I Samuel - Livro Completo
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Capítulo 1 Ver capítulo

1 Houve um homem Efrateu de Ramatain — Sofim, do monte de Efraim , cujo nome era Elcana, filho de Jeroão, filho de Eliu, filho de Toú, filho de Suf. [Ler]

2 Teve duas mulheres, uma chamada Ana, e outra chamada Fenena. Fenena teve filhos; Ana, porém, não os tinha. [Ler]

3 Este homem, nos dias determinados, subia da sua cidade para adorar e oferecer sacrifícios ao Senhor dos exércitos em Silo. Assistiam ali dois filhos de Heli: Ofni e Finéias sacerdotes do Senhor. [Ler]

4 No dia em que Elcana oferecia um sacrifício, dava uma porção dobrada, porções (da vítima) a Fenena, sua mulher, e a todos os seus filhos e filhas. [Ler]

5 A Ana, porém, dava uma só porção, embora a amasse. Mas o Senhor tinha-a tornado estéril. [Ler]

6 A sua rival afligia-a também excessivamente, atormentava-a porque o Senhor a tinha tornado estéril. [Ler]

7 Elcana assim fazia todos os anos, quando chegava o tempo de irem ao templo do Senhor, e Fenena, do mesmo modo a provocava. Então, Ana chorava, e não comia. [Ler]

8 Dizia-lhe Eleana, seu marido; Ana, por que choras? não comes? por que se aflige o teu coração? porventura não sou eu melhor para ti, do que dez filhos? [Ler]

9 Ana levantou-se, depois de ter comido e bebido em Silo. Estando o pontífice Heli sentado na sua cadeira à porta do templo do Senhor, [Ler]

10 Ana, com o coração cheio do amargura, orou ao Senhor, derramando copiosas lágrimas, [Ler]

11 e fez um voto, dizendo: Senhor dos exércitos, se te dignares olhar para a aflição da tua serva, se te lembrares de mim, se não esqueceres a tua serva e lhe deres um filho varão, eu o darei ao Senhor durante todos os dias da sua vida, e não passará navalha sobre a sua cabeça. [Ler]

12 Aconteceu que, enquanto ela multiplicava as preces na presença do Senhor, Heli observava o movimento dos seus lábios. [Ler]

13 Ana falava no seu coração, e apenas se moviam os seus lábios, mas não se lhe ouvia palavra alguma. Julgou pois Heli que ela estava embriagada, [Ler]

14 e disse-lhe: Até quando estarás tu embriagada? Digere um pouco o vinho de que estás cheia. [Ler]

15 Ana, respondendo, disse: Não é assim, meu senhor; eu sou uma mulher muito infeliz, não bebi vinho, nem outra coisa que possa embriagar, mas dilatei a minha alma na presença do Senhor. [Ler]

16 Não tomes a tua escrava por uma das filhas de Belial, porque pela grandeza da minha dor e da minha aflição é que falei até agora. [Ler]

17 Então Heli disse-lhe: Vai em paz, e o Deus de Israel te conceda a súplica que lhe fizeste. [Ler]

18 Ela respondeu: Praza a Deus que a tua escrava ache graça aos teus olhos. E a mulher foi pelo seu caminho, e comeu, e o seu rosto já não era o mesmo. [Ler]

19 Levantaram-se de manhã, prostraram-se diante do Senhor, e voltaram para sua casa, em Rama. Elcana conheceu sua mulher Ana, e o Senhor lembrou-se dela. [Ler]

20 Assim sucedeu que, havendo Ana concebido, passado o seu tempo, deu à luz um filho, a que pôs o nome de Samuel, porque o tinha pedido ao Senhor. [Ler]

21 Subiu Elcana, seu marido, com toda a sua família, para oferecer ao Senhor o sacrifício anual e cumprir o seu voto. [Ler]

22 Ana não foi, porque disse ao seu marido: Eu não irei, antes que o menino esteja desleitado; então o levarei, para que apareça na presença do Senhor, e lá fique para sempre. [Ler]

23 Elcana, seu marido, disse-lhe: Faze o que te parecer bem; fica até o desleitares, e eu rogo ao Senhor que cumpra a sua palavra. Ficou pois Ana em casa, e deu leite a seu filho, até que o desleitou. [Ler]

24 Depois de o ter desleitado, levou-o consigo, e três novilhos, três alqueires de farinha, um cântaro de vinho, e levou-o à casa do Senhor em Silo. O menino era ainda pequenino. [Ler]

25 Sacrificaram um novilho, e apresentaram o menino a Heli. [Ler]

26 Ana disse: Ouve-me, senhor meu, por tua vida. Eu sou aquela mulher que esteve aqui em tua presença orando ao Senhor. [Ler]

27 Eu orei por este menino, e o Senhor concedeu-me a petição que lhe fiz. [Ler]

28 Portanto eu também o dou ao Senhor; durante todos os dias da sua vida, ele será dado ao Senhor. E adoraram ali o Senhor. Ana orou, dizendo: [Ler]

Capítulo 2 Ver capítulo

1 O meu coração exulta no Senhor, e a minha força foi exaltada pelo meu Deus; a minha boca abriu-se para responder aos meus inimigos, porque me alegrei na salvação que recebi de ti. [Ler]

2 Não há quem seja santo como o Senhor, porque não há outro (Deus) fora de ti, não há quem seja forte como o nosso Deus. [Ler]

3 Não queirais multiplicar palavras altivas, vangloriando-vos; afaste-se da vossa boca a linguagem arrogante, porque o Senhor é o Deus das ciências, e as acções (do homem) não subsistem. [Ler]

4 O arco dos fortes quebrou-se, e os fracos foram revestidos de força. [Ler]

5 Os que, antes, estavam cheios de bens, assalariaram-se para terem pão; os famintos foram saciados; até a estéril teve sete filhos, e a que tinha muitos, perdeu a força (de os ter). [Ler]

6 O Senhor é quem tira a vida e a dá, leva à habitação dos mortos e tira dela. [Ler]

7 O Senhor é quem empobrece e enriquece, quem humilha e exalta. [Ler]

8 Levanta o pobre do pó, e do esterco eleva o indigente, para que se sente com os príncipes, e ocupe um trono de glória. Porque do Senhor são as colunas da terra, sobre elas pôs o mundo. [Ler]

9 Ele guardará os pés dos seus santos, e os impios perecerão nas trevas; porque o homem não vencerá pela sua robustez, [Ler]

10 Tremerão diante do Senhor os seus inimigos, e ele trovejará sobre eles dos céus; o Senhor julgará as extremidades da terra, e dará o império ao seu rei, e exaltará a cabeça do seu ungido. [Ler]

11 Depois disto, Elcana retirou-se para sua casa em Rama, e o menino servia na presença do Senhor, sob a direcção do sacerdote Heli. [Ler]

12 Ora os filhos de Heli eram filhos de Belial (pela sua impiedade), não conheciam o Senhor, [Ler]

13 nem as obrigações de sacerdotes para com o povo. Quando alguém imolava uma vítima, vinha o servo do sacerdote, enquanto se coziam as carnes, com um garfo de três dentes na mão, [Ler]

14 e metia-o no caldeirão, ou na caldeira, ou na panela, ou na marmita, e, tudo o que o garfo trazia, tomava-o para o sacerdote; assim faziam a todos os Israelitas que iam a Silo. [Ler]

15 Mesmo antes que queimassem a gordura, ia o servo do sacerdote e dizia ao que imolava: Dá-me carne, a fim de a cozer para o sacerdote, porque eu não receberei de ti carne cozida, mas crua. [Ler]

16 O imolante dizia-lhe: Queime-se hoje primeiro a gordura, como é costume, e depois toma para ti quanto quiseres. Ele respondia, dizendo: Não; hás-de dar-ma agora, senão tirar-te-ei à força. [Ler]

17 Era pois muito grande o pecado destes jovens diante do Senhor, porque retraiam os homens do sacrifício do Senhor. [Ler]

18 Entretanto o menino Samuel servia diante do Senhor revestido de um éfode de linho. [Ler]

19 Sua mãe fazia-lhe uma pequena túnica, que lhe levava, de ano a ano, quando ia com seu marido oferecer o sacrifício anual. [Ler]

20 Heli abençoou Elcana e sua mulher dizendo: O Senhor te dê sucessão desta mulher, em recompensa da prenda que ela ofereceu ao Senhor. E eles voltaram para sua casa. [Ler]

21 O Senhor visitou Ana, e ela concebeu e deu à luz três filhos e duas filhas. O menino Samuel ia crescendo diante do Senhor. [Ler]

22 Heli era muito velho, e soube tudo o que seus filhos faziam a todos os de Israel, e que dormiam com as mulheres que vigiavam a porta do tabernáculo. [Ler]

23 (Em vez de os castigar com severidade) disse-lhes (sòmente): Por que fazeis estas coisas péssimas, que eu ouço de todo o povo? [Ler]

24 Não procedais assim, meus filhos, porque não é boa a fama, que eu ouço. Estais a fazer pecar o povo do Senhor. [Ler]

25 Se um homem pecar contra outro, está no meio Deus, que pode aplacar o ofendido; mas, se um homem pecar contra o Senhor quem intercederá por ele? Mas eles não ouviram a voz de seu pai, porque o Senhor queria faze-los morrer. [Ler]

26 Entretanto o menino Samuel crescia, e era agradável tanto ao Senhor como aos homens. [Ler]

27 Um homem de Deus foi ter com Heli e disse-lhe: Eis o que disse o Senhor: Porventura não me revelei eu visivelmente à casa de teu pai, quando eles estavam no Egipto na casa de Faraó? [Ler]

28 Eu o escolhi entre todas de as tribos de Israel para meu sacerdote, para subir ao meu altar, para me queimar incenso, e para trazer o éfode diante de mim. De todos os sacrifícios de combustão dos filhos do Israel dei parte à casa de teu pai. [Ler]

29 Por que calcastes vós aos pés as minhas vítimas e os meus dons, que eu mandei que fossem oferecidos no templo? Por que honraste tu mais os teus filhos do que a mim, comendo com eles as primícias de todos os sacrifícios de Israel, meu povo? [Ler]

30 Portanto o Senhor Deus de Israel diz: Eu disse e repeti que a tua casa e a casa de teu pai serviria para sempre (no sumo sacerdócio) diante da minha face. Mas agora o Senhor diz: Longe de mim tal coisa; antes, glorificarei a quem me glorificar, e desprezarei a quem me desprezar. [Ler]

31 Chegam-se os dias, em que eu cortarei o teu braço e o braço da casa de teu pai, de tal modo que não haja nenhum velho em tua casa. [Ler]

32 No meio de todas as prosperidades de Israel, verás o teu émulo no templo, e não haverá velho algum em tua casa. [Ler]

33 Todavia não tirarei de todo do meu altar os teus descendentes, de modo que os teus olhos se escureçam e a tua alma se consuma (de dor na pessoa dos teus descendentes), mas todos os de tua casa morrerão, ao chegarem à idade varonil. [Ler]

34 Servirá para ti de sinal o que acontecerá aos teus dois filhos, Ofni e Finéias: Ambos morrerão no mesmo dia. [Ler]

35 Suscitarei para mim um sacerdote fiel, que procederá segundo o meu coração e a minha alma, edificar-lhe-ei uma casa fiel, e ele andará sempre diante do meu ungido. [Ler]

36 Então acontecerá que todo aquele que restar da tua casa, virá prostrar-se diante dele, para ter uma moeda de prata e uma torta de pão, e dirá: Rogo-te que me admitas a alguma função sacerdotal, a fim de que eu tenha um bocado de pão para comer. [Ler]

Capítulo 3 Ver capítulo

1 Entretanto o menino Samuel servia o Senhor sob a direcção de Heli. A palavra do Senhor era rara, naqueles dias, e a visão não era freqüente. [Ler]

2 Ora aconteceu, certo dia, que Heli estava deitado no seu aposento. (Os seus olhos tinham-se escurecido, e não podia ver). [Ler]

3 Antes que fosse apagada a lâmpada de Deus, Samuel dormia no templo do Senhor, onde estava a arca de Deus. [Ler]

4 O Senhor chamou Samuel, o qual respondendo, disse: Eis-me aqui. [Ler]

5 Samuel correu a Heli e disse: Eis-me aqui, pois tu me chamaste. Ele respondeu: Não te chamei; volta e dorme. E ele retirou-se e dormiu. [Ler]

6 O Senhor voltou novamente a chamar Samuel. Samuel, levantando-se, foi a Heli e disse: Eis-me aqui, pois me chamaste. Heli respondeu: Não te chamei, meu filho; volta e dorme. [Ler]

7 Samuel ainda não conhecia o Senhor, porque não lhe tinha sido ainda revelada a palavra do Senhor. [Ler]

8 O Senhor voltou novamente a chamar Samuel pela terceira vez. Ele, levantando-se, foi a Heli, [Ler]

9 e disse: Eis-me aqui, pois me chamaste. Compreendeu então Heli que o Senhor chamava o menino, e disse a Samuel: Vai e dorme. Se te chamarem outra vez, dirás: Fala, Senhor, porque o teu servo escuta. Samuel, pois, retirou-se e dormiu no seu aposento. [Ler]

10 O Senhor veio, parou e chamou como das outras vezes: Samuel, Samuel. Samuel respondeu-lhe: Fala, Senhor, porque o teu servo escuta. [Ler]

11 O Senhor disse a Samuel: Vou fazer uma coisa em Israel, que, a todo o que a ouvir, fará que fiquem retinindo ambos os ouvidos (de terror). [Ler]

12 Naquele dia cumprirei contra Heli todas as coisas que, disse sobre a sua casa; começarei e acabarei. [Ler]

13 Eu predisse-lhe que exerceria o meu juízo contra a sua casa para sempre, por causa da iniquidade, que ele sabia que seus filhos cometiam, procedendo indignamente, e que não corrigiu (como devia). [Ler]

14 Por isso jurei à casa de Heli que a iniquidade da sua casa jamais se expiaria com vítimas nem com ofertas. [Ler]

15 Samuel dormiu até pela manhã; depois abriu as portas da casa do Senhor. Samuel temia dizer a Heli a visão. [Ler]

16 Porém Heli chamou Samuel e disse: Samuel, meu filho! Ele respondeu: Eis-me aqui. [Ler]

17 Heli perguntou-lhe: Qual é a palavra que o Senhor te disse? Não mo encubras, te peço; o Senhor te trate com toda a severidade, se me encobrires alguma das palavras que te foram ditas. [Ler]

18 Samuel, pois descobriu-lhe todas as palavras sem lhe ocultar nada. Heli respondeu: Ele é o Senhor; faça o que for agradável aos seus olhos. [Ler]

19 Samuel crescia, e o Senhor era com ele, e nenhuma das suas palavras caiu no chão. [Ler]

20 Todo Israel, desde Dan até Bersabée, conheceu que Samuel era um fiel profeta do Senhor. [Ler]

21 O Senhor continuou a aparecer em Silo, porque em Silo é que o Senhor se manifestara a Samuel, segundo a palavra do Senhor. E a palavra de Samuel chegou a todo o Israel. [Ler]

Capítulo 4 Ver capítulo

1 Aconteceu naqueles dias que os Filisteus se reuniram para fazer guerra aos Israelitas; Israel saiu ao encontro dos Filisteus, para os combater, e acampou junto da Pedra do socorro. Os Filisteus, porém, foram a Afec, [Ler]

2 e dispuzeram-se para pelejar contra Israel. Travada a batalha, Israel voltou as costas aos Filisteus, e foram mortos naquele combate por aqui e por ali, pelos campos, cerca de quatro mil homens. [Ler]

3 Depois que o povo voltou para o arraial, os anciães de Israel disseram: Por que nos destroçou hoje o Senhor diante dos Filisteus? Façamos vir para nós de Silo a arca da aliança do Senhor; venha para o meio de nós, para que nos salve da mão de nossos inimigos. [Ler]

4 O povo mandou, pois, a Silo, e trouxeram de lá a arca da aliança do Senhor dos exércitos, que está sentado sobre os Querubins. Os dois filhos de Heli, Ofni e Finéias, estavam com a arca da aliança do Senhor. [Ler]

5 Logo que a arca da aliança do Senhor chegou ao acampamento, todo o Israel rompeu num grande clamor, que ressoou pela terra. [Ler]

6 Os Filisteus ouviram o ruído do clamor e disseram: Que gritaria é esta tão grande no acampamento dos Hebreus? E souberam que a arca do Senhor tinha chegado ao acampamento. [Ler]

7 Os Filisteus temeram, porque diziam: Deus chegou ao acampamento. E disseram: [Ler]

8 Ai de nós! Coisa assim não havia acontecido até agora! Ai de nós! Quem nos salvará da mão destes Deuses excelsos? Estes são os Deuses que feriram o Egipto com toda a sorte de pragas no deserto. [Ler]

9 Mas coragem, ó Filisteus! Portai-vos varonilmente, não venhais a ser escravos dos Hebreus, como eles o foram de nós; tende coragem e combatei. [Ler]

10 Combateram, pois, os Filisteus, e Israel foi derrotado, fugindo cada um para a sua tenda; a derrota foi sobremaneira grande, tendo sido mortos de Israel trinta mil homens de pé. [Ler]

11 A arca de Deus foi tomada, e os dois filhos de Heli, Ofni e Finéias, foram mortos. [Ler]

12 Ora, no mesmo dia, um homem (da tribo) de Benjamim, escapando da batalha, correu até Silo, com a roupa rasgada e a cabeça coberta de pó. [Ler]

13 Ao chegar, Heli estava sentado na cadeira, junto ao caminho, esperando (notícias), porque o seu coração estava tremendo de medo pela arca de Deus. Aquele homem depois que entrou, espalhou a notícia pela cidade e toda a cidade levantou grande clamor. [Ler]

14 Heli ouviu o rumo do clamor e disse: Que ruído tumultuoso é este? O tal homem apressou-se e foi dar a notícia a Heli. [Ler]

15 Heli tinha noventa e oito anos; os seus olhos estavam parados, e ele não podia ver. [Ler]

16 (O homem) disse a Heli: Eu venho da batalha, escapei hoje do campo de combate. Heli disse-lhe: Que sucedeu, meu filho? [Ler]

17 O que trazia a nova respondeu: Israel fugiu diante dos Filisteus e houve grande mortandade no povo; além disto também os teus dois filhos, Ofni e Finéias, foram mortos, e a arca de Deus foi tomada. [Ler]

18 Logo que ele nomeou a arca de Deus, Heli caiu da cadeira para trás junto da porta, e, fracturando o crânio, expirou, porque era um homem velho, muito avançado em anos. Tinha julgado Israel durante quarenta anos. [Ler]

