que saíram com suas lâmpadas ao encontro do esposo.* [Ler]

2 Cinco dentre elas eram tolas e cinco, prudentes. [Ler]

3 Tomando suas lâmpadas, as tolas não levaram óleo consigo. [Ler]

4 As prudentes, todavia, levaram de reserva vasos de óleo junto com as lâmpadas. [Ler]

5 Tardando o esposo, cochilaram todas e adormeceram. [Ler]

6 No meio da noite, porém, ouviu-se um clamor: Eis o esposo, ide-lhe ao encontro. [Ler]

7 E as virgens levantaram-se todas e prepararam suas lâmpadas. [Ler]

8 As tolas disseram às prudentes: Dai-nos de vosso óleo, porque nossas lâmpadas se estão apagando. [Ler]

9 As prudentes responderam: Não temos o suficiente para nós e para vós; é preferível irdes aos vendedores, a fim de o comprar para vós. [Ler]

10 Ora, enquanto foram comprar, veio o esposo. As que estavam preparadas entraram com ele para a sala das bodas e foi fechada a porta. [Ler]

11 Mais tarde, chegaram também as outras e diziam: Se­nhor, senhor, abre-nos! [Ler]

12 Mas ele respondeu: Em verdade vos digo: não vos conheço! [Ler]

13 Vigiai, pois, porque não sabeis nem o dia nem a hora.” [Ler]

14 “Será também como um ho­mem que, tendo de viajar, reuniu seus servos e lhes confiou seus bens. [Ler]

15 A um deu cinco talentos; a outro, dois; e a outro, um, segundo a capacidade de cada um. Depois partiu. [Ler]

16 Logo em seguida, o que recebeu cinco talentos negociou com eles; fê-los produzir, e ganhou outros cinco. [Ler]

17 Do mesmo modo, o que recebeu dois, ganhou outros dois. [Ler]

18 Mas, o que recebeu apenas um, foi cavar a terra e escondeu o dinheiro de seu senhor. [Ler]

19 Muito tempo depois, o senhor daqueles servos voltou e pediu-lhes contas. [Ler]

20 O que recebeu cinco talen­tos aproximou-se e apresentou outros cinco: ‘Senhor’ – disse-lhe –, ‘confiaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco que ganhei’. [Ler]

21 Disse-lhe seu senhor: ‘Muito bem, servo bom e fiel; já que foste fiel no pouco, eu te confiarei muito. Vem regozijar-te com teu senhor’. [Ler]

22 O que recebeu dois talentos adiantou-se também e disse: ‘Se­nhor, confias­te-me dois talentos; eis aqui os dois outros que lucrei’. [Ler]

23 Disse-lhe seu senhor: ‘Muito bem, servo bom e fiel; já que foste fiel no pouco, eu te confiarei muito. Vem regozijar-te com teu senhor’. [Ler]

24 Veio, por fim, o que recebeu só um talento: ‘Senhor, disse-lhe, sabia que és um homem duro, que colhes onde não semeaste e recolhes onde não espalhaste. [Ler]

25 Por isso, tive medo e fui esconder teu talento na terra. Eis aqui, toma o que te pertence’. [Ler]

26 Respondeu-lhe seu senhor: ‘Servo mau e preguiçoso! Sabias que colho onde não semeei e que recolho onde não espalhei. [Ler]

27 Devias, pois, levar meu dinheiro ao banco e, à minha volta, eu receberia com os juros o que é meu. [Ler]

28 Tirai-lhe este talento e dai-o ao que tem dez. [Ler]

29 Será dado ao que tem e terá em abundância. Mas ao que não tem será tirado mesmo aquilo que julga ter. [Ler]

30 E a esse servo inútil, jogai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes’.” [Ler]

31 “Quando o Filho do Homem voltar na sua glória e todos os anjos com ele, se sentará no seu trono glorioso. [Ler]

32 Todas as nações se reu­nirão diante dele e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. [Ler]

33 Colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. [Ler]

34 Então, o Rei dirá aos que estão à direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo, [Ler]

35 porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era pere­grino e me acolhestes; [Ler]

36 nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim’. [Ler]

37 Os justos lhe perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede e te demos de beber? [Ler]

38 Quando foi que te vimos peregrino e te acolhemos, nu e te vestimos? [Ler]

39 Quando foi que te vimos enfermo ou na prisão e te fomos visitar?’. [Ler]

40 Responderá o Rei: ‘Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isso a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes.’ [Ler]