19 Sua nora, mulher de Finéias, estava grávida e próxima do parto. Tendo ouvido a nova de que a arca de Deus havia sido tomada, e que seu sogro e seu marido tinham morrido, inclinou-se e deu á luz, porque de repente foi acometida das dores. [Ler]

20 Quando estava para expirar, disseram-lhe as que estavam em volta dela: Não temas, pois deste à luz um filho. Mas ela não respondeu, nem deu atenção a isto. [Ler]

21 Chamou o filho Icabod, dizendo: Foi levada a glória (para longe) de Israel; (ela disse isto) por causa de ter sido tomada a arca de Deus, e por ter sido morto o seu sogro e o seu marido. [Ler]

22 Ela disse: Foi levada (para longe) a glória de Israel, porque foi tomada a arca de Deus. [Ler]

Capítulo 5 Ver capítulo

1 Os Filisteus, pois, tomaram a arca de Deus e levaram-na da Pedra do socorro para Azoto. [Ler]

2 Os Filisteus tomaram a arca de Deus, meteram-na no templo de Dagon e colocaram-na junto de Dagon. [Ler]

3 No dia seguinte, tendo-se levantado ao amanhecer os de Azoto, viram que Dagon jazia com o rosto por terra diante da arca do Senhor. Tomaram Dagon e repuseram-no no seu lugar. [Ler]

4 Porém, no outro dia, tendo-se levantado novamente de manhã, encontraram Dagon que jazia de bruços diante da arca do Senhor; a cabeça de Dagon e as duas mãos estavam cortadas sobre o limiar da porta. [Ler]

5 Só o tronco de Dagon tinha ficado no seu lugar. Por este motivo, até ao dia de hoje, os sacerdotes de Dagon e todos os que entram no seu templo, não calcam o limiar (da porta) de Dagon em Azoto. [Ler]

6 A mão do Senhor carregou pesadamente sobre os de Azoto e desolou-os; castigou, com tumores, tanto os da cidade como os do seu território. [Ler]

7 Os de Azoto, vendo esta praga, disseram: Não fique conosco a arca do Deus de Israel, porque a sua mão carrega duramente sobre nós e sobre Dagon, nosso Deus. [Ler]

8 E, mandando gente, convocaram todos os príncipes dos Filisteus e disseram: Que faremos nós da arca do Deus de Israel? Os de Get responderam: Leve-se a arca do Deus de Israel de cidade em cidade. E levaram a arca do Deus de Israel de cidade em cidade. [Ler]

9 Levando-a eles de cidade em cidade, a mão do Senhor fazia grande mortandade em cada cidade; castigava, desde o menor ao maior, os homens de cada cidade, fazendo-lhes aparecer tumores. E os de Get consultaram entre si, e fizeram para seu uso assentos de peles. [Ler]

10 Mandaram então a arca de Deus para Acaron. Chegando a arca de Deus a Acaron, os Acaronitas clamaram, dizendo: Trouxeram-nos a arca do Deus de Israel, para ela nos matar a nós e ao nosso povo. [Ler]

11 Convocaram todos os príncipes dos Filisteus, os quais disseram: Devolvei a arca do Deus de Israel; que volte para o seu lugar, e não nos mate a nós e ao nosso povo. [Ler]

12 Todas as cidades estavam cheias de medo de morrer, e a mão de Deus fazia-se sentir extraordiniariamente pesada; as pessoas que não morriam eram feridas nas partes mais ocultas do corpo, e o alarido de cada cidade subia até ao céu. [Ler]

Capítulo 6 Ver capítulo

1 Esteve a arca do Senhor na terra dos Filisteus sete meses. [Ler]

2 Os Filisteus chamaram os sacerdotes e os adivinhos, e disseram: Que faremos da arca do Senhor? Dizei-nos como havemos de a remeter ao seu lugar. Eles responderam: [Ler]

3 Se vós remeteis a arca do Deus de Israel, não a remetais vazia, mas dai-lhe o que deveis pelo pecado; então sereis curados e sabereis por que a sua mão (de Deus) se não afastou de vós. [Ler]

4 Eles disseram: Que devemos nós dar-lhe pelo delito? Eles responderam: [Ler]

5 Fareis cinco tumores de ouro e cinco ratos de ouro, segundo o número de príncipes dos Filisteus, porque vós e os vossos príncipes fostes feridos de uma mesma praga. Fareis pois figuras dos vossos tumores e dos ratos que devastaram a terra, e dareis glória ao Deus de Israel, para ver se tira a sua mão de cima de vós, dos vossos deuses e da vossa terra. [Ler]

6 Por que endureceis os vossos corações, como o Egipto e Faraó endureceram o seu coração? Porventura não tiveram de deixar sair os filhos de Israel, depois de ele os haver castigado? [Ler]

7 Agora pois fazei um carro novo, metei ao carro duas vacas que tenham tido há pouco as suas crias, às quais ainda se não tenha posto jugo, e encerrai os seus bezerros no curral. [Ler]

8 Tomareis a arca do Senhor, pô-la-eis no carro, e poreis ao seu lado, numa pequena caixa, as figuras de ouro que lhe pagastes pelo pecado; depois deixai-a ir. [Ler]

9 Segui-a com os olhos: se ela for pelo caminho dos seus limites para a banda, de Betsames, (sabei que) o Deus de Israel foi quem nos fez este grande mal; se (ela porém) não (for para lá), conheceremos que não foi a sua mão que nos feriu, mas que isso sucedeu por acaso. [Ler]

10 Eles assim o fizeram: tomando duas vacas, que davam leite aos seus bezerros, puseram-nas ao carro e encerraram no curral os seus bezerros. [Ler]

11 E puseram a arca do Senhor sobre o carro e a pequena caixa que continha os ratos de ouro e as figuras dos seus tumores. [Ler]

12 As vacas foram diretamente pela estrada que conduz a Betsames; seguiram sempre o mesmo caminho sem parar e mugindo, e não declinaram nem para a direita nem para a esquerda. Os príncipes dos Filisteus também iam seguindo atrás, até os confins de Betsames. [Ler]

13 Ora os Betsamitas segavam trigo no vale. Levantando os olhos, viram a arca, e alegraram-se quando a viram. [Ler]

14 O carro foi para o campo de Josué Betsamita e parou ali. Havia lá uma grande pedra, e (os Betsamitas) fizeram em pedaços a madeira do carro, e puseram as vacas em cima em holocausto ao Senhor. [Ler]

15 Os Levita s desceram a arca do Senhor e a pequena caixa que estava ao seu lado, onde vinham as figuras de ouro, e colocaram-na sobre aquela grande pedra. Os Betsamitas ofereceram holocaustos e imolaram vítimas naquele dia ao Senhor. [Ler]

16 Os cinco príncipes dos Filisteus, depois de verem isto, voltaram no mesmo dia para Acaron. [Ler]

17 Ora estes são os tumores de ouro, que os Filisteus deram ao Senhor pelo pecado: Azot deu um, Gaza um, Ascalon um, Get um, Acaron um [Ler]

18 também os ratos de ouro eram segundo o número das cidades das cinco províncias dos Filisteus, desde as cidades muradas até às aldeias sem muros. Testemunho a grande pedra, sobre a qual puseram a arca do Senhor, a qual, até ao dia de hoje, está no campo de Josué Betsamita. [Ler]

19 Ora (o Senhor) feriu os habitantes de Betsames, porque tinham olhado (com curiosidade e pouco respeito) para a arca do Senhor, e matou setenta homens do povo. O povo chorou, por ter o Senhor ferido a plebe com uma tão grande praga. [Ler]

20 Os homens Betsamitas disseram: Quem poderá subsistir na presença do Senhor, deste Deus santo? E para quem irá (afastando-se) de nós? [Ler]

21 Mandaram mensageiros aos habitantes de Cariatiarim, dizendo: Os Filisteus restituiram a arca do Senhor; vinde e levai-a para vós. [Ler]

Capítulo 7 Ver capítulo

1 Foram, pois, os homens de Cariatarim, transportaram a arca do Senhor, puseram-na em casa de Abinadab, em Gabaa, e santificaram o seu filho Eleázaro, para que guardasse a arca do Senhor. [Ler]

2 Sucedeu que, desde o dia em que a arca do Senhor foi colocada em Cariatarim, se passaram muitos dias (pois já era o vigésimo ano), e toda a casa de Israel descansou seguindo o Senhor. [Ler]

3 E Samuel falou a toda a casa de Israel, dizendo: Se vós tornais de todo o vosso coração para o Senhor, tirai do meio de vós os deuses estranhos, os Baalins e Astarot, e preparai os vossos corações para o Senhor; servi a ele só, e ele vos livrará da mão dos Filisteus. [Ler]

4 Os filhos de Israel lançaram, pois, fora os Baalins e Astarot, e serviram só ao Senhor. [Ler]

5 Samuel disse: Convocai em Masfa todo o Israel, para eu orar por vós ao Senhor. [Ler]

6 E juntaram-se em Masfa. Tiraram água, derramaram-na diante do Senhor, jejuaram aquele dia, dizendo: Pecamos contra o Senhor. E Samuel julgou os filhos de Israel em Masfa. [Ler]

7 Os Filisteus ouviram dizer que os filhos de Israel se tinham juntado em Masfa, e os príncipes dos Filisteus marcharam contra Israel. Tendo sabido isto os filhos de Israel, temeram o encontro dos Filisteus. [Ler]

8 Disseram a Samuel: Não cesses de clamar por nós ao Senhor nosso Deus, para que nos salve da mão dos Filisteus. [Ler]

9 Samuel tomou um cordeiro de leite e ofereceu-o inteiro em holocausto ao Senhor. Samuel clamou ao Senhor por Israel, e o Senhor ouviu-o. [Ler]

10 E aconteceu que, enquanto Samuel oferecia o holocausto, os Filisteus começaram o combate contra Israel; porém o Senhor trovejou aquele dia com grande estrondo sobre os Filisteus, aterrou-os, e eles foram derrotados por Israel. [Ler]

11 Os homens de Israel, saindo de Masfa, perseguiram os Filisteus e foram-nos batendo até ao lugar que está por baixo de Betcar. [Ler]

12 Samuel tomou uma pedra, pô-la entre Masfa e Sen, e deu àquele lugar o nome de Pedra do socorro. Disse: Até aqui nos socorreu o Senhor. [Ler]

13 Os Filisteus foram humilhados e não tentaram mais entrar nos confins de Israel. E a mão do Senhor foi sobre os Filisteus durante todo o tempo de Samuel. [Ler]

14 Foram restituídas a Israel as cidades que os Filisteus tinham tomado a Israel, desde Acaron até Get, com seus territórios; (Samuel) livrou Israel das mãos dos Filisteus, e havia paz entre Israel e os Amorreus. [Ler]

15 Samuel julgou Israel durante todos os dias da sua vida. [Ler]

16 Ia todos os anos dando volta a Betei, a Galgala e a Masfa, para administrar justiça a Israel nos sobreditos lugares. [Ler]

17 Depois voltava para Rama, onde estava a sua casa. Aí julgava Israel, e aí edificou também um altar ao Senhor. [Ler]

Capítulo 8 Ver capítulo

1 Ora aconteceu que, tendo Samuel envelhecido, constituiu os seus filhos juizes de Israel. [Ler]

2 Seu filho primogênito chamava-se Joel, e o segundo Abia; e julgavam em Bersabea. [Ler]

3 Porém os filhos de Samuel não seguiram as suas pisadas, mas deixaram-se arrastar pela avareza, recebendo presentes e julgando injustamente. [Ler]

4 Tendo-se juntado todos os anciães de Israel, foram ter com Samuel a Rama [Ler]

5 e disseram-lhe: Bem vês que estás velho e que teus filhos não seguem as tuas pisadas; dá-nos um rei, que nos julgue, como o têm todas as nações. [Ler]

6 Esta linguagem desagradou a Samuel, porque lhe diziam: Dá-nos um rei para que nos julgue. Samuel fez oração ao Senhor, [Ler]

7 e o Senhor disse a Samuel: Ouve a voz do povo em tudo o que te dizem, porque não é a ti que eles rejeitaram mas a mim, para eu não reinar sobre eles. [Ler]

8 É assim que eles sempre têm feito, desde o dia que os tirei do Egipto até hoje; como me abandonaram a mim e serviram a deuses estranhos, o mesmo te fazem a ti. [Ler]

9 Ouve, pois, a sua voz, mas dá testemunho contra eles e declara-lhe o direito do rei que reinar sobre eles. [Ler]

10 Samuel referiu todas as palavras do Senhor ao povo, que lhe tinha pedido um rei, [Ler]

11 e disse: Este será o direito do rei que vos há-de governar: Tomará os vossos filhos, pô-los-á nos seus carros, fará deles moços de cavalo, e correrão diante dos seus coches. [Ler]

12 Fará deles seus tribunos, seus centuriões, lavradores dos seus campos, segadores das suas messes e fabricantes das suas armas e carros. [Ler]

13 Fará de vossas filhas suas perfumadeiras, cozinheiras e padeiras. [Ler]

14 Tomará também o melhor dos vossos campos, das vossas vinhas, dos vossos olivais, e dá-los-á aos seus servos. [Ler]

15 Também tomará o dízimo dos vossos trigos e das vossas vinhas, para ter que dar aos seus eunucos e servos. [Ler]

16 Tomará também os vossos servos e servas, os vossos melhores bois e jumentos, e os empregará no seu trabalho. [Ler]

17 Tomará também o dízimo dos vossos rebanhos, e vós próprios sereis seus servos. [Ler]

18 Então clamareis ao Senhor, por causa do rei, que vós mesmos elegestes, mas o Senhor não vos ouvirá naquele dia, porque vós mesmos pedistes um rei. [Ler]

19 Porém o povo não quis dar ouvidos às palavras de Samuel, antes disse: Não; há-de haver um rei sobre nós, [Ler]

20 e seremos também como todas as nações; o nosso rei nos julgará, marchará à nossa frente e combaterá por nós nas nossas guerras. [Ler]

21 Samuel ouviu todas as palavras do povo e referiu-as ao Senhor. [Ler]

22 O Senhor disse a Samuel: Ouve a sua voz e estabelece sobre eles um rei. Samuel disse aos homens de Israel: Cada um volte para a sua cidade. [Ler]

Capítulo 9 Ver capítulo

1 Ora havia um homem (da tribo) de Benjamim, chamado Cis, filho de Abiel, filho de Seror, filho de Becorat, filho de Afia, filho dum homem de Jemini, forte e valoroso. [Ler]

2 Ele tinha um filho chamado Saul, jovem e belo. Não havia entre os filhos de Israel outro mais belo que ele. Desde o ombro para cima sobressaia a todo o povo. [Ler]

3 Tinham-se perdido as jumentas de Cis, pai de Saul, e Cis disse a Saul, seu filho: Toma contigo um dos criados, levanta-te e vai procurar as jumentas. Tendo eles atravessado o monte de Efraim [Ler]

4 e o território de Salisa, sem as encontrarem, passaram também pela terra de Salim , mas não estavam lá; também (passaram) pela terra de Jemini e não as encontraram. [Ler]

5 Chegados à terra de Sufi, Saul disse para o criado que ia com ele: Vem e voltemos, não suceda que meu pai, não pensando já nas jumentas, esteja com cuidado por nós. [Ler]

6 O criado disse-lhe: Nesta cidade há um homem de Deus, varão famoso: tudo o que ele diz, sucede infalivelmente; vamos pois lá, a ver se ele nos dá alguma indicação sobre o fim que aqui nos trouxe. [Ler]

7 Saul disse ao seu criado: Vamos lá; mas que levaremos nós ao homem de Deus? Acabou-se já o pão (que trazíamos) nos nossos alforjes, e não temos nenhum presente nem outra coisa para dar ao homem de Deus. [Ler]

8 O criado, respondendo de novo a Saul, disse: Olha, tenho aqui um quarto de um siclo de prata; dêmo-lo ao homem de Deus, para que nos encaminhe em nossa jornada. [Ler]

9 (Antigamente em Israel todo o que ia consultar a Deus falava assim: Vinde, e vamos ao Vidente. Aquele que hoje se chama Profeta, chamava-se então Vidente) [Ler]

10 Saul disse ao seu criado: Dizes muito bem. Anda, vamos. E foram à cidade, onde residia o homem de Deus. [Ler]

11 Quando subiam pela encosta da cidade, encontraram umas donzelas, que saíam a buscar água, e perguntaram-lhes: Está cá o Vidente? [Ler]

12 Elas, respondendo, disseram-lhes: Está cá; ei-lo diante de ti, vai depressa porque ele veio hoje à cidade, porquanto hoje é um sacrifício do povo no lugar alto. [Ler]

13 Ao entrar na cidade, encontrá-lo-eis antes que suba ao lugar alto para comer. O povo não comerá sem que ele chegue, porque ele (é o que) abençoa o sacrifício, e, só então, comem os que foram convidados. Subi pois agora, porque hoje o encontrareis. [Ler]

14 Eles subiram à cidade, e, quando passavam pelo meio da cidade, apareceu Samuel, que se encontrou com eles, para subir ao lugar alto. [Ler]

15 Ora o Senhor tinha revelado a Samuel a vinda de Saul, um dia antes que ele chegasse, dizendo: [Ler]

16 Amanhã, a esta mesma hora, te enviarei eu um homem da terra de Benjamim, e tu o ungirás para chefe do meu povo de Israel; ele salvará o meu povo da mão dos Filisteus, porque eu olhei para o meu povo, pois o seu clamor chegou a mim . [Ler]

17 Quando Samuel viu Saul, o Senhor disse-lhe: Eis o homem de quem te falei, este reinará sobre o meu povo. [Ler]

18 Saul aproximou-se de Samuel, no meio da porta, e disse: peço-te que me digas onde é a casa do Vidente. [Ler]

19 Samuel respondeu a Saul, dizendo: Sou eu o Vidente; sobe diante de mim ao lugar alto, e comereis hoje comigo. Amanhã te deixarei partir, e descobrir-te-ei tudo o que tens no teu coração. [Ler]

20 Sobre as jumentas, que perdeste há três dias, não te dê isso cuidado, porque já foram encontradas. E de quem será tudo o que há de melhor em Israel? Não irá, porventura, ser teu e de toda a casa de teu pai? [Ler]

21 Saul respondendo, disse: Não sou eu filho de Jemini, da mais pequena tribo de Israel, e não é a minha família a menor de todas as famílias da tribo de Benjamim? Por que me falas, pois, tu assim? [Ler]

22 Samuel, tomando Saul e o seu criado, levou-os para a sala de jantar e deu-lhes o primeiro lugar entre todos os convidados. Estes eram cerca de trinta pessoas. [Ler]

23 Samuel disse ao cozinheiro: Traze aquela porção, que eu te dei e que mandei que guardasses à parte. [Ler]

24 Tomou, pois, o cozinheiro uma espádua, e a pôs diante de Saul. Samuel disse: Esta é a porção reservada para ti; põe-na diante de ti e come, porque foi reservada de propósito para ti, quando convidei o povo. E Saul comeu com Samuel naquele dia. [Ler]

25 Desceram do lugar alto para a cidade, e (Samuel) falou com Saul sobre o terraço; a seguir, foram-se deitar. [Ler]

26 Levantando-se pela manhã, ao raiar da aurora, Samuel chamou Saul sobre o terraço e disse-lhe: Levanta-te para eu te despedir. Saul levantou-se, e saíram ambos, isto é, ele e Samuel. [Ler]

27 Quando desciam para a parte extrema da cidade, Samuel disse a Saul: Dize ao criado que passe e vá adiante de nós; tu para um pouco, para eu te comunicar a palavra do Senhor. [Ler]

Capítulo 10 Ver capítulo

1 Samuel tomou um pequeno vaso de óleo, derramou-o sobre a cabeça de Saul, beijou-o e disse: O Senhor te ungiu príncipe sobre a sua herança, e tu livrarás o seu povo das mãos dos inimigos que o cercam. E este será para ti o sinal de que Deus te ungiu príncipe: [Ler]

2 Quando te separares hoje de mim, encontrarás dois homens juntos ao sepulcro de Raquel, nos confins de Benjamim, na parte meridional, e eles te dirão: Foram encontradas as jumentas que tu tinhas ido procurar; teu pai não se lembrando mais delas, está em cuidado por vós e diz: Que farei eu relativamente a meu filho? [Ler]

3 Logo que partires de lá e passares adiante e chegares ao carvalho de Tabor, encontrarás aí três homens, que vão adorar a Deus em Betei, levando um três cabritos, e outro três tortas de pão, e outro um barril de vinho. [Ler]

4 Depois de te saudarem, te darão dois pães, e tu os receberás da sua mão. [Ler]

5 Depois chegarás ao outeiro de Deus, onde está uma guarnição de Filisteus; quando tiveres entrado na cidade, encontrarás um grupo de profetas a descer do lugar alto, precedidos de saltérios, de tímpanos, de flautas e de cítaras, profetizando (ou cantando louvores a Deus). [Ler]

6 O Espírito do Senhor se apoderará de ti, tu profetizarás com eles, e ficarás mudado noutro homem. [Ler]

7 Quando te acontecerem todos estes sinais, faze tudo o que te ocorrer, porque o Senhor é contigo. [Ler]

8 Descerás primeiro que eu a Galgala; depois eu irei ter contigo, para oferecer um sacrifício e imolar vitimas pacíficas; esperarás sete dias, até que eu vá ter contigo e te declare o que deves fazer. [Ler]

9 Quando Saul voltou as costas, ao deixar Samuel, Deus mudou-lhe o coração em outro, e todos estes sinais aconteceram no mesmo dia. [Ler]

10 Quando chegaram a Gabaa, ao sobredito outeiro, um grupo de profetas veio ao seu encontro, o espírito do Senhor o arrebatou, e ele profetizou no meio deles. [Ler]

11 Todos os que o tinham conhecido pouco antes, vendo que ele estava com os profetas e que profetizava, disseram entre si: Que é o que aconteceu ao filho de Cis? Porventura também Saul está entre os profetas? [Ler]

12 Um da multidão disse: E quem é o pai destes (profetas)? Por isso passou a provérbio (o dizer-se): Porventura também Saul está entre os profetas? [Ler]

13 Quando cessou de profetizar, foi para o lugar alto. [Ler]

14 O tio de Saul disse-lhe a ele e ao seu criado: A onde fostes? Eles responderam: Procurar as jumentas; porém , não as tendo encontrado, fomos ter com Samuel. [Ler]

15 Seu tio perguntou-lhe: Conta-me o que te disse Samuel. [Ler]

16 Saul respondeu ao seu tio: Disse-nos que se tinham encontrado as jumentas. Contudo não lhe descobriu nada do que Samuel lhe tinha dito relativamente ao reino. [Ler]

17 Samuel convocou o povo diante do Senhor, em Masfa, [Ler]

18 e disse aos filhos de Israel: Eis o que diz o Senhor Deus de Israel: Eu tirei Israel do Egipto, livrei-vos da mão dos Egípcios e do poder de todos os reis que vos oprimiam. [Ler]

19 Vós rejeitastes hoje o vosso Deus, que vos salvou de todos os males e de todas as tribulações, e dissestes: Não há-de ser assim, mas estabelece um rei sobre nós. Agora ponde-vos diante do Senhor, segundo as vossas tribos e famílias. [Ler]

20 Samuel sorteou todas as tribos de Israel, e caiu a sorte sobre a tribo de Benjamim [Ler]

21 Deitou sortes sobre a tribo de Benjamim , sobre suas famílias, e a sorte caiu sobre a família de Metri; finalmente chegou até Saul, filho de Cis. Procuraram-no, pois, mas não o encontraram. [Ler]

22 Depois consultaram o Senhor se porventura ele viria ali. O Senhor respondeu: Está escondido em casa. [Ler]

23 Correram a buscá-lo, e trouxeram-no de lá; ele pôs-se no meio do povo, e viu-se que era mais alto do que todo o povo, do ombro para cima. [Ler]

24 Samuel disse a todo o povo: Vós bem vêdes quem é aquele que o Senhor escolheu. Não há em todo o povo quem lhe seja semelhante. E todo o povo o aclamou, dizendo: Viva o rei! [Ler]

25 Samuel expôs ao povo a lei do reino e escreveu-a num livro, que depositou diante do Senhor; depois despediu todo o povo, cada um para sua casa. [Ler]

26 Saul voltou também para sua casa, em Gabaa, e foi com ele uma parte do exército, a quem Deus tinha tocado o coração. [Ler]

27 Porém os filhos de Belial disseram: Porventura poderá este salvar-nos? E desprezaram-no, e não lhe levaram presentes; ele, porém, dissimulava, como se os não ouvisse. [Ler]

Capítulo 11 Ver capítulo

1 Aconteceu que, quase um mês depois, Naás Amonita pôs-se em campanha e começou a combater contra Jabes de Galaad. Todos os habitantes de Jabes disseram a Naás: Toma-nos como aliados, e nós te serviremos. [Ler]

2 Naás Amonita respondeu-lhes: Farei convosco aliança com a condição de vos tirar a todos o olho direito, e fazer isso como opróbrio para todo o Israel. [Ler]

3 Os anciães de Jabes disseram-lhe: Concede-nos sete dias para que enviem os mensageiros por todo o território de Israel; se não houver quem nos defenda, entregar-nos-emos a ti. [Ler]

4 Foram , pois, os mensageiros a Gabaa, (pátria) de Saul, e referiram estas palavras ao povo, e todo o povo levantou a voz e chorou. [Ler]

5 Saul vinha, então, do campo, atrás dos seus bois, e disse: Que tem o povo que chora? E referiram-lhe as palavras dos habitantes de Jabes. [Ler]

6 O espírito do Senhor apoderou-se de Saul, ao ouvir estas palavras, e acendeu-se sobremaneira o seu furor. [Ler]

7 Tomando os dois bois, fê-los em pedaços e mandou-os por mão de mensageiros a todas as terras de Israel, dizendo: Assim será feito aos bois de todos aqueles que se não puserem em campanha, e que não seguirem Saul e Samuel. O temor do Senhor invadiu o povo, que se pôs em marcha como se fosse um só homem. [Ler]

8 (Saul) passou-lhes revista em Bezec, e encontraram-se trezentos mil homens de Israel, e, dos homens (da tribo) de Judá, trinta mil. [Ler]

9 Disseram aos mensageiros que tinham vindo; Direis assim aos habitantes de Jabes de Galaad: Amanhã sereis socorridos, quando o sol estiver na sua força. Foram, pois, os mensageiros e deram a notícia aos habitantes de Jabes, que se alegraram [Ler]

10 e disseram (por astúcia, aos seus inimigos): Amanhã nos renderemos a vós, e fareis de nós o que vos parecer. [Ler]

11 Ao outro dia, pela manhã, Saul dividiu o povo em três partes, e, ao raiar do dia, penetrou no meio do campo (dos Amonitas), e feriu os Amonitas até que o dia aqueceu. Os que escaparam, foram dispersos de tal sorte, que não ficaram dois deles juntos. [Ler]

12 O povo disse a Samuel: Quem é que disse: Saul reinará porventura sobre nós? Dai-nos esses homens, e matá-los-emos. [Ler]

13 Porém Saul disse: Hoje não se matará ninguém, porque hoje o Senhor salvou Israel. [Ler]

14 Samuel disse ao povo: Vinde e vamos a Galgala, e renovemos aí a realeza. [Ler]

15 Partiu, pois, todo o povo para Galgala, e aclamaram ali rei a Saul na presença do Senhor em Galgala, e imolaram ali vítimas pacíficas na presença do Senhor. E Saul e todos os Israelitas alegraram-se ali grandemente. [Ler]

Capítulo 12 Ver capítulo

1 Samuel disse a todo o (povo de) Israel: Como vêdes ouvi a vossa voz, em tudo o que me dissestes, e estabeleci um rei sobre vós. [Ler]

2 Agora já tendes rei que vá adiante de vós. Eu estou velho e encanecido, e os meus filhos estão convosco (como simples particulares). Tendo estado á vossa frente, desde a minha mocidade até este dia, aqui me tendes presente. [Ler]

3 Dai testemunho de mim, diante do Senhor e diante de (Saul que é o) seu ungido: Tomei o boi ou o jumento de alguém? Oprimi ou prejudiquei alguém? Aceitei presentes da mão de alguém, para fechar os olhos ao seu proceder? Entregar-vo-los-ei. [Ler]

4 Eles disseram: Tu não nos prejudicaste, nem oprimiste, nem recebeste coisa alguma da mão de ninguém. [Ler]

5 (Samuel) disse-lhes: O Senhor é testemunha hoje contra vós, e também o seu ungido é hoje testemunha de que vós não encontrastes na minha mão coisa alguma. Responderam: É testemunha. [Ler]

6 Samuel disse ao povo: (Sim, é testemunha) aquele Senhor que fez Moisés e, Aarão, e que tirou os nossos pais da terra do Egipto. [Ler]

7 Agora, pois, apresentai-vos, para eu vos acusar diante do Senhor, de (tão mal que tendes correspondido a) todas as misericórdias do Senhor, que vos fez a vós e a vossos pais: [Ler]

8 Depois que Jacob entrou no Egipto, os vossos pais clamaram ao Senhor, e o Senhor enviou Moisés e Aarão, tirou vossos pais do Egipto e colocou-os neste lugar. [Ler]

9 Eles esqueceram-se do Senhor seu Deus, e ele entregou-os na mão de Sisara, general do exército de Hasor, nas mãos dos Filisteus e na mão do rei de Moab, os quais combateram contra eles. [Ler]

10 Depois clamaram ao Senhor, dizendo: Pecamos, porque deixamos o Senhor e servimos Baal e Astarot; agora livra-nos da mão de nossos inimigos, e servir-te-emos. [Ler]

11 E o Senhor enviou Jerobaal, Badan, Jefté, Samuel, e livrou-vos da mão dos vossos inimigos que vos rodeavam, e habitastes em vossas casas sem receio. [Ler]

12 Vendo, porém, que Naás, rei dos filhos de Amon, tinha vindo contra vós, dissestes-me: Não (será como até aqui), mas um rei nos governará - sendo certo que o Senhor vosso Deus reinava sobre vós. [Ler]

13 Agora, portanto, aí tendes o vosso rei, que escolhestes e pedistes; o Senhor vos deu um rei. [Ler]

14 Se temerdes o Senhor e o servirdes, se ouvirdes a sua voz e não irritardes o rosto do Senhor, vivereis, tanto vós como o rei que vos governa. [Ler]

15 Se, porém, não ouvirdes a voz do Senhor e contrariardes as suas palavras, a mão do Senhor será sobre vós, como foi sobre vossos pais. [Ler]

16 Mas também agora detende-vos (um pouco) e vereis um prodígio, que o Senhor vai operar diante dos vossos olhos. [Ler]

17 Porventura não é agora o tempo da sega do trigo? Pois eu invocarei o Senhor, e ele enviará trovões e chuvas, e assim vereis que fizestes um grande mal diante do Senhor, pedindo um rei sobre vós. [Ler]

18 Samuel clamou ao Senhor, e o Senhor enviou naquele dia trovões e chuvas. [Ler]

19 Todo o povo temeu sobremaneira o Senhor e Samuel, e todo o povo disse a Samuel: Roga ao Senhor teu Deus pelos teus servos, para que não morramos, porque a todos os outros nossos pecados juntamos o mal de pedirmos para nós um rei. [Ler]

20 Samuel disse ao povo: Não temais, vós fizestes (é certo) todo este mal, mas, ainda assim, não deixeis de seguir o Senhor, servi-o de todo o vosso coração. [Ler]

21 Não vos desvieis seguindo coisas vãs, que não vos aproveitarão, nem vos livrarão, porque são vãs. [Ler]

22 O Senhor por causa do seu grande nome não abandonará o seu povo, porque o Senhor jurou fazer-vos o seu povo. [Ler]

23 Longe de mim, também este pecado contra o Senhor de cessar de orar por vós. Eu vos ensinarei o caminho bom e direito. [Ler]

24 Temei, pois, ao Senhor e servi-o em verdade e de todo o vosso coração, porque vós vistes as maravilhas que tem operado entre vós. [Ler]

25 Se, porém, vos obstinardes na malícia, vós e o vosso rei perecereis juntamente. [Ler]

Capítulo 13 Ver capítulo

1 Saul era de... anos, quando começou a reinar e reinou... dois anos sobre Israel. [Ler]

2 Saul escolheu para si três mil (homens) de Israel; estavam com Saul dois mil em Macmas e sobre o monte de Betel, e mil estavam com Jónatas, em Gabaa de Benjamim; ao resto do povo mandou ele que fosse cada um para suas tendas. [Ler]

3 Jónatas bateu a guarnição dos Filisteus, que estava em Gabaa. Sabendo isto os Filisteus, Saul, mandou por toda a terra soar a trombeta, dizendo: Ouçam os hebreus. [Ler]

4 E todo o Israel soube esta notícia: Saul destruiu a guarnição dos Filisteus, e Israel levantou-se contra os Filisteus. O povo foi convocado para comparecer diante de Saul em Galgala. [Ler]

5 Os Filisteus juntaram-se para combater contra Israel, com trinta mil carros, seis mil cavaleiros e uma multidão de povo inumerável como a areia que há na praia do mar. Foram acampar em Macmas, ao oriente de Betaven. [Ler]

6 Os homens de Israel, vendo a estreiteza em que estavam postos, porque o povo estava quase cercado, esconderam-se em cavernas, em subterrâneos, entre rochedos, em grutas e em cisternas. [Ler]

7 Os que estavam mais no largo, passaram o Jordão (retirando-se) para a terra de Gad e de Galaad. Estando ainda Saul em Galgala, encheu-se de terror todo o povo que o seguia. [Ler]

8 Esperou sete dias, segundo a ordem de Samuel, mas Samuel não chegava a Galgala, e o povo, pouco a pouco, foi debandando. [Ler]

9 Disse então Saul; Trazei-me o holocausto e as vítimas pacíficas. E ofereceu o holocausto (não senão sacerdote). [Ler]

10 Ao acabar de oferecer o holocausto, chegava Samuel, e Saul saiu-lhe ao encontro para o saudar. [Ler]

11 Samuel disse-lhe: Que fizeste? Saul respondeu: Porque vi que o povo debandava e que tu não vinhas no dia aprazado, e que os Filisteus se tinham juntado em Macmas, [Ler]

12 disse: Agora virão os Filisteus contra mim a Galgala, e eu não aplaquei o Senhor. Obrigado pela necessidade, ofereci o holocausto. [Ler]

13 Samuel disse a Saul: Procedeste nesciamente e não observaste as ordens que te deu o Senhor teu Deus. Se não tivesses feito isto, já desde agora teria o Senhor confirmado para sempre o teu reino sobre Israel; [Ler]

14 porém o teu reino não subsistirá. O Senhor buscará para si um homem, segundo o seu coração, e mandar-lhe-á que seja o chefe do seu povo, porque tu não observaste o que o Senhor te ordenou. [Ler]

15 Samuel levantou-se e foi de Galgala a Gabaa de Benjamim. O resto do povo seguiu Saul contra a multidão dos Filisteus, que iam de Galgala a Gabaa, sobre as colinas de Benjamim. Saul fez o recenseamento do povo, que se encontrava com ele, (e achou) uns seiscentos homens. [Ler]

16 Saul, Jónatas, seu filho, e a gente que tinha ficado com eles, estavam em Gabaa de Benjamim; os Filisteus estavam em Macmas. [Ler]

17 Saíram do campo dos Filisteus três destacamentos a fazer presas. Um destacamento tomou o caminho de Efra para a terra de Saul; [Ler]

18 um outro avançava pelo caminho de Bet-horon, e o terceiro voltou-se para o caminho do território que domina o vale de Seboim, em frente do deserto. [Ler]

19 Ora em toda a terra de Israel não se encontrava um ferreiro, porque os Filisteus tinham procurado evitar que os Hebreus forjassem espadas e lanças. [Ler]

20 Pelo que todo o Israel tinha que ir aos Filisteus, para cada um a fiar a sua relha, o enxadão, a machadinha e o sacho. [Ler]

21 Estavam, portanto, embotados os fios das relhas e dos enxadões e das forquilhas e das machadinhas, nem sequer tendo com que aguçar um aguilhão. [Ler]

22 Quando chegou o dia do combate, não se encontrou nem espada nem lança na mão de todo o povo que estava com Saul e Jónatas, excepto as de Saul e Jónatas, seu filho. [Ler]

23 Uma guarnição dos Filisteus avançou a fim de ir para Macmas. [Ler]

Capítulo 14 Ver capítulo

1 Um dia, Jónatas, filho de Saul, disse ao moço seu escudeiro: Vem, e passemos até ao campo dos Filisteus, que está além daquele lugar. Contudo não deu parte disto a seu pai. [Ler]

2 Saul estava (acampado) na extremidade de Gabaa, debaixo duma romãzeira que havia em Magrou; a gente que tinha consigo era de cerca de seicentos homens. [Ler]

3 Aquias, filho de Aquitob, irmão de Icabod, filho de Finéias, que era filho de Heli, sacerdote do Senhor em Silo, levava um éfode. O povo também não sabia aonde tinha ido Jónatas. [Ler]

4 Ora entre as passagens, por onde Jónatas intentava chegar à guarnição dos Filisteus, havia rochedos altos de ambas as partes, e por um e outro lado talhados em forma de dentes, um dos quais se chamava Boses, e o outro Sene. [Ler]