41 Ele se voltará em seguida para os da sua esquerda e lhes dirá: ‘Retirai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno destinado ao demônio e aos seus anjos.* [Ler]

42 Porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber; [Ler]

43 era peregrino e não me acolhes­tes; nu e não me vestistes; enfermo e na prisão e não me visitastes’. [Ler]

44 Também estes lhe perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, peregrino, nu, enfermo, ou na prisão e não te socorremos?’. [Ler]

45 E ele responderá: ‘Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que deixastes de fazer isso a um destes peque­ninos, foi a mim que o dei­xastes de fazer’. [Ler]

46 “E estes irão para o castigo eterno, e os justos, para a vida eterna.” [Ler]

Capítulo 26 Ver capítulo

1 Quando Jesus acabou todos esses discursos, disse a seus discípulos: [Ler]

2 “Sabeis que daqui a dois dias será a Páscoa, e o Filho do Homem será traído para ser crucificado”. [Ler]

3 Então, os príncipes dos sacer­dotes e os anciãos do povo reuniram-se no pátio do sumo sacerdote, chamado Caifás, [Ler]

4 e deliberaram sobre os meios de prender Jesus por astúcia e de o matar. [Ler]

5 E dizi­am: “Sobretudo, não seja durante a festa. Poderá haver um tumulto entre o povo”. [Ler]

6 Encontrava-se Jesus em Betânia, na casa de Simão, o leproso. [Ler]

7 Estando à mesa, aproximou-se dele uma mulher com um vaso de alabastro, cheio de perfume muito caro, e derramou-o na sua cabeça. [Ler]

8 Vendo isso, os discípulos disseram indignados: “Para que este desperdício? [Ler]

9 Poderia vender este perfume por um bom preço e dar o dinheiro aos pobres”. [Ler]

10 Jesus ouviu-os e disse-lhes: “Por que molestais esta mulher? É uma ação boa o que ela me fez. [Ler]

11 Pobres vós tereis sempre convosco. A mim, porém, nem sempre me tereis. [Ler]

12 Derramando esse perfume em meu corpo, ela o fez em vista da minha sepultura.* [Ler]

13 Em verdade eu vos digo: em toda parte onde for pregado este Evangelho pelo mundo inteiro, será contado em sua memória o que ela fez”. [Ler]

14 Então, um dos Doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes e perguntou-lhes: [Ler]

15 “Que quereis dar-me e eu vo-lo entregarei”. Ajustaram com ele trinta moedas de prata.* [Ler]

16 E desde aquele instante, procurava uma ocasião favorável para entregar Jesus. [Ler]

17 No primeiro dia dos ázimos, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram-lhe: “Onde queres que preparemos a ceia pascal?”.* [Ler]

18 Respondeu-lhes Jesus: “Ide à cidade, à casa de um tal, e dizei-lhe: O Mestre manda dizer-te: Meu tempo está próximo. É em tua casa que celebrarei a Páscoa com meus discípulos”. [Ler]

19 Os discípulos fizeram o que Jesus tinha ordenado e prepararam a Páscoa. [Ler]

20 Ao declinar da tarde, pôs-se Jesus à mesa com os doze discípulos. [Ler]

21 Durante a ceia, disse: “Em verdade vos digo: um de vós me há de trair”. [Ler]

22 Com profunda aflição, cada um começou a perguntar: “Sou eu, Senhor?”. [Ler]

23 Respondeu ele: “Aquele que pôs comigo a mão no prato, esse me trairá. [Ler]

24 O Filho do Homem vai, como dele está escrito. Mas ai daquele homem por quem o Filho do Homem é traído! Seria melhor para esse homem que jamais tivesse nascido!”. [Ler]

25 Judas, o traidor, tomou a palavra e perguntou: “Mestre, serei eu?”. “Sim” – disse Jesus. [Ler]

26 Durante a refeição, Jesus tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: “Tomai e comei, isto é meu corpo”. [Ler]

27 Tomou depois o cálice, rendeu graças e deu-lho, dizendo: “Bebei dele todos, [Ler]

28 porque isto é meu sangue, o sangue da Nova Aliança, derramado por muitos homens em remissão dos pecados.* [Ler]

29 Digo-vos: doravante não beberei mais desse fruto da vinha até o dia em que o beberei de novo convosco no Reino de meu Pai”. [Ler]

30 Depois do canto dos Salmos, dirigiram-se eles para o monte das Oliveiras. [Ler]

31 Disse-lhes então Jesus: “Esta noite serei para todos vós uma ocasião de queda; porque está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho serão dispersadas ( [Ler]