5 Um destes elevava-se pela banda do norte em frente a Macmas, e o outro ao meio dia fronteiro a Gabaa. [Ler]

6 Disse Jónatas ao jovem seu escudeiro: Vem, passemos até ao acampamento destes incircuncidados; talvez o Senhor combaterá por nós, porque não é difícil ao Senhor vencer, quer com muitos, quer com poucos. [Ler]

7 O seu escudeiro disse-lhe: Faze tudo o que te aprouver; vai aonde desejas, que eu te seguirei a toda a parte. [Ler]

8 Jónatas disse: Vamos até junto desses homens. Quando nos mostrarmos a eles, [Ler]

9 se nos disserem: Esperai até que vamos ter convosco, — deixemo-nos estar no nosso posto, não avancemos para eles. [Ler]

10 Porém, se disserem: Subi para nós, — subamos, porque o Senhor os entregou nas nossas mãos. Isto nos servirá de sinal. [Ler]

11 Logo que ambos foram descobertos pela guarda dos Filisteus, os Filisteus disseram: Eis que os Hebreus saem das cavernas, onde estavam escondidos. [Ler]

12 E os homens da guarda (avançada), falando a Jónatas e ao seu escudeiro, disseram: Subi cá, que vos faremos saber uma coisa. Jónatas disse ao seu escudeiro: Subamos, segue-me, porque o Senhor os entregou nas mãos de Israel. [Ler]

13 Subiu, pois, Jónatas, trepando com as mãos e com os pés, e o seu escudeiro atrás dele. (E investindo contra os Filisteus), uns caíam diante de Jónatas, e a outros matava o seu escudeiro, que o seguia. [Ler]

14 Este foi o primeiro massacre, em que Jónatas e o seu escudeiro mataram perto de vinte homens, na metade duma jeira, espaço que uma junta de bois costumava lavar num dia. [Ler]

15 Houve grande terror no acampamento (dos Filisteus) e pelos campos; também toda a gente da guarnição deles, que tinha saído à pilhagem , ficou tomada de espanto, e o país que ficou perturbado: este sucesso foi como um milagre de Deus. [Ler]

16 As sentinelas de Saul, que estavam em Gabaa de Benjamim, viram dispersa a multidão (dos Filisteus), fugindo para aqui e para ali. [Ler]

17 Saul disse ao povo que estava com ele: Perguntai, e vede quem é que saiu dentre nós. E, tendo-se inquirido, achou-se que faltavam Jónatas e o seu escudeiro. [Ler]

18 Saul disse a Aquias: Aproxima de nós a Arca de Deus (porque a Arca de Deus estava naquele dia com os filhos de Israel). [Ler]

19 Enquanto Saul estava falando ao sacerdote, levantou-se um grande tumulto no acampamento dos Filisteus, que crescia, pouco a pouco, e se percebia cada vez mais. Saul disse ao sacerdote: Retira a tua mão (deixa de consultar). [Ler]

20 Depois Saul e todo o povo que estava com ele foram até ao lugar do combate e viram que a espada dum se tinha voltado contra a de outro e que a confusão era extrema. [Ler]

21 Os Hebreus, que tinham estado com os Filisteus nos dias antecedentes e que tinham ido com eles ao acampamento, voltaram a pôr-se ao lado dos Israelitas, que estavam com Saul e Jónatas. [Ler]

22 Igualmente todos os Israelitas que se tinham escondido no monte de Efraim, sabendo que os Filisteus tinham fugido, uniram-se aos seus na batalha. Estavam com Saul cerca de dez mil homens. [Ler]

23 Naquele dia o Senhor salvou Israel. A batalha chegou até Betaven. [Ler]

24 Os homens de Israel reuniram-se naquele dia, e Saul obrigou o povo com juramento, dizendo: Maldito o homem que hoje tomar alimento antes da tarde, até insensato que eu me vingue dos meus inimigos. E ninguém comeu de Saul. nada. [Ler]

25 Todo o povo foi a um bosque, onde havia mel sobre a superfície do campo. [Ler]

26 O povo entrou, no bosque, viu correr o mel, mas ninguém (o) levou (com) a mão à boca, porque o povo temia (violar) o juramento (do rei). [Ler]

27 Todavia Jónatas não tinha ouvido o juramento que seu pai obrigou o povo a fazer e, estendendo a ponta da vara que tinha na mão, molhou-a num favo de mel, chegou a mão à boca e iluminaram-se-lhe os olhos. [Ler]

28 Um do povo, avisando-o, disse: Teu pai ligou o povo com um juramento, dizendo; Maldito o homem que tomar alimento. (O povo estava (já) desfalecido). [Ler]

29 Jónatas disse: Meu pai turbou o país (com esse juramento)_; vós mesmos vistes que se me iluminaram os olhos, logo que comi um pouco deste mel. [Ler]

29 Jónatas disse; Meu pai turbou o pais (com esse juramento); vós mesmos vistes que se me iluminaram os olhos, logo que comi um pouco deste mel. [Ler]

30 Ah! Se o povo tivesse comido do que encontrou da presa de seus inimigos, quanto maior não teria sido o destroço dos Filisteus! [Ler]

31 (Os Israelitas) bateram, naquele dia, os Filisteus desde Macmas até Ajalon. Porém o povo estava muito fatigado, [Ler]

32 e, lançando-se à presa, tomou ovelhas, bois e novilhos, que degolou sobre a terra e comeu com sangue. [Ler]

33 Referiram a Saul que o povo tinha pecado contra o Senhor, comendo (carne) com sangue. Ele disse: Vós prevaricastes: trazei-me aqui já uma pedra grande. [Ler]

34 Saul acrescentou: Ide por todo o povo e dizei que cada um traga aqui o seu boi e o seu carneiro, e degolai-os sobre esta pedra; depois comereis e não pecareis contra o Senhor, comendo a carne com sangue. Cada um, pois, do povo trouxe pela mão o seu boi durante a noite e o degolou ali. [Ler]

35 Saul edificou um altar ao Senhor. Este foi o primeiro altar que edificou ao Senhor. [Ler]

36 Saul disse: Vamos esta noite contra os Filisteus, destruamo-los até que seja dia, não deixemos um só homem deles. O povo disse: Faze tudo o que bem te parecer. O sacerdote disse: Aproximemo-nos aqui de Deus. [Ler]

37 Saul consultou o Senhor: Perseguirei os Filisteus? Entregá-los-ás nas mãos de Israel? (O Senhor) não lhe respondeu naquele dia. [Ler]

38 Saul disse: Fazei vir aqui todos os chefes do povo, investigai e vede por culpa de quem sucedeu hoje este pecado. [Ler]

39 Viva o Senhor, Salvador de Israel, que, se foi cometido por Jónatas, meu filho, ele morrerá sem remissão. Sobre o que ninguém de todo o povo o contradisse. [Ler]

40 E disse a todo o Israel: Ponde-vos a um lado, que eu com meu filho Jónatas estarei do outro lado. O povo respondeu a Saul: Faze o que bem te parecer. [Ler]

41 Saul disse ao Senhor Deus de Israel: Senhor Deus de Israel, dá-nos a conhecer por que é que não respondeste hoje ao teu servo? Se a culpa está em mim ou em meu filho Jónatas, dá-o a conhecer; mas, se esta-culpa está no teu povo, manifesta a tua santidade (punindo o culpado). Foram assinalados pela sorte Jónatas e Saul; o povo ficou livre. [Ler]

42 Saul disse: Lançai sortes entre mim e Jónatas, meu filho. E caiu a sorte sobre Jónatas. [Ler]

43 Saul disse a Jónatas: Descobre-me o que fizeste. Jónatas confessou-lhe: Provei um pouco de mel com a ponta do bastão que tinha na mão; vou morrer por causa disto? [Ler]

44 Saul disse: Castigue-me Deus, com todo o rigor, se tu não morreres, ó Jónatas. [Ler]

45 O povo disse a Saul: Porventura há-de morrer Jónatas que operou esta grande libertação em Israel? Isto não pode ser; viva o Senhor, que não lhe há-de cair no chão nem um só cabelo da sua cabeça, porque ele operou hoje com (o auxílio de) Deus. O povo, pois, livrou Jónatas de morrer. [Ler]

46 Saul retirou-se e não perseguiu os Filisteus. Os Filisteus voltaram também para as suas terras. [Ler]

47 Saul, firmado o seu reino sobre Israel, combatia contra todos os inimigos que viviam nas cercanias: contra Moab, contra os filhos de Amon, contra Edom, contra os reis de Soba e contra os Filisteus; para onde quer que se voltava, vencia. [Ler]

48 Tendo juntado um exército, destroçou Amalec e livrou Israel das mãos dos que o devastavam [Ler]

49 Os filhos de Saul foram Jónatas, Jessul e Melquisua; de duas filhas que teve, a primogênita chamava-se Merob, e a mais nova Micol. [Ler]

50 A mulher de Saul chamava-se Aquinoam, filha de Aquimaas; o general do seu exército chamava-se Abner, filho de Ner, primo de Saul, [Ler]

51 porque Cis, pai de Saul, e Ner, pai de Abner, eram filhos de Abiel. [Ler]

52 Durante todo o tempo de Saul foi encarniçada a guerra contra os Filisteus. Saul, a qualquer homem que via valente e hábil para a guerra, tomava-o consigo. [Ler]

Capítulo 15 Ver capítulo

1 Samuel disse a Saul: O Senhor enviou-me para que te ungisse rei sobre o seu povo de Israel. Ouve, agora, a voz do Senhor. [Ler]

2 Estas coisas diz o Senhor dos exércitos: Eu recordei tudo o que Amalec tem feito a Israel, de que modo se lhe opôs no caminho, quando saia do Egipto. [Ler]

3 Vai, pois, agora, fere Amalec, destroi tudo o que lhe pertence; não o poupes e não cobices nada das suas coisas, mas mata homens e mulheres, crianças e meninos de leite, bois e ovelhas, camelos e jumentos. [Ler]

4 Saul convocou o povo, recenseou-o, (e foram encontrados) duzentos mil homens de pé e dez mil homens (da tribo) de Judá. [Ler]

5 Tendo marchado Saul até à cidade de Amalec, dispôs emboscadas na torrente. [Ler]

6 Saul disse aos Cineus: Ide-vos, retirai-vos, separai-vos dos Amalecitas, não suceda que eu vos envolva com eles, porque vós usastes de misericórdia com todos os filhos de Israel, quando vinham do Egipto. Retiraram-se, pois, os Cineus do meio dos Amelecitas. [Ler]

7 Saul bateu os Amalecitas desde Hevila até Sur, que está defronte do Egipto. [Ler]

8 Tomou vivo Agag, rei de Amalec, e passou ao fio da espada todo o povo. [Ler]

9 Porém Saul e o povo perdoaram a Agag e (reservaram) o melhor dos rebanhos de ovelhas e de bois, os cordeiros e, em geral, tudo o que era bom, e não o quiseram destruir; mas tudo o que era vil e desprezível, isso destruiram. [Ler]

10 O Senhor dirigiu a palavra a Samuel, dizendo: [Ler]

11 Arrependo-me de ter feito rei a Saul, porque se afastou de mim, não cumpriu as minhas ordens. Samuel entristeceu-se e clamou ao Senhor durante toda a noite. [Ler]

12 Tendo-se levantado Samuel, de madrugada, para ir ter com Saul, avisaram Samuel de que Saul tinha ido ao Carmelo, onde tinha levantado em sua própria honra um arco triunfal, e que, voltando (de lá), tinha passado e descido a Galgala. Foi, pois, Samuel em busca de Saul, e Saul estava oferecendo ao Senhor um holocausto das primícias da presa que tinha trazido de Amalec. [Ler]

13 Chegando Samuel a Saul, Saul disse-lhe: Bem-dito sejas tu do Senhor; eu já cumpri a ordem do Senhor. [Ler]

14 Samuel disse: E que balidos são estes de rebanhos, que ressoam aos meus ouvidos, e que mugidos são estes de bois, que ouço? [Ler]

15 Saul disse: Trouxeram-nos de Amalec, porque o povo perdoou a tudo o que havia de melhor nas ovelhas e nas vacas, para se imolarem ao Senhor teu Deus; matámos, porém, o resto. [Ler]

16 Samuel disse a Saul: Permite-me declarar-te o que o Senhor me disse está noite. Saul disse-lhe: Fala. [Ler]

17 Samuel prosseguiu: Porventura quando tu eras pequeno aos teus olhos, não foste feito chefe das tribos de Israel? O Senhor ungiu-te rei sobre Israel, [Ler]

18 o Senhor mandou-te a esta empresa e disse: Vai e mata os pecadores de Amalec, combate-os até ao extermínio. [Ler]

19 Por que não ouviste tu a voz do Senhor, mas te deixaste arrastar pela cobiça da presa, fazendo o mal sob os olhos do Senhor? [Ler]

20 Saul disse a Samuel: Antes pelo contrário, ouvi a voz do Senhor, segui o caminho pelo qual o Senhor me mandou, trouxe Agag, rei de Amalec, e matei os Amalecitas. [Ler]

21 Mas o povo tomou da presa ovelhas e bois, como primícias do que foi morto, para os imolar ao Senhor seu Deus em Galgala. [Ler]

22 Samuel disse: Porventura quer o Senhor holocaustos e vítimas e não quer antes que se obedeça à sua voz? A obediência vale mais que as vítimas; a docilidade vale mais que a gordura dos carneiros; [Ler]

23 tamanho pecado é a rebelião como a superstição, a resistência como a idolatria. Porque, pois, tu rejeitaste a palavra do Senhor, o Senhor te rejeitou a tl, para que não sejas rei. [Ler]

24 Saul disse a Samuel: Pequei, porque transgredi a ordem do Senhor e as tuas palavras, temendo o povo e obedecendo à sua voz. [Ler]

25 Mas agora perdoa, te peço, o meu pecado, e vem comigo para adorar o Senhor. [Ler]

26 Samuel disse a Saul: Não irei contigo, porque rejeitaste a palavra do Senhor, e o Senhor te rejeita a ti, para que não sejas rei de Israel. [Ler]

27 Samuel voltou as costas para se retirar, mas Saul pegou na extremidade da sua capa, a qual se rasgou. [Ler]

28 Samuel disse-lhe: Hoje o Senhor rasgou de sobre ti o reino de Israel, para o entregar a outro melhor do que tu. [Ler]

29 Aquele (Senhor), a quem se deve o triunfo em Israel, não te perdoará, não se arrependerá, porque não é um homem, para se arrepender. [Ler]

30 Saul disse: Pequei, mas honra-me nesta ocasião diante dos anciães do meu povo, diante de Israel, e volta comigo, para eu adorar o Senhor teu Deus. [Ler]

31 Voltando, Samuel seguiu Saul, e Saul adorou o Senhor. [Ler]

32 Samuel disse: Trazei-me Agag, rei de Amalec. E Agag dirigiu-se a ele muito alegre, dizendo consigo: certamente passou a amargura da morte. [Ler]

33 Samuel disse: Assim como a tua espada tirou os filhos às mães, assim ficará sem filhos a tua mãe entre as mulheres. E Samuel o fez em pedaços diante do Senhor em Galgala. [Ler]

34 Samuel retirou-se para Rama, e Saul foi para sua casa em Gabaa. [Ler]

35 Samuel não viu mais Saul até ao dia da sua morte. Todavia Samuel chorava Saul, porque o Senhor se tinha arrependido de o ter constituído rei sobre Israel. [Ler]

Capítulo 16 Ver capítulo

1 O Senhor disse a Samuel: Até quando chorarás tu Saul, tendo-o eu rejeitado para que não reine sobre Israel? Enche de óleo o teu (vaso feito de) chifre e vem, para eu te enviar a Isai de Belém, porque dentre os seus filhos, escolhi para mim um rei. [Ler]

2 Samuel disse; Como hei-de eu ir? Saul o saberá e matar-me-á. O Senhor disse: Tomarás contigo um novilho da manada, e dirás: Eu vim para sacrificar ao Senhor. [Ler]

3 Convidarás Isaí para comer da vítima e eu te mostrarei o que deves fazer; ungirás aquele que eu te designar. [Ler]

4 Fez, pois, Samuel com o o Senhor lhe disse, e foi a Belém. Os anciães da cidade foram inquietos, aos seu encontro, e disseram: É de paz a tua vinda? [Ler]

5 Ele respondeu: É de paz; vim para fazer um sacrifício ao Senhor; purificai-vos e vinde comigo ao sacrifício. Ele purificou Isai e seus filhos, e chamou-os ao sacrifício. Todavia Samuel chorava Saul, porque o Senhor se tinha arrependido de o ter constituído rei sobre Israel. [Ler]

6 Tendo eles entrado, (Samuel) viu Eliab e disse: Porventura está diante do Senhor o seu ungido? [Ler]

7 Mas o Senhor disse a Samuel: Não olhes para o seu vulto, nem para a altura da sua estatura, porque eu o rejeitei. Eu não julgo do homem pelo que aparece à vista: o homem vê o rosto, mas o Senhor olha para o coração. [Ler]

8 Isaí chamou Abinadab e apresentou-o a Samuel, o qual disse: O Senhor também não escolheu este. [Ler]

9 Isaí trouxe Sarna, do qual (Samuel) disse: Também a este não escolheu o Senhor. [Ler]

10 Isai mandou, pois, vir os seus sete filhos diante de Samuel, e Samuel disse a Isaí: A nenhum destes escolheu o Senhor. [Ler]

11 Samuel disse a Isaí: Porventura não tens mais filhos? Isaí respondeu: Ainda falta um pequeno, que anda apascentando as ovelhas. Samuel disse a Isaí: Manda-o vir, porque não nos sentaremos à mesa sem que ele venha aqui. [Ler]

12 Mandou-o, pois, chamar e apresentou-o (a Samuel). Ele era loiro, de olhos formosos e belo aspecto. O Senhor disse: Levanta-te, unge-o, porque é esse mesmo (que eu escolhi). [Ler]

13 Tomou, pois, Samuel o (vaso de) chifre com o óleo, e o ungiu no meio de seus Irmãos. Daquele dia em diante comunicou-se o espírito do Senhor a Davide, e Samuel, levantando-se, partiu para Rama. [Ler]

14 O espírito do Senhor retirou-se de Saul, e atormentava-o um espírito maligno, por permissão do Senhor. [Ler]

15 Os servos de Saul disseram-lhe: Um espírito maligno, enviado por Deus, te atormenta. [Ler]

16 Se tu, nosso senhor, o mandas, os teus servos, que estão em tua presença, buscarão um homem que saiba tocar harpa, para que, quando o maligno espírito, enviado pelo Senhor, te atormentar, ele toque com sua mão, e experimentes assim algum alívio. [Ler]

17 Saul disse aos seus servos: Buscai-me, então, um que saiba tocar bem, e trazei-o à minha presença. [Ler]

18 Respondendo um dos seus criados, disse: Eu vi um dos filhos de Isai de Belém, que sabe tocar (harpa); é dotado de grande força, homem guerreiro, prudente nas palavras, de gentil presença, e o Senhor é com ele. [Ler]

19 Mandou Saul mensageiros a Isaí, dizendo: Envia-me o teu filho Davide, que anda com os rebanhos. [Ler]

20 Isaí tomou um Jumento carregado de pães, um ôdre de vinho e um cabrito, e mandou-o a Saul por mão de seu filho Davide. [Ler]

21 Chegado a casa de Saul, Davide apresentou-se diante dele. Saul ganhou-lhe grande afeição e fê-lo seu escudeiro. [Ler]

22 Saul mandou dizer a Isaí: Fique Davide junto de mim, porque achou graça diante dos meus olhos. [Ler]

23 Todas as vezes que o espírito maligno, enviado pelo Senhor, se apoderava de Saul, Davide tomava a harpa, tocava-a com a mão, e Saul sentia alívio, achava-se melhor, porque o espírito maligno retirava-se dele. [Ler]

Capítulo 17 Ver capítulo

1 Os Filisteus, juntando as suas tropas para combater (contra Israel), reuniram-se em Soco de Judá. Acamparam entre Soco e Azeca, nos confins de Efes-Dammin. [Ler]

2 Saul e os filhos de Israel reuniram-se (também), foram para o vale do Terebinto e formaram o exército em batalha para combater contra os Filisteus. [Ler]

3 Os Filisteus estavam dum lado sobre um monte, e Israel estava do outro lado sobre (outro) monte. Havia um vale entre eles. [Ler]

4 Saiu do campo dos Filisteus um desafiador, chamado Golias, de Get, que tinha seis côvados e um palmo de altura. [Ler]

5 Trazia na cabeça um capacete de bronze e estava vestido duma couraça escameada; o peso da couraça era de cinco mil siclos de bronze. [Ler]

6 Trazia nas pernas escarcelas de bronze, e um escudo de bronze cobria os seus ombros. [Ler]

7 A baste da sua lança era como o órgão dum tear, e o ferro da sua lança pesava seiscentos siclos de ferro; o seu escudeiro vinha diante dele. [Ler]

8 Posto em pé, clamava para os esquadrões de Israel, dizendo-lhes: Por que viestes dispostos para a batalha? Porventura não sou eu um Filisteu, e vós os escravos de Saul? Escolhei entre vós um homem, que venha bater-se (comigo) só por só. [Ler]

9 Se ele puder combater comigo e me tirar a vida, nós seremos vossos escravos; mas se eu prevalecer e o matar, vós sereis nossos escravos, servir-nos-eis. [Ler]

10 O Filisteu acrescentou: Eu hoje desafiei os esquadrões de Israel, dizendo: Dai-me um homem, que saia a bater-se comigo, só por só. [Ler]

11 Saul e todos os Israelitas, ouvindo estas palavras do Filisteu, estavam atônitos e temiam em extremo. [Ler]

12 Ora Davide era filho daquele homem Efrateu, de Belém de Judá, do qual acima falamos, chamado Isaí, que tinha oito filhos, e era um dos mais velhos, dos mais idosos, do tempo de Saul. [Ler]

13 Os seus três filhos maiores tinham seguido Saul para a guerra; os nomes dos seus três filhos que tinham ido à guerra (eram) Ellab, o primogênito, Abinadab, o segundo, e Sama o terceiro. [Ler]

14 Davide era o mais pequeno. Tendo os três maiores seguido Saul, [Ler]

15 Davide deixou Saul e voltou a apascentar o rebanho de seu pai em Belém [Ler]

16 O Filisteu apresentava-se de manhã e de tarde, e continuou assim durante quarenta dias. [Ler]

17 Isaí disse a seu filho Davide: Toma para teus irmãos um efi de grão torrado e estes dez pães, e corre (a levá-los) a teus irmãos, ao acampamento; [Ler]

18 levarás também estes dez queijos ao chefe do seu milhar; visitarás os teus irmãos, para ver se estão bem, e informa- te em que companhia servem. [Ler]

19 Saul e eles, e todos os filhos de Israel, combatiam contra os Filisteus no vale de Terebinto. [Ler]

20 Davide levantou-se de manhã, confiou o rebanho a um guarda, e, carregado, pôs-se a caminho, como Isaí lhe tinha mandado. Chegou ao acampamento, quando o exército, tendo saído a dar batalha, gritava em sinal de combate. [Ler]

21 Israel tinha posto em ordem as suas tropas, mas também os Filisteus do outro lado se tinham preparado para os atacar. [Ler]

22 Davide, deixando as bagagens, que tinha levado, entregues ao cuidado do guarda das bagagens, correu ao lugar da batalha e Informava-se se tudo corria bem aos seus Irmãos. [Ler]

23 Quando ele lhes estava ainda falando, apareceu aquele desafiador, chamado Golias, Filisteu, de Get, vindo do campo dos Filisteus, a dizer as mesmas palavras (do costume), que Davide ouviu. [Ler]

24 Todos os Israelitas, tendo visto este homem, fugiram da sua presença, porque o temiam muito. [Ler]

25 Um dos (soldados) de Israel disse: Não vistes esse homem, que avançou (para combater)? Ele veio para desafiar Israel. Ao homem que o matar, o rei encherá de grandes riquezas, dar-lhe-á por mulher sua filha e isentará a casa de seu pai de tributos de Israel. [Ler]

26 Davide falou aos que estavam junto dele, dizendo: Que será dado a quem matar este Filisteu e tirar o opróbrio de Israel? Quem é este Filisteu incircuncidado, que insultou o exército do Deus vivo? [Ler]

27 O povo repetia-lhe as mesmas palavras, dizendo; Dar-se-á isto e isto a quem o matar. [Ler]

28 Enquanto ele falava assim com os outros, Eliab, seu irmão mais velho, irou-se contra ele e disse: Por que vieste cá e deixaste no deserto essas poucas ovelhas? Eu conheço a tua soberba e a maldade do teu coração; tu vieste para ver o combate. [Ler]

29 Davide disse: Que fiz eu? Não é porventura uma (simples) palavra (que pronunciei)? [Ler]

30 E apartou-se um pouco dele, para (se dirigir) a um outro, e disse a mesma coisa. O povo respondeu-lhe como da primeira vez. [Ler]

31 Foram ouvidas as palavras que Davide disse e foram referidas a Saul. [Ler]

32 Tendo sido conduzido Davide perante ele, disse-lhe: Não desfaleça o coração de ninguém por causa deste Filisteu! Eu, teu servo, irei e combaterei contra ele. [Ler]

33 Saul disse a Davide; Tu não poderás resistir a este Filisteu, nem combater contra ele, porque és um rapaz, e ele é um homem guerreiro desde a sua mocidade. [Ler]

34 Davide disse a Saul: Quando teu servo apascentava o rebanho de seu pai, e vinha um leão ou um urso, que levava um carneiro do meio do rebanho, [Ler]

35 eu corria atrás deles, feria-os e arrancava-lhes (a presa) da guela; se eles se levantavam contra mim, eu agarrava-os pela guela e os estrangulava e matava. [Ler]

36 Foi assim que eu, teu servo, matei um leão e um urso: a este Filisteu incircuncidado sucederá como a um deles. Agora irei e tirarei o opróbrio do povo; pois quem é este Filisteu incircuncidado, que se atreveu a amaldiçoar o exército do Deus vivo? [Ler]

37 Davide acrescentou: O Senhor, que me livrou das garras do leão e das do urso, livrar-me-á também da mão deste Filisteu. Saul disse a Davide: Vai, e o Senhor seja contigo. [Ler]

38 Saul revestiu Davide das suas armas, pôs sobre a sua cabeça um elmo de bronze e armou-o de uma couraça. [Ler]

39 Cingido Davide com a espada de Saul sobre a sua armadura, começou a experimentar se poderia andar com ela, pois nunca tinha usado nenhuma. Davide disse a Saul: Eu não posso caminhar assim, porque não estou acostumado. E depôs as armas, [Ler]

40 tomou o seu cajado, que trazia sempre na mão, escolheu na torrente cinco pedras bem lisas, meteu-as no surrão de pastor, que trazia consigo, tomou a funda na mão e saiu contra o Filisteu. [Ler]

41 O Filisteu ia andando e aproximando-se de Davide, e o seu escudeiro ia diante dele. [Ler]

42 Quando o Filisteu olhou e viu Davide, desprezou-o, porque era muito novo, loiro, de aspecto gentil. [Ler]

43 O Filisteu disse a Davide: Porventura eu sou algum cão, para vires contra mim com um pau? — O Filisteu amaldiçoou Davide, pelos seus deuses, [Ler]

44 e disse a Davide: Vem a mim, e eu lançarei as tuas carnes às aves do céu e aos animais da terra. [Ler]

45 Davide disse ao Filisteu: Tu vens a mim com espada, lança e escudo, eu porém venho a ti em nome do Senhor dos Exércitos, do Deus das tropas de Israel, as quais tu insultaste hoje; [Ler]

46 o Senhor te entregará nas minhas mãos, eu te ferirei, cortar-te-ei a cabeça e darei hoje às aves do céu e aos animais da terra os cadáveres do acampamento dos Filisteus, a fim de que toda a terra saiba que há um Deus em Israel; [Ler]

47 toda esta multidão conhecerá que o Senhor não salva pela espada, nem pela lança, porque ele é o Senhor da guerra e vos entregará nas nossas mãos. [Ler]

48 O Filisteu levantou-se, pôs-se em marcha e avançou para Davide. Davide lançou-se a correr, em frente do exército, ao encontro do Filisteu. [Ler]

49 Meteu a sua mão no surrão, tirou uma pedra, arrojou-a com a funda, dando-lhe volta, e feriu o Filisteu na testa; a pedra cravou-se na sua testa, e ele caiu com o rosto por terra. [Ler]

50 Assim venceu Davide o Filisteu com a funda e com a pedra, e, depois de o ferir, o matou. Davide, não tendo à mão nenhuma espada, [Ler]

51 correu e lançou-se sobre o Filisteu, pegou da sua espada, tirou-a da bainha, matou-o e cortou-lhe a cabeça. Os Filisteus, vendo que o mais valente deles estava morto, fugiram. [Ler]

52 Os homens de Israel e os de Judá, levantando-se com grande grito, perseguiram os Filisteus até chegarem ao vale e às portas de Acaron, caindo feridos muitos dos Filisteus pelo caminho de Saraim , até Get e até Acaron. [Ler]

53 Voltando os filhos de Israel, depois de terem perseguido os Filisteus, saquearam o seu acampamento. [Ler]

54 Davide, tomando a cabeça do Filisteu , levou-a a Jerusalém e pôs as armas dele na sua tenda. [Ler]

55 No momento em que Saul viu partir Davide contra o Filisteu, disse para Abner, general do exército: Abner, de que família descende este jovem? Abner disse-lhe: Juro pela tua vida, ó rei, que o ignoro. [Ler]

56 E disse o rei: pergunta lá de quem é filho este jovem ? [Ler]

57 Tendo voltado Davide, depois de morto o Filisteu, Abner tomou-o e levou-o à presença de Saul. Davide tinha a cabeça do Filisteu na mão. [Ler]

58 Saul disse-lhe: De que família és tu, ó jovem? Davide respondeu: Eu sou filho do teu servo Isaí de Belém. [Ler]

Capítulo 18 Ver capítulo

1 Aconteceu que, acabando (Davide) de falar com Saul, a alma de Jónatas ficou intimamente ligada à alma de Davide, e Jónatas amou-o como a sua própria vida. [Ler]

2 Desde este dia, Saul tomou-o (para sua companhia) e não lhe permitiu que voltasse para casa de seu pai. [Ler]

3 Davide e Jónatas fizeram aliança entre si porque (Jónatas) amava-o com a sua alma. [Ler]

4 (Jónatas) despojou-se do manto de que estava revestido, deu-o a Davide assim como a sua armadura, a espada, o arco e o cinturão. [Ler]

5 Davide ia a tudo a que Saul o mandava e procedia com prudência; Saul constituiu-o sobre a gente de guerra, e era muito amado por todo o povo, mesmo pelos servidores de Saul. [Ler]

6 Quando fizeram a sua entrada, depois de Davide ter morto o Filisteu, saíram as mulheres de todas as cidades de Israel ao encontro do rei Saul, cantando e dançando com alegria ao som de tambores e de sistros. [Ler]

7 As mulheres dançavam, cantando e dizendo: Saul matou mil, e Davide dez mil. [Ler]

8 Saul irou-se em extremo, desagradou-lhe esta expressão, e disse: Deram dez mil a Davide, e mil a mim; que lhe falta, senão só o reino? [Ler]

9 Daquele dia em diante, Saul não via Davide com bons olhos. [Ler]

10 Ao outro dia, o espírito maligno, mandado por Deus, apoderou-se de Saul, que tinha transportes (de furor) no meio da sua casa; Davide tocava harpa com a sua mão, como costumava fazer todos os dias. Saul, que tinha uma lança na mão, [Ler]

11 arrojou-a, julgando que poderia cravar Davide contra a parede; porém Davide desviou-se de diante dele por duas vezes. [Ler]

12 Saul temeu Davide, porque o Senhor era com Davide, e tinha-se retirado dele. [Ler]

13 Saul afastou-o de si, fazendo-o chefe de mil homens, e Davide saía e entrava à vista do povo. [Ler]

14 Em todas as suas empresas, Davide procedia com prudência, e o Senhor era com ele. [Ler]

15 Viu Saul que ele era muito prudente, começou a acautelar-se dele. [Ler]

16 Todo o Israel e Judá amavam Davide, que entrava e saía diante deles. [Ler]

17 Saul disse a Davide: Eis aqui Merob, minha filha mais velha, eu ta darei por mulher, contanto que sejas homem valoroso e combatas nas guerras do Senhor. Saul, porém, pensava consigo, dizendo: Não seja a minha mão sobre ele (para o matar), mas seja sobre ele a mão dos Fllisteus. [Ler]

18 Davide disse a Saul: Quem sou eu, ou qual é a minha vida, ou a família de meu pai em Israel, para vir a ser o genro do rei? [Ler]

19 Porém , tendo chegado o tempo em que Merob, filha de Saul, devia ser dada a Davide, foi dada por mulher a Hadriel Molatita. [Ler]

20 Ora Micol, segunda filha de Saul, amou Davide. Isto foi contado a Saul, que se alegrou com isso. [Ler]

21 Saul disse: Dar-lhe-ei esta, para que ela lhe seja ocasião de ruína, e a mão dos Filisteus seja sobre ele. Saul disse a Davide, pela segunda vez: podes hoje tornar-te meu genro. [Ler]

22 Saul mandou aos seus servos: Falai a Davide como coisa vossa, dizendo: Estás no agrado do rei, e todos os servos te amam. Cuida, pois, em ser genro do rei. [Ler]

23 Os servos de Saul disseram todas estas palavras a Davide. Davide respondeu: Porventura parece-vos pouca coisa ser genro do rei? Eu sou pobre e de humilde condição. [Ler]

24 E os servos de Saul referiram-lhe (isto), dizendo: Davide deu-nos esta resposta. [Ler]

25 Saul, porém, disse: Falai assim a Davide: O rei não necessita de dons para os esponsais, mas sòmente de cem prepúcios dos Filisteus, para tomar vingança dos seus inimigos. O desígnio de Saul era entregar Davide nas mãos dos Filisteus. [Ler]

26 Tendo os servos de Saul referido a Davide as palavras que Saul tinha dito, a proposta agradou a Davide para chegar a ser genro do rei. [Ler]

27 Poucos dias depois, saindo Davide, marchou com os homens, que estavam sob o seu comando, matou duzentos filisteus, levou os prepúcios deles, entregando-lhe o número completo para vir a ser seu genro. Saul, então, deu-lhe a sua filha Micol por mulher. [Ler]

28 Saul viu e compreendeu que o Senhor era com Davide. Micol, filha de Saul, amava-o. [Ler]

29 Saul começou a temer cada vez mais Davide, e ficou seu inimigo toda a vida. [Ler]

30 Quando os príncipes dos Filisteus saíam à campanha, desde o princípio da sua saída, Davide conseguia maior sucesso, pela sua habilidade, do que todos os oficiais de Saul, e o seu nome tornou-se muito célebre. [Ler]

Capítulo 19 Ver capítulo

1 Saul falou a Jónatas, seu filho, e a todos os seus servos, para que matassem Davide, mas Jónatas, filho de Saul, amava extremosamente Davide. [Ler]

2 Jónatas avisou Davide, dizendo: Saul, meu pai, procura matar-te, por isso rogo-te que te guardes amanhã de manhã, te retires a um lugar oculto, onde te escondas. [Ler]

3 Eu sairei e conservar-me-ei junto de meu pai no campo onde tu estiveres, falarei de ti a meu pai e te avisarei de tudo o que souber. [Ler]

4 Jónatas, pois, falou em favor de Davide a Saul, seu pai, e disse-lhe: Não peques, ó rei, contra Davide, teu servo, porque ele não pecou contra ti, e os seus serviços foram-te muito úteis. [Ler]

5 Expôs a sua vida ao perigo, matou o Filisteu , e o Senhor salvou (por meio dele) todo o Israel por um modo maravilhoso; tu o viste e te alegraste. Por que queres, pois, pecar contra sangue inocente, matando Davide, que não tem culpa? [Ler]

6 Saul, tendo ouvido isto, aplacado com as razões de Jónatas, jurou: Viva o Senhor, que ele não morrerá. [Ler]

7 Jónatas chamou, pois, Davide, e contou-lhe todas estas coisas; a seguir, levou-o à presença de Saul, e (Davide) ficou vivendo junto dele, como antes. [Ler]

8 Quando recomeçou a guerra, Davide, saindo, com­bateu contra os Filisteus, fazendo neles grande destroço e obrigando-os a fugir diante dele [Ler]

9 E o espírito maligno, mandado pelo Senhor, apoderou-se de Saul. Estava este sentado em sua casa, com um a lança na mão, e David e tocava harpa. [Ler]

10 Saul tentou atravessar Davide com a lança contra a parede, mas Davide desviou-se, e a lança, sem o ofender, foi cravar se na parede. Davide fugiu e salvou-se aquela noite. [Ler]

11 Mandou, pois, Saul os seus guardas a casa de Davide para lho terem seguro e para ser morto pela manhã. Porém Davide foi avisado por Micol, sua mulher, que lhe disse: Se te não puseres a salvo esta noite, amanhã morrerás. [Ler]