32 Mas, depois da minha Ressurreição, eu vos precederei na Galileia”. [Ler]

33 Pedro interveio: “Mesmo que sejas para todos uma ocasião de queda, para mim jamais o serás”. [Ler]

34 Disse-lhe Jesus: “Em verdade te digo: nesta noite mesma, antes que o galo cante, três vezes me negarás”. [Ler]

35 Respondeu-lhe Pedro: “Mesmo que seja necessário morrer contigo, jamais te negarei!”. E todos os outros discípulos diziam-lhe o mesmo. [Ler]

36 Retirou-se Jesus com eles para um lugar chamado Getsêmani e disse-lhes: “Assentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar...* [Ler]

37 E, tomando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se. [Ler]

38 Disse-lhes, então: “Minha alma está triste até a morte. Ficai aqui e vigiai comigo”. [Ler]

39 Adiantou-se um pouco e, prostrando-se com a face por terra, assim rezou: “Meu Pai, se é possível, afasta de mim este cálice! Todavia, não se faça o que eu quero, mas sim o que tu queres”. [Ler]

40 Foi ter então com os discípulos e os encontrou dormindo. E disse a Pedro: “Então, não pudestes vigiar uma hora comigo... [Ler]

41 Vigiai e orai para que não entreis em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca”. [Ler]

42 Afastou-se pela segunda vez e orou, dizendo: “Meu Pai, se não é possível que este cálice passe sem que eu o beba, faça-se a tua vontade!” [Ler]

43 Voltou ainda e os encontrou novamente dormindo, porque seus olhos estavam pesados. [Ler]

44 Deixou-os e foi orar pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras. [Ler]

45 Voltou, então, para os seus discípulos e disse-lhes: “Dormi agora e repousai! Chegou a hora: o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos pecadores... [Ler]

46 Levantai-vos, vamos! Aquele que me trai está perto daqui”. [Ler]

47 Jesus ainda falava, quando veio Judas, um dos Doze, e com ele uma multidão de gente armada de espadas e cacetes, enviada pelos príncipes dos sacerdotes e pelos anciãos do povo. [Ler]

48 O traidor combinara com eles este sinal: “Aquele que eu beijar, é ele. Prendei-o!”. [Ler]

49 Aproximou-se imediatamente de Jesus e disse: “Salve, Mestre”. E beijou-o. [Ler]

50 Disse-lhe Jesus: “É, então, para isso que vens aqui?”. Em seguida, adiantaram-se eles e lançaram mão em Jesus para prendê-lo. [Ler]

51 Mas um dos companheiros de Jesus desembainhou a espada e feriu um servo do sumo sacerdote, decepando-lhe a orelha. [Ler]

52 Jesus, no entanto, lhe dis­se: “Embainha tua espada, porque todos aqueles que usarem da espada, pela espada morrerão. [Ler]

53 Crês tu que não posso invocar meu Pai e ele não me enviaria imediatamente mais de doze legiões de anjos? [Ler]

54 Mas como se cumpririam então as Escrituras, segundo as quais é preciso que seja assim?”. [Ler]

55 Depois, voltando-se para a turba, falou: “Saístes armados de espadas e porretes para prender-me, como se eu fosse um malfeitor. Entretanto, todos os dias estava eu sentado entre vós ensinando no templo e não me prendestes. [Ler]

56 Mas tudo isto aconteceu porque era necessário que se cumprissem os oráculos dos profetas”. Então, os discípulos o abandonaram e fugiram. [Ler]

57 Os que haviam prendido Jesus levaram-no à casa do sumo sacerdote Caifás, onde estavam reu­nidos os escribas e os anciãos do povo. [Ler]

58 Pedro seguia-o de longe, até o pátio do sumo sacerdote. Entrou e sentou-se junto aos criados para ver como terminaria aquilo. [Ler]

59 Enquanto isso, os príncipes dos sacerdotes e todo o conselho procuravam um falso testemunho contra Jesus, a fim de o levarem à morte. [Ler]

60 Mas não o conseguiram, embora se apresentassem muitas falsas testemunhas. [Ler]

61 Por fim, apresentaram-se duas testemunhas, que disseram: “Este homem disse: Posso destruir o Templo de Deus e reedificá-lo em três dias”.* [Ler]