12 Ela fê-lo descer por uma janela, e ele fugiu e salvou-se. [Ler]

13 Em seguida Micol tomou uma estátua, deitou-a em cima da cama, pôs-lhe ao redor da cabeça uma pele de cabra com o pêlo, e cobriu-a com a roupa. [Ler]

14 Saul mandou guardas para prenderem Davide, mas foi-lhes respondido que estava doente. [Ler]

15 Saul mandou segunda vez mensageiros com ordens de ver Davide, dizendo-lhes: Trazei-mo no seu mesmo leito, para ser morto. [Ler]

16 Tendo chegado os mensageiros, encontraram em cima da cama a estátua que tinha em roda da cabeça uma pele de cabra. [Ler]

17 Saul disse a Micol: Por que me enganaste assim e deixaste fugir o meu inimigo? Micol respondeu a Saul: Porque ele me disse: Deixa-me ir, senão matar-te-ei. [Ler]

18 Davide, pois, fugiu e pôs-se a salvo. Foi ter com Samuel a Rama e contou-lhe tudo o que Saul lhe tinha feito. Depois retiraram-se, ele e Samuel, e habitaram em Naiot. [Ler]

19 Noticiaram a Saul: Davide está em Naiot de Rama. [Ler]

20 Saul mandou guardas para prenderem Davide, mas tendo eles visto um grupo de profetas que profetizavam , com Samuel à frente, o Espírito do Senhor apoderou-se também deles, e começaram também a profetizar. [Ler]

21 Tendo isto sido contado a Saul, mandou outros mensageiros, mas estes também profetizaram. De novo mandou Saul terceiros mensageiros, mas também estes profetizaram. Então Saul, cheio de cólera, [Ler]

22 foi ele próprio a Rama, chegou até à grande cisterna, que há em Soco, e perguntou: Em que lugar estão Samuel e Davide? Foi-lhe respondido: Estão em Naiot de Rama. [Ler]

23 Partiu para Naiot de Rama, mas apoderou-se também dele o Espírlto do Senhor, e ia andando, e profetizando (por todo o caminho) até que chegou a Naiot de Rama. [Ler]

24 (Chegando lá ) despojou-se também ele das suas vestes, e profetizou com os outros diante de Samuel, e esteve nú, por terra, aquele dia e aquela noite. Daqui tomou origem o provérbio: Também Saul entre os profetas? [Ler]

Capítulo 20 Ver capítulo

1 Entretanto Davide fugiu de Naiot, que está em Rama, e, tendo ido, disse diante de Jónatas: Que fiz eu? Que iniquidade é a minha, que pecado é o meu contra teu pai, que procura a minha vida? [Ler]

2 Ele respondeu-lhe: Não, tu não hás-de morrer, porque meu pai não faz coisa alguma, nem grande nem pequena, sem primeiro me dar parte; será só esta que meu pai me queira ocultar? De nenhum modo acontecerá isto. [Ler]

3 E novamente o jurou a Davide. Davide disse-lhe; Teu pai sabe muito bem que eu caí em graça a teus olhos e dirá: Não saiba isto Jónatas, para que se não entristeça. Eu juro-te pelo Senhor e pela tua vida, que não há senão um passo, entre mim e a morte. [Ler]

4 Jónatas disse a Davide: Eu farei por ti tudo o que a tua alma me disser. [Ler]

5 Davide disse a Jónatas: Amanhã é a lua nova e eu costumo sentar-me junto ao rei para comer; deixa-me, pois, ir esconder no campo até à tarde do terceiro dia. [Ler]

6 Se o teu pai, reparando, perguntar por mim, tu lhe responderás: Davide pediu-me permissão de ir com presteza a Belém , sua cidade, porque se faz lá um sacrifício solene por todos os da sua tribo. [Ler]

7 Se ele disser: Está bem não terei que temer; mas se ele se irar, fica certo de que a sua má vontade (contra mim) chegou ao seu auge. [Ler]

8 Usa, pois, de misericórdia com o teu servo, já que quiseste que eu, teu servo, fizesse contigo aliança (de amizade) no Senhor; mas se eu tenho alguma culpa, dá-me tu mesmo a morte, e não me faças comparecer diante de teu pai. [Ler]

9 Jónatas disse: Longe de ti esteja isso, porque não é possível que, se eu souber ao certo que a má vontade de meu pai contra ti chegou ao seu auge, eu te não avise. [Ler]

10 Davide respondeu a Jónatas: Quem me há-de avisar, se por acaso teu pai te responder com aspereza a meu respeito? [Ler]

11 Jónatas disse a Davide: Vem, e saiamos fora ao campo. Tendo ambos saído ao campo, [Ler]

12 Jónatas disse a Davide: Senhor Deus de Israel, se eu descobrir o intento de meu pai, amanhã ou depois de amanhã, e houver alguma coisa favorável para Davide, e eu to não mandar imediatamente dizer, [Ler]

13 o Senhor trate a Jónatas com toda a severidade. Se, porém, a má vontade de meu pai perseverar contra ti, eu te avisarei disso e te deixarei ir em paz, e o Senhor seja contigo, como foi com meu pai. [Ler]

14 Se eu viver, usarás comigo da misericórdia do Senhor; se porém morrer, [Ler]

15 não deixarás nunca de usar de compaixão com a minha casa, quando o Senhor tiver exterminado todos os inimigos de Davide um por um; (todavia, se eu faltar à palavra) tire (também) o Senhor a Jónatas de sua casa e vingue-se dos inimigos de Davide. [Ler]

16 Jónatas, pois, fez aliança com a casa de Davide, e o Senhor vingou-se dos inimigos de Davide. [Ler]

17 Jónatas fez a Davide este novo juramento, pelo amor que lhe tinha, porque o amava como a sua própria alma. [Ler]

18 Jónatas disse-lhe: Amanhã é a lua nova, e perguntar-se-á por ti, [Ler]

19 porque o teu lugar se verá desocupado até depois de amanhã. Descerás, pois, sem demora, e irás para o sítio em que deves esconder-te, no dia em que se pode trabalhar (que é o primeiro depois da festa), e te sentarás junto da pedra chamada Ezel. [Ler]

20 Eu atirarei junto a ela três setas e as arrojarei como quem se exercita em atirar ao alvo. [Ler]

21 Mandarei também um criado e lhe direi: Vai e traze-me as setas. [Ler]

22 Se eu disser ao criado: Olha que as setas estão para cá de ti; levanta-as tu então vem ter comigo, porque a paz está contigo e não há mal algum a temer. O Senhor vive! Todavia, se eu disser ao criado: Olha que as setas estão para lá de ti vai-te em paz, porque o Senhor quer que te retires. [Ler]

23 Quanto, porém, à palavra que nós demos um ao outro, o Senhor seja (dela) para sempre (testemunha) entre mim e ti. [Ler]

24 Escondeu-se, pois, Davide no campo. No dia da procura nova, o rei pôs-se à mesa para comer. [Ler]

25 Tendo-se sentado (segundo o costume) na sua cadeira, que estava junto à parede, levantou-se Jónatas, Abner sentou-se ao lado de Saul, e o lugar de Davide apareceu vazio. [Ler]

26 Naquele (primeiro) dia Saul não disse nada, porque julgou que talvez Davide se não tivesse achado limpo nem purificado. [Ler]

27 Chegado o segundo dia da lua nova, apareceu ainda vazio o lugar de Davide. Saul disse a seu filho Jónatas: Por que não veio o filho de Isaí comer nem ontem nem hoje? [Ler]

28 Jónatas respondeu a Saul: EIe pediu-me com instância que o deixasse ir a Belém [Ler]

29 dizendo: Deixa-me ir, porque há na minha cidade um sacrifício solene, e um de meus irmãos convidou-me; se, pois, eu achei graça diante dos teus olhos, irei depressa e verei meus irmãos. Esta é a razão porque ele não veio à mesa do rei. [Ler]

30 Então, Saul, Irado contra Jónatas, disse-lhe: Filho de mulher perversa e rebelde, não sei eu por ventura que amas o filho de Isaí, para confusão tua, e para confusão da tua indigna mãe? [Ler]

31 Pois em todo o tempo em que o filho de Isaí viver na terra, nunca estarás seguro, nem tu nem o teu (direito ao) reino. Por isso manda buscá-lo já e traze-mo à minha presença porque é um filho da morte [Ler]

32 Jónatas respondeu a Saul, seu pai: Por que há-de ele morrer? O que fez? [Ler]

33 Saul pegou na sua lança para o atravessar. Jónatas compreendeu que seu pai tinha resolvido matar Davide. [Ler]

34 Jónatas, pois, levantou-se da mesa todo encolerizado, e não comeu no segundo dia da lua nova, porque estava triste por causa de Davide, porque seu pai o tinha ultrajado. [Ler]

35 Ao outro dia, pela manhã, saiu Jónatas ao campo, conforme a combinação feita com Davide, e levou consigo um rapaz, [Ler]

36 ao qual disse: Vai e traze-me as setas que vou atirar. Enquanto o rapaz corria, atirou outra seta mais para além dele. [Ler]

37 Chegou, pois, o rapaz ao lugar da seta que Jónatas tinha atirado, e Jónatas gritou-lhe: Olha que a seta está mais para lá de ti. [Ler]

38 Jónatas tornou a gritar, como se se dirigisse ao rapaz, dizendo: Vai depressa, não te demores. O servo de Jónatas recolheu as setas e levou-as ao seu amo. [Ler]

39 O servo ignorava completamente o motivo do que se fazia, porque só Jónatas e Davide o sabiam. [Ler]

40 Deu Jonatas depois as suas armas ao rapaz e disse-lhe: Vai, leva-as à cidade. [Ler]

41 Logo que o rapaz partiu, Davide saiu do lugar onde estava, que olhava para o meio-dia, e, Inclinando-se até à terra, prostrou-se três vezes (diante de Jónatas) e, beijando-se um ao outro, choraram ambos, mas Davide mais. [Ler]

42 Disse Jónatas a Davide: Vai em paz; (lembra-te de) tudo o que nós ambos juramos em nome do Senhor, dizendo: O Senhor seja para sempre testemunha entre mim e tí, entre a minha geração e a tua geração. [Ler]

43 Davide levantou-se e partiu. Jónatas voltou para a cidade. [Ler]

Capítulo 21 Ver capítulo

1 Partiu depois Davide para Nobe, para junto do (Sumo) sacerdote Aquimelec. Aquimelec ficou surpreendido com a chegada de Davide e disse-lhe: Como vens tu só, e ninguém vem contigo? [Ler]

2 Davide respondeu ao (Sumo) sacerdote Aquimelec: O rei deu-me uma ordem e disse: Não saiba ninguém a causa por que te enviei, nem quais as ordens que te dei. Por isso também eu disse aos meus criados que lhe esperassem num certo lugar. [Ler]

3 E, agora, se tens à mão alguma coisa, ainda que não seja mais que cinco pães, dá-ma, ou o que quer que encontrares. [Ler]

4 Respondendo o sacerdote a Davide, disse-lhe: Eu não tenho à mão pães vulgares, mas sòmente o pão santo; (todavia eu tos darei) se os teus servos estão limpos, principalmente no que toca a mulheres. [Ler]

5 Davide, respondendo ao sacerdote, disse-lhe: No tocante a mulheres, certamente temo-nos abstido desde ontem e ante-ontem, depois que partimos, e os vasos dos (meus) criados conservaram-se puros; e, se a nossa missão é profana, pode ser santificada por aquele que a cumpre. [Ler]

6 O sacerdote deu-lhe, então, do pão santificado, porque não havia ali senão os pães da proposição, que tinham sido tirados da presença do Senhor, para se porem outros quentes. [Ler]

7 Achava-se ali naquele dia dentro do tabernáculo do Senhor um certo homem dos criados de Saul, chamado Doeg, Idumeu, o mais poderoso dos pastores de Saul. [Ler]

8 Davide disse a Aquimelec: Tens aqui à mão uma lança ou uma espada? Eu não trouxe comigo a minha espada, nem as minhas armas, porque a ordem do rei urgia. [Ler]

9 O sacerdote disse: Eis aqui a espada de Golias, Filisteu, que tu mataste no vale do Terebinto; está embrulhada num pano detrás do éfode; se a queres levar, leva-a, porque não há aqui outra senão esta. Davide disse: Não há outra como esta, dá-ma. [Ler]

10 Levantou-se Davide e fugiu naquele mesmo dia da presença, de Saul, e foi a (refugiar-te em, casa de) Aquis, rei de Get. [Ler]

11 Os criados de Aquis, tendo visto Davide, disseram ao rei: Porventura não é este aquele Davide (respeitado como) rei do seu país? Não é este aquele a quem cantavam nas danças, dizendo: Saul matou mil, e Davide dez mil? [Ler]

12 Considerou Davide estas palavras no seu coração, e teve muito medo de Aquis, rei de Get. [Ler]

13 Então fingiu ter perdido o juízo diante deles. Fez de louco no meio deles, pôs-se a rabiscar nas portas e deixava escorrer a saliva sobre a barba. [Ler]

14 Aquis disse aos seus criados : Vistes que este homem está louco; por que o trouxestes à minha presença? [Ler]

15 Porventura faltam-nos loucos, para trazerdes este para fazer loucuras na minha presença? Deve ele entrar em minha casa? [Ler]

Capítulo 22 Ver capítulo

1 Davide partiu dali e fugiu para a cova de Odolão. Tendo sabido isto os seus Irmãos e toda a casa de seu pai, foram lá ter com ele. [Ler]

2 Todos os que se viam em aperto e se encontravam oprimidos de dívidas e de desgostos, juntaram-se a ele, e (Davide) tornou-se seu chefe. Estiveram com ele cerca, de quatrocentos homens. [Ler]

3 Dali Davide foi para Masfa, que está (na terra) de Moab, e disse ao rei de Moab: Peço-te que meu pai e minha mãe fiquem convosco, até eu saber o que o Senhor fará de mim. [Ler]

4 E deixou-os junto do rei de Moab, com quem ficaram durante todo o tempo que Davide esteve na fortaleza. [Ler]

5 O profeta Gad disse a Davide: Não fiques nesta fortaleza: parte e vai para terra de Judá. Davide partiu e foi para o bosque de Haret. [Ler]

6 Saul soube que Davide tinha aparecido com a gente que o acompanhava. Estando Saul em Gabaa, encontrando-se (um dia) num bosque, que há em Rama, tendo a lança na mão e estando rodeado de todos os seus servos, [Ler]

7 disse para os seus servos, que lhe assistiam: Ouvi-me agora, filhos de Jeminl; porventura o filho de Isaí dará, a vós todos, campos e vinhas, e farvos-á a todos chefes de milhar e chefes de centena, [Ler]

8 para que todos vós vos tenhais conjurado contra mim e não haja ninguém que me dê algum aviso de que meu filho fez aliança com o filho de Isaí? Não há entre vós quem se lastime da minha sorte, nem quem me avise de que meu filho sublevou contra mim um dos meus servos, que não cessa até ao dia de hoje de me armar traições. [Ler]

9 Respondendo então Doeg, Idumeu, que estava presente e era o primeiro dos criados de Saul, disse: Eu vi o filho de Isaí em Nobe, em casa do sacerdote Aquimelec, filho de Aquitob, [Ler]

10 o qual consultou o Senhor por ele, e lhe deu víveres, entregando-lhe também a espada do Filisteu Golias. [Ler]

11 Mandou o rei chamar o sacerdote Aquimelec, filho de Aquitob, e todos os sacerdotes da casa de seu pai, que estavam em Nobe, os quais se apresentaram ao rei. [Ler]

12 Saul disse a Aquimelec: Ouve, filho de Aquitob. Ele respondeu: Aqui me tens, senhor. [Ler]

13 Saul disse-lhe: Por que vos conjurastes contra mim, tu e o filho de Isaí, e lhe deste pães e uma espada, e consultaste a Deus por ele, para se levantar contra mim, armando-me traições até hoje? [Ler]

14 Aquimelec, respondendo ao rei, disse: E quem há entre todos os teus servos (que te seja tão) leal como Davide, genro do rei, submisso às tuas ordens e respeitado na tua casa? [Ler]

15 Porventura é de hoje que eu comecei a consultar a Deus por ele? Longe de mim tal coisa: não suspeite o rei semelhante coisa, nem de mim seu servo, nem de toda a casa de meu pai, porque o teu servo não soube, nesse particular (de conjuração), nem pouco nem muito. [Ler]

16 O rei disse: Morrerás sem falta. Aquimelec, tu e toda a casa de teu pai. [Ler]

17 E o rei disse para os guardas que o rodeavam: Voltai-vos e matai os sacerdotes do Senhor, porque a mão deles está com Davide: sabendo que ele tinha fugido, não me avisaram. Porém, os criados do rei não quiseram estender as suas mãos contra os sacerdotes do Senhor. [Ler]

18 Então o rei disse a Doeg: Vai tu, e lança-te sobre os sacerdotes. Doeg, Idumeu, voltando-se, lançou-se sobre os sacerdotes e trucidou naquele dia oitenta e cinco homens, que estavam vestidos do éfode de linho. [Ler]

19 Saul passou, também, ao fio da espada, Nobe, cidade sacerdotal, (matando) homens e mulheres, crianças e meninos de leite, bois, jumentos e ovelhas. [Ler]

20 e participou-lhe que Saul tinha matado os sacerdotes do Senhor. [Ler]

21 Davide disse a Abiatar: Eu logo vi, naquele dia, que, estando lá Doeg, Idumeu, certamente o havia de dizer a Saul: eu sou o culpado da morte de toda a casa de teu pai. [Ler]

22 Fica comigo, não temas; se alguém buscar a minha vida, buscará também a tua; comigo estarás bem guardado. [Ler]

Capítulo 23 Ver capítulo

1 Depois disto disseram a Davide: Os Filisteus atacam Ceila e roubam as eiras. [Ler]

2 Davide consultou o Senhor, dizendo: Marcharei eu e desbaratarei estes Filisteus? O Senhor disse a Davide: Vai, que desbaratarás os Filisteus e salvarás Ceila. [Ler]

3 Os homens, que estavam com Davide, disseram-lhe: Se, estando nós aqui na Judeia, temos medo, quanto mais se formos a Ceila contra os esquadrões dos Filisteus? [Ler]

4 Segunda vez Davide consultou o Senhor, o qual, respondendo, lhe disse: Levanta-te e vai a Ceila, porque eu entregarei os Filisteus nas tuas mãos. [Ler]

5 Foi, então, Davide com a sua gente a Ceila, e combateu contra os Filisteus, levou-Ihes os seus gados e fez neles grande mortandade, salvando assim os habitantes da Ceila. [Ler]

6 Quando Abiatar, filho de Aquimelec, fugiu para Davide em Ceila, levou consigo o éfode. [Ler]

7 Foi noticiado a Saul que Davide tinha ido para Ceila, e Saul disse: Deus o entregou nas minhas mãos, porque entrou numa cidade que tem portas e fechaduras. [Ler]