62 Levantou-se o sumo sacerdote e lhe perguntou: “Nada tens a responder ao que essa gente depõe contra ti?”. [Ler]

63 Jesus, no entanto, permanecia calado. Disse-lhe o sumo sacerdote: “Por Deus vivo, conjuro-te que nos digas se és o Cristo, o Filho de Deus?”. [Ler]

64 Jesus respondeu: “Sim. Além disso, eu vos declaro que vereis doravante o Filho do Homem sentar-se à direita do Todo-poderoso, e voltar sobre as nuvens do céu”. [Ler]

65 A essas palavras, o sumo sacerdote rasgou suas vestes, exclamando: “Que necessidade temos ainda de testemunhas? Acabastes de ouvir a blasfêmia! [Ler]

66 Qual o vosso parecer?”. Eles responderam: “Merece a morte!”. [Ler]

67 Cuspiram-lhe então na face, bateram-lhe com os punhos e deram-lhe tapas, [Ler]

68 dizendo: “Adi­vinha, ó Cristo: quem te bateu?”. (= [Ler]

69 Enquanto isso, Pedro estava sentado no pátio. Aproximou-se dele uma das servas, dizendo: “Também tu estavas com Jesus, o Galileu”. [Ler]

70 Mas ele negou publicamente, nestes termos: “Não sei o que dizes”. [Ler]

71 Dirigia-se ele para a porta, a fim de sair, quando outra criada o viu e disse aos que lá estavam: “Este homem também estava com Jesus de Nazaré”. [Ler]

72 Pedro, pela segunda vez, negou com juramento: “Eu nem conheço tal homem”. [Ler]

73 Pouco depois, os que ali estavam aproximaram-se de Pedro e disseram: “Sim, tu és daqueles; teu modo de falar te dá a conhecer”. [Ler]

74 Pedro, então, começou a fazer imprecações, jurando que nem sequer conhecia tal homem. E, neste momento, cantou o galo. [Ler]

75 Pedro recordou-se do que Jesus lhe dissera: “Antes que o galo cante, tu me negarás três vezes”. E saindo, chorou amargamente. [Ler]

Capítulo 27 Ver capítulo

1 Chegando a manhã, todos os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo reuniram-se em conselho para entregar Jesus à morte. [Ler]

2 Ligaram-no e o levaram ao governador Pilatos.* [Ler]

3 Judas, o traidor, vendo-o então condenado, toma­do de remorsos, foi devolver aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos as trinta moedas de prata, [Ler]

4 dizendo-lhes: “Pequei, entregando o sangue de um justo”. Responderam-lhe: “Que nos importa? Isto é lá contigo!”. [Ler]

5 Ele jogou então no templo as moe­das de prata, saiu e foi enforcar-se. [Ler]

6 Os príncipes dos sacerdotes tomaram o dinheiro e disseram: “Não é permitido lançá-lo no tesouro sagrado, porque se trata de preço de sangue”. [Ler]

7 Depois de haverem deliberado, compraram com aquela soma o campo do Oleiro, para que ali se fizesse um cemitério de estrangeiros. [Ler]

8 Essa é a razão por que aquele terreno é chamado, ainda hoje, “Campo de Sangue”. [Ler]

9 Assim se cumpriu a profecia do profeta Jere­mias: Eles receberam trinta moedas de prata, preço daquele cujo valor foi estimado pelos filhos de Israel;* [Ler]

10 e deram-no pelo campo do Oleiro, como o Senhor me havia prescrito. [Ler]

11 Jesus compareceu diante do governador, que o interrogou: “És o rei dos judeus?”. “Sim” –, respondeu-lhe Jesus. [Ler]

12 Ele, porém, nada respondia às acusações dos príncipes dos sacerdotes e dos anciãos. [Ler]

13 Perguntou-lhe Pilatos: “Não ouves todos os testemunhos que levantam contra ti?”. [Ler]

14 Mas, para grande admiração do governador, não quis responder a nenhuma acusação. [Ler]

15 Era costume que o governador soltasse um preso a pedido do povo em cada festa de Páscoa. [Ler]

16 Ora, havia naquela ocasião um prisio­neiro famoso, chamado Barra­bás. [Ler]

17 Pilatos dirigiu-se ao povo reunido: “Qual quereis que eu vos solte: Barrabás ou Jesus, que se chama Cristo?”. [Ler]

18 (Ele sabia que tinham entregue Jesus por inveja.) [Ler]

19 Enquanto estava sentado no tribunal, sua mulher lhe mandou dizer: “Nada faças a esse justo. Fui hoje atormentada por um sonho que lhe diz respeito”. [Ler]

20 Mas os príncipes dos sacerdotes e os anciãos persuadiram o povo que pedisse a libertação de Barrabás e fizesse morrer Jesus. [Ler]

21 O governador tomou então a palavra: “Qual dos dois quereis que eu vos solte?”. Res­ponderam: “Barrabás!”. [Ler]

22 Pilatos perguntou: “Que farei então de Jesus, que é chamado o Cristo?”. Todos responderam: “Seja crucificado!”. [Ler]

23 O governador tornou a perguntar: “Mas que mal fez ele?”. E gritavam ainda mais forte: “Seja crucificado!”. [Ler]

24 Pilatos viu que nada adiantava, mas que, ao contrário, o tumulto crescia. Fez com que lhe trouxessem água, lavou as mãos diante do povo e disse: “Sou inocente do sangue deste homem. Isto é lá convosco!”. [Ler]

25 E todo o povo respondeu: “Caia sobre nós o seu sangue e sobre nossos filhos!”. [Ler]

26 Libertou então Barrabás, mandou açoitar Jesus e lho entregou para ser crucificado. [Ler]

27 Os soldados do governador conduziram Jesus para o pretório e rodearam-no com todo o pelotão. [Ler]

28 Arrancaram-lhe as vestes e colocaram-lhe um manto escarlate. [Ler]

29 Depois, trançaram uma coroa de espinhos, meteram-lha na cabeça e puseram-lhe na mão uma vara. Dobrando os joelhos diante dele, diziam com escárnio: “Salve, rei dos judeus!”. [Ler]

30 Cuspiam-lhe no rosto e, tomando da vara, davam-lhe golpes na cabeça. [Ler]

31 Depois de escarnecerem dele, tiraram-lhe o manto e entregaram-lhe as vestes. Em seguida, levaram-no para o crucificar. [Ler]

32 Saindo, encontraram um ho­mem de Cirene, chamado Simão, a quem obrigaram a levar a cruz de Jesus. [Ler]

33 Chegaram ao lugar chamado Gólgota, isto é, lugar do crânio. [Ler]

34 Deram-lhe de beber vinho misturado com fel. Ele provou, mas se recusou a beber.* [Ler]

35 Depois de o haverem crucificado, dividiram suas vestes entre si, tirando à sorte. Cumpriu-se assim a profecia do profeta: Repartiram entre si minhas vestes e sobre meu manto lançaram à sorte ( [Ler]

36 Sentaram-se e montaram guarda. [Ler]

37 Por cima de sua cabeça penduraram um escrito trazendo o motivo de sua crucificação: “Este é Jesus, o rei dos judeus”. [Ler]

38 Ao mesmo tempo foram crucificados com ele dois ladrões, um à sua direita e outro à sua esquerda. [Ler]

39 Os que passavam o injuriavam, sacudiam a cabeça e diziam: [Ler]

40 “Tu, que destróis o templo e o reconstróis em três dias, salva-te a ti mesmo! Se és o Filho de Deus, desce da cruz!”. [Ler]

41 Os príncipes dos sacerdotes, os escribas e os anciãos também zombavam dele: [Ler]

42 “Ele salvou a outros e não pode salvar-se a si mesmo! Se é rei de Israel, desça agora da cruz e nós creremos nele! [Ler]

43 Confiou em Deus, Deus o livre agora, se o ama, porque ele disse: Eu sou o Filho de Deus!”. [Ler]

44 E os ladrões, crucificados com ele, também o ultrajavam. [Ler]

45 Desde a hora sexta até a nona, cobriu-se toda a terra de trevas. [Ler]

46 Próximo da hora nona, Jesus exclamou em voz forte: “Eli, Eli, lammá sabactáni?” – o que quer dizer: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”.* [Ler]

47 A essas palavras, alguns dos que lá estavam diziam: “Ele chama por Elias”. [Ler]

48 Imedia­tamente, um deles tomou uma esponja, embebeu-a em vinagre e apresentou-lha na ponta de uma vara para que bebesse. [Ler]

49 Os outros diziam: “Deixa! Vejamos se Elias virá socorrê-lo”. [Ler]

50 Jesus de novo lançou um grande brado, e entregou a alma. [Ler]

51 E eis que o véu do templo se rasgou em duas partes de alto a baixo, a terra tremeu, fenderam-se as rochas.* [Ler]

52 Os sepulcros se abriram e os corpos de muitos justos ressuscitaram. [Ler]

53 Saindo de suas sepulturas, entraram na cidade santa depois da ressurreição de Jesus e apareceram a muitas pessoas. [Ler]