8 Saul mandou a todo o povo que marchasse a Ceila, para o combate, e que sitiasse Davide e os seus. [Ler]

9 Davide, tendo sido avisado de que Saul lhe preparava secretamente este mal, disse ao sacerdote Abiatar: Toma o éfode (para consultar o Senhor). [Ler]

10 Davide disse: Senhor Deus de Israel, o teu servo soube que Saul se preparava para vir a Ceila, para destruir a cidade por minha causa. [Ler]

11 Os homens de Ceila entregar-me-ão nas suas mãos? Saul virá, como o teu servo ouviu dizer? Senhor Deus de Israel, dá a conhecer isto ao teu servo. O Senhor disse: Há-de vir. [Ler]

12 Davide disse: Porventura os homens de Ceila me entregarão a mim e a gente que está comigo nas mãos de Saul? O Senhor disse: Hão-de entregar. [Ler]

13 Davide, pois, levantou-se com a sua gente, (que era em número de) cerca de seiscentos homens, e, tendo partido de Ceila, erravam incertos por aqui e por ali. Foi anunciado a Saul que Davide tinha fugido de Ceila e se tinha posto a salvo. Por tal razão, Saul dissimulou não querer sair. [Ler]

14 Davide estava no deserto, em lugares muito seguros, e habitou no monte do deserto de Zif, monte coberto de arvoredo; Saul todavia procurava-o todos os dias, mas Deus não o entregou nas suas mãos. [Ler]

15 Davide soube que Saul tinha saído em busca da sua vida. Davide estava no deserto de Zif (escondido) no bosque. [Ler]

16 Jónatas, filho de Saul, levantou-se e foi ter com Davide ao bosque, confortou-o muito em Deus e disse-lhe [Ler]

17 Não temas, porque não te há-de encontrar a mão de Saul, meu pai, e tu reinarás sobre Israel, e eu serei o segundo depois de ti; até mesmo Saul, meu pai, sabe isto. [Ler]

18 Ambos, pois, fizeram aliança diante do Senhor. Davide ficou no bosque, e Jónatas voltou para sua casa. [Ler]

19 Entretanto os de Zif foram ter com Saul a Gabaa, dizendo: Tu não sabes que Davide está escondido entre nós, nos lugares mais seguros dos bosques, sobre a colina de Aquila, que está à direita do deserto? [Ler]

20 Agora, pois, visto que o teu coração desejou achá-lo, vem e por nós fica o entregá-lo nas mãos do rei. [Ler]

21 Saul disse: Abençoados sejais do Senhor, porque vos condoestes da minha sorte. [Ler]

22 Ide, vos rogo, fazei todas as diligências, buscai com o maior cuidado, procurai saber o lugar onde ele possa estar, ou quem o terá visto aí, porque, segundo me disseram, ele é muito astuto. [Ler]

23 Examinai todos os esconderijos, onde ele se oculta, e voltai a mim com notícias seguras, a fim de eu ir convosco. Se ele estiver no país, descobri-lo-ei entre todos os milhares de Judá. [Ler]

24 Eles, partindo, foram a Zif antes de Saul, mas Davide e os seus homens estavam no deserto de Maon, na planície à direita de Jesimon. [Ler]

25 Foi, pois, Saul e toda a sua gente em busca dele. Isto foi noticiado a Davide, que imediatamente se retirou para o rochedo, ficando no deserto de Maon. Saul, tendo sabido isto, entrou pelo deserto de Maon no alcance de Davide. [Ler]

26 Saul costeava o monte por uma parte, Davide e os seus homens costeavam o monte pela outra parte; Davide apressava-se para poder escapar às mãos de Saul, porque Saul e os seus tinham feito como que um cerco em volta de Davide e da sua gente, para os prender. [Ler]

27 Nessa altura chegou um mensageiro a Saul, dizendo: Apressa-te e vem, porque os Filisteus invadiram o país. [Ler]

28 Então Saul voltou-se, deixando de perseguir Davide, e foi ao encontro dos Filisteus; por isto foi dado àquele lugar o nome de Rochedo da Separação. [Ler]

Capítulo 24 Ver capítulo

1 Saiu Davide dali e habitou nos lugares mais seguros de Engadi. [Ler]

2 Voltando Saul de ter perseguido os Filisteus, vieram dizer-lhe: Davide está no deserto de Engadi. [Ler]

3 Saul, tomando consigo três mil homens escolhidos entre todo o Israel, saiu em busca de Davide e de sua gente, indo até pelos rochedos mais escarpados, sòmente acessíveis às cabras. [Ler]

4 Chegou a uns currais de ovelhas, que encontrou no caminho, e havia lá uma caverna, onde Saul entrou para fazer as suas necessidades. Davide e os seus estavam escondidos no interior da mesma caverna. [Ler]

5 Os servos de Davide disseram -lhe: Eis o dia, do qual o Senhor te disse: Eu te entregarei o teu inimigo, para fazeres dele o que te parecer. Então Davide levantou-se e cortou muito de mansinho a orla do manto de Saul. [Ler]

6 Logo depois o coração de Davide bateu-lhe, porque tinha cortado a orla do manto a Saul. [Ler]

7 E disse para a sua gente: Deus me guarde de que eu faça uma tal coisa ao meu senhor, ao ungido do Senhor, que eu estenda a mão contra ele, pois é o ungido do Senhor, [Ler]

8 Com estas palavras, Davide conteve a sua gente e não permitiu que se lançassem sobre Saul. Saul, saindo da caverna, prosseguiu o seu caminho. [Ler]

9 Levantando-se também Davide atrás dele e, tendo saido da caverna, gritou atrás de Saul, dizendo: ó rei, meu selhor! Saul olhou para trás, e Davide, inclinando se até ao chão, fez-lhe uma profunda reverência, [Ler]

10 e disse a Saul: Por que dás tu ouvidos às palavras dos que te dizem: Davide procura fazer-te mal? [Ler]

11 Viste hoje com os teus olhos que o Senhor te entregou nas minhas mãos na caverna, e eu tive o pensamento de te matar, mas não o quis fazer, porque disse: Não estenderei a mão contra o meu senhor, porque é o ungido do Senhor. [Ler]

12 Vê meu pai, e reconhece a orla do teu manto (que tenho) na minha mão. Cortando a extremidade do teu manto, não quis estender a minha mão contra ti; adverte, pois, e vê que eu não sou culpado de nenhum mal, nem de nenhuma iniquidade, que não pequei contra ti; tu, porém, andas buscando meios de me tirar a vida. [Ler]

13 O Senhor julgue entre mim e ti, e o Senhor me vingue de ti, mas nunca a minha mão seja contra ti. [Ler]

14 Dos ímpios sairá a impiedade, diz o antigo provérbio; a minha mão, pois, não seja contra ti. [Ler]

15 A quem persegues tu, ó rei de Israel? A quem persegues? Persegues um cão morto, e uma pulga. [Ler]

16 O Senhor seja juiz, julgue entre mim e ti, examine e julgue a minha causa, e me livre da tua mão. [Ler]

17 Tendo Davide acabado de dizer estas palavras a Saul, Saul disse: Porventura é esta a tua voz, ó meu filho Davide? Saul levantou a sua voz e chorou. [Ler]

18 E disse a Davide: Tu és mais justo do que eu, porque tu tens-me feito bem, e eu tenho-te retribuído com mal. [Ler]

19 Tu mostraste hoje os bens que me tens feito, pois que, tendo-me o Senhor entregue nas tuas mãos, tu não me mataste. [Ler]

20 Pois quem há que, encontrando o seu inimigo, o deixe ir sem lhe fazer mal? O Senhor te faça bem, em troca do que hoje me fizeste. [Ler]

21 E agora, porque sei que certissimamente hás-de reinar, que hás-de ter na tua mão o reino de Israel, [Ler]

22 jura-me pelo Senhor que não aniquilarás a minha geração depois de mim, nem extinguirás o meu nome da casa de meu pai. [Ler]

23 Davide assim o jurou a Saul. Voltou, pois, Saul para sua casa, e Davide, com a sua gente, retirou-se a lugares mais seguros. [Ler]

Capítulo 25 Ver capítulo

1 Entretanto morreu Samuel, e todo o Israel se juntou a chorá-lo. Sepultaram-no na sua casa em Rama. David e pôs-se em marcha, e desceu para o deserto de Faran. [Ler]

2 Ora havia no deserto de Maon um homem, que tinha as suas possessões no Carmelo: este homem era muito rico, tinha três mil ovelhas e mil cabras, e encontrava-se no Carmelo para fazer a tosquia do seu gado. [Ler]

3 O nome daquele homem era Nabal, e o nome da sua mulher Abigail. A mulher era muito prudente e formosa; seu marido, porém , era um homem duro e mau, descendente da linhagem de Caleb. [Ler]

4 Davide, tendo sabido, no deserto que Nabal fazia a tosquia do seu rebanho, [Ler]

5 enviou lá dez jovens e disse-lhes: Subi ao Carmelo, ide a casa de Nabal e saudai-o em meu nome pacificamente. [Ler]

6 Dir-lhe-eis: A paz seja com contigo, com a tua casa e com tudo o que tens. [Ler]

7 Ouvi dizer que os teus pastores, que viviam conosco no deserto, fazem a tosquia; nós nunca os molestámos, nem lhes faltou nunca coisa alguma no rebanho, durante todo o tempo que estiveram conosco no Carmelo. [Ler]

8 Pergunta-o aos teus criados, e eles to dirão. Agora, pois, achem teus servos graça diante de teus olhos, visto que viemos em tão boa ocasião: dá a teus servos e a Davide, teu filho, qualquer coisa que tiveres à mão. [Ler]

9 Quando os homens de Davide chegaram, disseram a Nabal todas estas coisas, da parte de Davide, e ficaram calados. [Ler]

10 Respondendo, porém Nabal, aos criados de Davide, disse; Quem é Davide? E quem é o filho de Isai? Hoje são numerosos os servos que fogem aos seus senhores. [Ler]

11 Pegarei eu no meu pão, na minha água e na carne dos animais que matei para os que tosquiam as minhas ovelhas, e dá-lo-ei a homens que não sei donde são? [Ler]

12 Os criados de Davide retomaram o seu caminho e, tendo chegado, contaram-lhe todas as palavras que Nabal tinha dito. [Ler]

13 Então Davide disse à sua gente: Cinja cada um a sua espada. E cingiram todos as suas espadas, cingindo também Davide a sua. Seguiram Davide cerca de quatrocentos homens, e ficaram duzentos com a equipagem [Ler]

14 Um dos criados de Nabal disse a Abigail, sua mulher: Sabe que Davide enviou do deserto mensageiros, para saudarem o nosso amo, e ele os repeliu. [Ler]

15 Estes homens têm-nos sido muito úteis, e nunca nos foram molestos; enquanto vivemos com eles no deserto, nada se perdeu. [Ler]

16 Serviam-nos de muro, tanto de noite como de dia, durante todo o tempo que apascentámos entre eles os rebanhos. [Ler]

17 Portanto considera o que deves fazer, porque uma grande desgraça está para cair sobre o teu marido e sobre a tua casa, e ele é um filho de Belial, (tão violento) que ninguém se atreve a falar-lhe. [Ler]

18 Imediatamente Abigail tomou duzentos pães, dois odres de vinho, cinco carneiros cozidos, cinco medidas de farinha, cem cachos de uvas passas, duzentas pastas de figos secos, e pôs (tudo) em cima de jumentos, [Ler]

19 dizendo aos seus criados: Ide adiante de mim, que eu irei atrás de vós. E não disse nada a seu marido Nabal. [Ler]

20 Quando, montada num jumento, descia pelas faldas do monte, encontrou Davide e os seus homens, que desciam para ela. [Ler]

21 Davide dizia: Em verdade, de nada me serviu ter guardado tudo o que este (homem) tinha no deserto, sem que se lhe perdesse nunca coisa alguma do que possuia: ele me tornou mal por bem. [Ler]

22 Deus trate com todo o seu rigor os inimigos de Davide! E eu não deixarei vivo, desde agora até amanhã, nenhum dos seres masculinos que pertençam a Nabal. [Ler]

23 Abigail, tendo visto Davide, apressou-se a descer do jumento e prostrou-se diante de Davide sobre o seu rosto, fez-lhe uma profunda reverência, [Ler]

24 lançou-se a seus pés e disse: Sobre mim caia, meu senhor, esta iniquidade; peço-te que permitas à tua escrava falar aos teus ouvidos, e ouve as palavras da tua serva. [Ler]

25 Não faças caso, te peço, meu senhor e meu rei, da injustiça de Nabal, porque, como o denota o seu próprio nome, é um insensato, e a loucura está com ele. Eu, tua escrava, não vi os criados que tu meu senhor, enviaste. [Ler]

26 Agora, meu senhor, viva o Senhor e viva a tua alma, pois que o Senhor te impediu de derramar sangue, deteve a tua mão, agora sejam (tão fracos) como Nabal os teus inimigos, e os que procuram fazer mal ao meu senhor. [Ler]

27 Portanto aceita esta bênção, que a tua escrava te trouxe, meu senhor, e reparte dela com os que te seguem, meu senhor. [Ler]

28 Perdoa à tua escrava a iniquidade, porque certissimamente o Senhor te fará, meu senhor, uma casa estável, porque tu, meu senhor, combates pelo Senhor; não virá mal sobre ti, durante todos os dias da tua vida. [Ler]

29 Se algum dia se levantar alguém para te perseguir e buscar a tua vida, a vida do meu senhor será guardada no ramalhete dos que vivem no Senhor teu Deus; e a alma de teu inimigos será agitada como um impetuoso girar de funda. [Ler]

30 Quando o Senhor te tiver feito, meu senhor, todos os bens que ele predisse de ti, te tiver constituído chefe sobre Israel, [Ler]

31 não terás no coração este pesar, nem este remorso, meu senhor, de ter derramado o sangue inocente, ou de te teres vingado por ti mesmo. Quando o Senhor tiver feito bem ao meu senhor, lembrar-te-ás, da tua escrava. [Ler]

32 Davide disse a Abigail: Bem-dito seja o Senhor Deus de Israel, que te enviou hoje ao meu encontro! [Ler]

33 Bem-dito o teu bom senso! Bem-dita sejas tu, que me impediste hoje de derramar sangue, vingar-me pela minha mão. [Ler]

34 Doutro modo — juro-o pelo Senhor Deus de Israel, que me impediu que te fizesse mal! — se tu não viesses logo ao meu encontro, não teria ficado com vida desde hoje até amanhã, em casa de Nabal, nenhum ser masculino que lhe pertencesse. [Ler]

35 Davide aceitou, da mão de Abigail, tudo o que lhe tinha trazido, e disse-Ihe: Vai em paz para tua casa: ouvi a tua voz e acolhi a tua petição. [Ler]

36 Abigail voltou para Nabal, que dava em sua casa um banquete, como banquete de rei; o seu coração estava alegre, porque estava muito embriagado, e ela não lhe disse uma palavra nem pequena nem grande até pela manhã. [Ler]

37 Ao outro dia muito cedo, quando Nabal tinha já digerido o vinho, sua mulher contou-lhe tudo o que se tinha passado, e o seu coração ficou como morto interiormente, e ele tornou-se (imóvel) como uma pedra. [Ler]

38 Passados dez dias, o Senhor feriu Nabal, e ele morreu. [Ler]

39 Tendo Davide ouvido dizer que Nabal morrera, disse: Bem-dito seja o Senhor que me vingou da afronta que me fez Nabal, preservou o seu servo de fazer mal e fez cair a iniquidade de Nabal sobre a sua cabeça. Davide enviou mensageiros a Abigail, para a tomar por sua mulher. [Ler]

40 Os mensageiros de Davide foram ter com Abigail, ao Carmelo, e falaram-lhe assim; Davide mandou-nos ter contigo para te tom ar por sua mulher. [Ler]

41 Ela, levantando-se, inclinou-se até à terra, e disse: Eis a tua serva, que será como uma escrava para lavar os pés aos criados do meu senhor. [Ler]

42 Abigail, levantando-se depressa, montou no jumento, levou consigo cinco donzelas suas. Seguiu os mensageiros de Davide, e tornou-se sua mulher. [Ler]

43 Davide desposou-se também com Aquinoão, (que era) de Jezrael. Ambas foram suas mulheres. [Ler]

44 Saul porém, tinha dado sua filha Micol, mulher de Davide, a Faltl, filho de Lais, que era de Galim [Ler]

Capítulo 26 Ver capítulo

1 Os Zifeus foram (novamente) ter com Saul a Gabaa, dizendo; Davide está escondido na colina de Aquila, que está defronte do deserto. [Ler]

2 Saul levantou-se e desceu ao deserto de Zif, tomando consigo três mil homens escolhidos de Israel, para ir em busca de Davide no deserto de Zif. [Ler]

3 Saul acampou em Gabaa, na colina de Aquila, que está defronte do deserto sobre o caminho; Davide morava no deserto. Vendo que Saul o tinha ido buscar pelo deserto, [Ler]

4 enviou espiões e soube com toda a certeza que (Saul) tinha chegado ali. [Ler]

5 Davide levantou-se caladamente e foi ao lugar onde estava Saul. Tendo visto o lugar onde Saul dormia, com Abner, filho de Ner, general das suas tropas, quando Saul dormia na tenda, e ao redor dele toda a sua gente, [Ler]

6 Davide disse a Aquimelec Heteu, e a Abisai, filho de Sarvla, irmão de Joab: Quem descerá comigo ao acampamento de Saul? Abisai disse: Eu descerei contigo. [Ler]

7 Foram, pois, Davide e Abisai de noite ao povo, e encontraram Saul deitado e dormindo na sua tenda com a sua lança fixa na terra, à cabeceira, e Abner e toda a sua gente dormindo ao redor dele. [Ler]

8 Abisai disse a Davide: Deus entregou-te hoje nas mãos o teu inimigo; agora, peço-te, deixa-mo pregar à terra com a lança, dum só golpe: (um só golpe bastará) não será necessário segundo. [Ler]

9 Davide disse a Abisai: Não o mates! Quem estenderá a sua mão, contra o ungido do Senhor, e ficará impune? [Ler]

10 Davide disse: Viva o Senhor que, a não ser que o Senhor o mate, ou chegue o dia da sua morte, ou pereça estando em batalha, (não morrerá); [Ler]

11 não permita o Senhor que eu estenda a minha mão contra o ungido do Senhor. Toma a lança, que está à sua cabeceira, e o copo da água, e vamo-nos. [Ler]

12 Tomou Davide a lança e o copo da água, que estavam à cabeceira de Saul, e foram-se. Não houve ninguém que visse, ouvisse, ou despertasse. Todos dormiam, porque o Senhor os tinha sepultado num profundo sono. [Ler]