54 O centurião e seus homens que montavam guarda a Jesus, dian­te do estremecimento da terra e de tudo o que se passava, disseram entre si, possuídos de grande temor: “Verdadeiramente, este homem era Filho de Deus!”. [Ler]

55 Havia ali também algumas mulheres que de longe olha­vam; tinham seguido Jesus desde a Galileia para o servir. [Ler]

56 Entre elas se achavam Maria Madalena e Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu. [Ler]

57 À tardinha, um homem rico de Arimateia, chamado José, que era também discípulo de Jesus, [Ler]

58 foi procurar Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. Pilatos cedeu-o. [Ler]

59 José tomou o corpo, envolveu-o num lençol branco [Ler]

60 e o depositou num sepulcro novo, que tinha mandado talhar para si na rocha. Depois rolou uma grande pedra à entrada do sepulcro e foi-se embora. [Ler]

61 Maria Madalena e a outra Maria ficaram lá, sentadas defronte do túmulo. [Ler]

62 No dia seguinte, isto é, o dia seguinte ao da Preparação, os prínci­pes dos sacerdotes e os fariseus dirigiram-se todos juntos à casa de Pilatos. [Ler]

63 E disseram-lhe: “Senhor, nós nos lembramos de que aquele impostor disse, enquanto vivia: Depois de três dias ressuscitarei. [Ler]

64 Ordena, pois, que seu sepulcro seja guardado até o terceiro dia. Os seus discípulos poderiam vir roubar o corpo e dizer ao povo: Ressuscitou dos mortos. E esta última impostura seria pior que a primeira”. [Ler]

65 Respondeu Pilatos: “Tendes uma guarda. Ide e guardai-o como o entendeis”. [Ler]

66 Foram, pois, e asseguraram o sepulcro, selando a pedra e colocando guardas. [Ler]

Capítulo 28 Ver capítulo

1 Depois do sábado, quando amanhecia o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a ou­tra Maria foram ver o túmulo. [Ler]

2 E eis que houve um violento tremor de terra: um anjo do Senhor desceu do céu, rolou a pedra e sentou-se sobre ela. [Ler]

3 Resplandecia como relâmpago e suas vestes eram brancas como a neve. [Ler]

4 Vendo isso, os guardas pensaram que morre­riam de pavor. [Ler]

5 Mas o anjo disse às mulheres: “Não temais! Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. [Ler]

6 Não está aqui: ressuscitou como disse. Vinde e vede o lugar em que ele repousou. [Ler]

7 Ide depressa e dizei aos discípulos que ele ressuscitou dos mortos. Ele vos precede na Galileia. Lá o haveis de rever, eu vo-lo disse”. [Ler]

8 Elas se afastaram prontamente do túmulo com certo receio, mas ao mesmo tempo com alegria, e correram a dar a Boa-Nova aos discípulos. [Ler]

9 Nesse momento, Jesus apresentou-se diante delas e disse-lhes: “Salve!”. Aproximaram-se elas e, prostradas diante dele, beijaram-lhe os pés. [Ler]

10 Disse-lhes Jesus: “Não temais! Ide dizer aos meus irmãos que se dirijam à Galileia, pois é lá que eles me verão”. [Ler]

11 Enquanto elas voltavam, alguns homens da guarda já estavam na cidade para anunciar o acontecimento aos príncipes dos sacerdotes. [Ler]

12 Reuniram-se estes em conselho com os anciãos. Deram aos soldados uma importante soma de dinheiro, ordenando-lhes: [Ler]

13 “Vós direis que seus discípulos vieram retirá-lo à noite, enquanto dormíeis. [Ler]

14 Se o governador vier a sabê-lo, nós o acalmaremos e vos tiraremos de dificuldades”. [Ler]

15 Os soldados receberam o dinheiro e seguiram suas instruções. E essa versão é ainda hoje espalhada entre os judeus. [Ler]

16 Os onze discípulos foram para a Galileia, para a montanha que Jesus lhes tinha designado. [Ler]

17 Quando o viram, adoraram-no; entretanto, alguns hesitavam ain­da. [Ler]

18 Mas Jesus, aproximando-se, lhes disse: “Toda autoridade me foi dada no céu e na terra. [Ler]

19 Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. [Ler]

20 Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo”. [Ler]

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