13 Tendo Davide passado á parte oposta e parado ao longe, no alto do monte, havendo entre eles grande distância, [Ler]

14 bradou ao povo, e a Abner filho de Ner, dizendo: Não responderás Abner? Abner, respondendo, disse: Quem és tu que estás gritando e desassossegas o rei? [Ler]

15 Davide disse a Abner: Não és tu um homem (valente)? E quem há em Israel como tu? Como, pois, não guardaste o rei, teu Senhor? Alguém do povo entrou aí para matar o rei, teu senhor. [Ler]

16 Não é bom isto, que fizeste; viva o Senhor, que vós mereceis a morte, vós que tão mal guardastes o vosso amo, o ungido do Senhor; vede, agora, onde está a lança do rei, onde está o copo da água, que estava à sua cabeceira. [Ler]

17 Saul reconheceu a voz de Davide e disse: Não é esta a tua voz, meu filho Davide? Davide disse: É a minha voz, ó rei, meu senhor. [Ler]

18 E acrescentou: Por que motivo persegue o meu senhor o seu servo? Que fiz eu? Que maldade está na minha mão? [Ler]

19 Ouve, pois, agora, te rogo, ó rei meu senhor, as palavras de teu servo: Se o Senhor te incita contra mim, receba ele o perfume do meu sacrifício; se, porém, são os filhos dos homens, malditos sejam diante do Senhor, porque me expulsaram hoje, para que eu não habite na herança do Senhor, dizendo: Vai, serve a deuses estranhos. [Ler]

20 E agora não seja derramado o meu sangue na terra, diante do Senhor, porque o rei de Israel saiu em busca duma pulga, assim como se persegue uma perdiz pelos montes. [Ler]

21 Saul disse: Pequei; volta, meu filho Davide, porque não te tornarei a fazer mal daqui em diante, pois que a minha vida foi hoje preciosa aos teus olhos, porque é manifesto que procedi nesciamente e que cometi uma grande falta. [Ler]

22 Respondendo Davide, disse: Eis a lança do rei; venha cá um de seus criados, e leve-a. [Ler]

23 O Senhor retribuirá a cada um conforme a sua justiça e fidelidade; o Senhor entregou-te hoje na minha mão, e eu não quis estender a minha mão contra o ungido do Senhor. [Ler]

24 Assim como a tua vida foi hoje preciosa aos meus olhos, assim a minha seja preciosa aos olhos do Senhor, e ele me livre de toda a tribulação. [Ler]

25 Disse Saul a Davide: Bem-dito sejas tu, meu filho Davide; certamente serás bem sucedido nas tuas empresas. Com isto foi Davide ao seu caminho, e Saul voltou para sua casa. [Ler]

Capítulo 27 Ver capítulo

1 Davide disse no seu coração: Por fim, algum dia cairei nas mãos de Saul; não será melhor que eu fuja e me salve no pais dos Filisteus, para que Saul perca de todo as esperanças e cesse de me buscar por todas as terras de Israel? Fugirei portanto das suas mãos. [Ler]

2 Davide levantou-se, com os seus seiscentos homens, e foi para Aquis, filho de Maoque, rei de Get. [Ler]

3 Davide habitou com Aquis em Get, ele e os seus, cada um com sua família, e Davide com as suas duas mulheres, Aquinoão de Jezrael, e Abigail, mulher que tinha sido de Nabal do Carmelo. [Ler]

4 Saul foi avisado de que Davide se tinha refugiado em Get, e não cuidou mais em o buscar. [Ler]

5 Davide disse a Aquis: Se eu encontrei graça diante dos teus olhos, seja-me dado lugar numa das cidades deste país, onde eu habite; pois por que há-de residir o teu servo contigo na cidade real? [Ler]

6 Aquis deu-lhe naquele dia (a cidade de) Siceleg, e, deste modo, Siceleg tornou-se dos reis de Judá até ao dia de hoje. [Ler]

7 O número de dias que Davide habitou nas terras dos Filisteus, foi de quatro meses. [Ler]

8 Davide saía com a sua gente e fazia incursões contra os Gessurianos, Gerzianos e Amalecitas, porque naquela terra era antigamente habitada (por estes povos) sobre o caminho de Sur até à terra do Egipto. [Ler]

9 Davide assolava toda aquela região sem deixar com vida nem homem nem mulher, tirando ovelhas, bois, jumentos, camelos e roupas. Depois voltava e ia para Aquis. [Ler]

10 Aquis perguntava-lhe: Para que lado fizeste tu hoje incursão? Davide respondia; Para a parte meridional de Judá, ou para a parte meridional de Jerameel, ou para a parte meridional de Ceni. [Ler]

11 Não deixava Davide com vida nem homem nem mulher, nem levava prisioneiro algum a Get, por temor de que dessem informações contra ele (e os seus) dizendo: Davide fez isto ou aquilo. Foi este o seu proceder durante todo o tempo que habitou no país dos Filisteus. [Ler]

12 Aquis acreditava em Davide, dizendo: Ele tem feito muito mal a Israel, seu povo, por isso estará sempre ao meu serviço. [Ler]

Capítulo 28 Ver capítulo

1 Sucedeu naquele tempo que os Filisteus juntaram as suas tropas, a fim de se prepararem para a guerra contra Israel Aquis disse então a Davide: Tem por certo que hás-de vir comigo à campanha, tu e a tua gente. [Ler]

2 Davide disse a Aquis: Tu verás agora o que há-de fazer o teu servo. Aquis disse a Davide: Eu te constituirei para sempre guarda da minha pessoa. [Ler]

3 Samuel tinha falecido. Todo o Israel o havia chorado. A sua sepultura foi em Rama, sua pátria. Saul tinha lançado fora do país os magos e adivinhos. [Ler]

4 Os Filisteus Juntaram-se e foram acampar em Sunam. Saul juntou também todas as tropas de Israel, e foi a Gelboé. [Ler]

5 Vendo Saul o exército dos Filisteus, teve medo, e agitou-se muito o seu coração. [Ler]

6 Consultou o Senhor, o qual não lhe respondeu nem por sonhos, nem por sacerdotes, nem por profetas. [Ler]

7 Saul disse aos seus servos: Buscai-me uma mulher que tenha o espírito de Piton, e eu irei ter com ela, a fim de a consultar. Os seus servos disseram-lhe: Em Endor há uma mulher que evoca (os mortos). [Ler]

8 Saul disfarçou-se, tomou outras vestes e partiu com dois homens. Chegaram de noite a casa da mulher, e Saul disse-lhe: Adivinha-me o futuro, evocando um morto, e faz-me aparecer quem eu te disser [Ler]

9 A mulher respondeu-lhe: Tu bem sabes tudo o que fez Saul, como exterminou do país os magos e os adivinhos; por que armas, pois, ciladas á minha vida, para me matarem? [Ler]

10 Saul jurou-lhe pelo Senhor, dizendo; Viva o Senhor, que disto não te virá mal algum. [Ler]

11 A mulher disse-lhe: Quem queres tu que te apareça? Saul disse: Faze-me aparecer Samuel. [Ler]

12 A mulher, tendo visto aparecer Samuel, deu um grande grito, e disse a Saul: Por que me enganaste? Tu és Saul. [Ler]

13 O rei disse-lhe: Não temas; que viste tu? A mulher disse a Saul: Vejo um deus que sobe da terra. [Ler]

14 Saul disse-lhe: Como é a sua figura? Ela respondeu: É um ancião, envolvido numa capa. Saul compreendeu que era Samuel, fez-lhe uma profunda reverência e prostrou-se por terra. [Ler]

15 Samuel disse a Saul: Por que me Inquietaste, fazendo-me vir cá? Saul respondeu-lhe: Eu acho-me no último aperto, porque os Filisteus fazem-me guerra, e Deus retirou-se de mim, não me quis ouvir nem por profetas, nem por sonhos; por essa razão te chamei, para que me indiques o que devo fazer. [Ler]

16 Samuel disse: Para que me interrogas, quando o Senhor se afastou de ti e passou para o teu rival? [Ler]

17 O Senhor te tratará como eu te disse da sua parte, arrancará o teu reino da tua mão e o dará a Davide teu companheiro. [Ler]

18 Tu não obedeceste à lei do Senhor, nem executaste o decreto da sua ira contra os Amalecitas; por isso te fez hoje o Senhor aquilo que padeces. [Ler]

19 O Senhor entregará contigo também Israel nas mãos dos Filisteus, e amanhã tu e os teus filhos estareis comigo; o Senhor entregará também nas mãos dos Filisteus o acampamento de Israel. [Ler]

20 Imediatamente Saul caiu estendido por terra, porque se aterrou com as palavras de Samuel, e estava sem forças, visto que não tinha comido nada todo aquele dia. [Ler]

21 Estando Saul assim turbado, foi aquela mulher ter com ele e disse-lhe: A tua escrava obedeceu à tua voz, expondo a sua vida, acedendo às palavras que disseste. [Ler]

22 Ouve, pois, agora também a voz da tua escrava: pôr-te-ei diante um bocado de pão, para que, comendo-o, recobres forças e possas fazer a tua viagem. [Ler]

23 Ele recusou e disse: Não comerei. Porém, os seus servos e a mulher constrangeram-no, e, tendo enfim cedido a seus rogos, levantou-se do chão e sentou-se num leito. [Ler]

24 A mulher tinha em casa um gordo novilho, que se apressou a matar; (em seguida) tomando farinha, amassou-a e cozeu pães ázimos, [Ler]

25 e pôs tudo diante de Saul e dos servos. Eles, tendo comido, levantaram-se e caminharam toda aquela noite. [Ler]

Capítulo 29 Ver capítulo

1 Juntaram-se todos os esquadrões dos Filisteus em Afec. Israel também acampou junto da fonte que havia em Jezrael [Ler]

2 Os príncipes dos Filisteus marchavam à frente das suas tropas, divididas em companhias de cem e de mil homens. Davide e a sua gente iam na retaguarda com Aquis. [Ler]

3 Os príncipes dos Filisteus disseram a Aquis: A que fim vêm aqui esses Hebreus? Aquis respondeu aos príncipes dos Filisteus: Não conheceis vós Davide, que foi servo de Saul, rei de Israel, e que está em minha companhia há muitos dias, ou antes anos, e no qual nunca encontrei coisa que me desagradasse, desde o dia em que se refugiou junto de mim até hoje? [Ler]

4 Os príncipes dos Filisteus iraram-se contra ele e disseram-lhe: Vá-se embora esse homem, para o lugar em que tu o puseste, e não venha conosco à batalha, não suceda voltar-se contra nós, quando começarmos a combater; pois como poderá ele aplacar o seu senhor, senão com as nossas cabeças? [Ler]

5 Porventura não é este aquele Davide, em cujo louvor cantavam dançando: Saul matou mil, e Davide dez mil? [Ler]

6 Aquis chamou Davide e disse-lhe: Viva o Senhor; tu és justo e bom diante dos meus olhos; agrada-me o teu proceder comigo no acampamento; não encontrei em ti nada que me desgostasse, desde o dia em que vieste para mim até ao dia de hoje, mas tu não agradas aos príncipes. [Ler]

7 Retira-te, pois, e vai em paz, para não ofender os olhos dos príncipes dos Filisteus. [Ler]

8 Davide disse a Aquis: Que fiz eu, que encontraste tu no teu servo, desde o dia em que eu te apareci até este dia, para que eu não vá combater contra os inimigos do rei, meu senhor? [Ler]

9 Aquis, respondendo, disse a Davide: Eu sei que és bom aos meus olhos, como um anjo de Deus, mas os príncipes dos Filisteus disseram: Ele não há-de ir conosco à batalha. [Ler]

10 Por isso levanta-te amanhã pela manhã, tu e os servos do teu senhor, que vieram contigo; levantando-vos de noite, parti logo que principie a raiar a aurora. [Ler]

11 Levantou-se Davide, ainda de noite, e a sua gente, para partirem pela manhã e voltarem para o pais dos Filisteus, e os Filisteus marcharam para Jezrael. [Ler]

Capítulo 30 Ver capítulo

1 Tendo, ao terceiro dia, chegado Davide e os seus a Siceleg, os Amalecltas tinham pela banda do meio-dia feito uma incursão sobre Siceleg, que tomaram e queimaram [Ler]

2 Tinham levado dali cativas as mulheres (e todos os habitantes), desde o mais pequeno até ao maior; não tinham matado ninguém, mas tinham levado tudo consigo, e voltavam pelo seu caminho. [Ler]

3 Quando Davide e a sua gente chegaram à cidade, e a encontraram queimada, quando viram que suas mulheres filhos e filhas foram levados cativos, [Ler]

4 levantaram as suas vozes e choraram até se lhes esgotarem as lágrimas. [Ler]

5 Também tinham ido cativas as duas mulheres de Davide, Aquinoão de Jezrael, e Abigail, viúva de Nabal do Carmelo. [Ler]

6 Davide afligiu-se em extremo, porque o povo queria apedrejá-lo, estando todos amargurados em seu coração por causa de seus filhos e filhas, mas Davide confortou-se no Senhor seu Deus. [Ler]

7 Disse ao sacerdote Abiatar, filho de Aquimelec: Traze-me o éfode. Abiatar levou o éfode a Davide, [Ler]

8 Davide consultou o Senhor, dizendo: Perseguirei eu estes ladrões e apanhá-los-ei, ou não? O Senhor respondeu-lhe: Persegue-os, porque indubitàvelmente os apanharás, e os esbuIharás da presa. [Ler]

9 Partiu Davide, com os seiscentos homens que o acompanhavam, e foram até à torrente de Besor; alguns, que iam cansados, fizeram alto. [Ler]

10 Prosseguiu Davide com quatrocentos homens, porque duzentos tinham ficado atrás, os quais, estando muito cansados, não podiam passar a torrente de Besor. [Ler]

11 Encontraram no campo um Egípcio, levaram-no a Davide, deram-lhe pão a comer, água a beber, [Ler]

12 um pedaço de torta de figos secos e dois cachos de uva passa. Depois que comeu, cobrou alento e recuperou as forças, porque havia três dias e três noites que não tinha comido pão, nem bebido água. [Ler]

13 Disse-lhe então Davide: De quem és tu? Donde (vem) e para onde vais? Ele disse: Eu sou um jovem Egípcio, escravo dum Amalecita; o meu senhor, porém , abandonou-me, porque adoeci há três dias. [Ler]

14 Nós fizemos uma incursão para a banda meridional de Cereti, para a banda de Judá e para o meio-dia de Caleb, e pusemos fogo a Siceleg. [Ler]

15 Davide disse-lhe: Poderás tu guiar-me até onde está essa quadrilha? Ele respondeu: Jura-me por Deus, que me não matarás e que me não entregarás nas mãos do meu senhor, e eu te guiarei até onde está essa quadrilha. Davide jurou-lhe. [Ler]

16 Tendo-o guiado, viram que (os Amalecitas) estavam recostados em terra por todo o campo, comendo, bebendo e dançando, por causa dos grandes despojos que tinham tomado do País dos Filisteus e do país de Judá. [Ler]

17 Davide deu sobre eles, desde aquela tarde até á tarde do outro dia, e nenhum deles escapou, excepto quatrocentos jovens, que montaram nos camelos e fugiram [Ler]

18 Recobrou Davide, pois, tudo o que os Amalecitas tinham tomado, e libertou as suas duas mulheres. [Ler]

19 Não faltou coisa alguma nem pequena nem grande, assim de filhos como de filhas, e do despojo; tudo o que tinham apanhado, Davide o recuperou. [Ler]

20 Davide tomou todos os rebanhos e manadas, e os fez caminhar com os seus homens, que diziam; Esta é a presa de Davide. [Ler]

21 Foi Davide juntar-se com os duzentos homens, que, de cansados, tinham parado, e não puderam seguir Davide, aos quais tinha dado ordem de ficar junto da torrente de Besor. Eles foram ao encontro de Davide e dos que o acompanhavam. Davide, ao aproximar-se deles, saudou-os amigavelmente. [Ler]

22 Porém, todos os malvados e perversos, dentre aqueles que tinham ido com Davide, começaram a dizer: Visto que eles não foram conosco, não lhe havemos de dar nada da presa que tomámos; contente-se cada um com reaver sua mulher e filhos; e, logo que os receberem, vão-se. [Ler]

23 Mas Davide disse: Não fareis assim, meus irmãos, do que o Senhor nos entregou; ele nos conservou, e entregou em nossas mãos esses ladrões, que se tinham lançado sobre nós. [Ler]

24 Ninguém dará ouvidos a essa proposta que fazeis; tanto o que pelejou, como o que ficou guardando a bagagem, terão igual parte na presa: ela se dividirá igualmente. [Ler]

25 Isto foi posto em prática desde aquele dia, e daí por diante foi considerado como uma lei em Israel, até ao dia de hoje. [Ler]

26 Chegou Davide a Siceleg, e da presa mandou dons aos anciães de Judá, seus amigos, dizendo: Aceitai este presente dos despojos dos inimigos do Senhor. [Ler]

27 (Mandou também) aos que viviam em Betei, aos de Ramot para o meio-dia, aos de Jeter, [Ler]

28 aos de Aroer, aos de Sefamot, aos de Estamo, [Ler]

29 aos de Racal, aos das cidades de Jerameel, aos das cidades de Ceni, [Ler]

30 aos de Aram a, aos do lago de Asan, aos de Atac, [Ler]

31 aos de Hebron, e a todos os outros que viviam naqueles lugares em que Davide tinha morado com os seus. [Ler]

Capítulo 31 Ver capítulo

1 Entretanto os Filisteus combatiam contra os Israelitas. Os homens de Israel fugiram diante dos Filisteus, e caíram mortos (muitos deles) no monte de Gelboé. [Ler]

2 Os Filisteus investiram contra Saul e contra os seus filhos, matando Jónatas, Abinadab e Melquisua, filhos de Saul. [Ler]

3 O maior peso do combate caiu sobre Saul, e os frecheiros alcançaram-no e feriram-no gravemente. [Ler]

4 Saul disse ao seu escudeiro: Desembaínha a tua espada e atravessa-me com ela, para que não venham estes Incircuncidados, e me tirem a vida escarnecendo de mim. Todavia o seu escudeiro não o quis fazer, porque se apoderou dele um excessivo terror. Por isso Saul tomou a espada e deixou-se cair sobre ela. [Ler]

5 O escudeiro, vendo que Saul estava morto, lançou-se também ele mesmo sobre a sua espada e morreu com ele. [Ler]

6 Morreu, pois, Saul, com os seus três filhos, o seu escudeiro e todos os seus homens naquele dia. [Ler]

7 Ora os Israelitas, que estavam da banda de além do vale, e além do Jordão, vendo que os Israelitas tinham fugido, e que tinha sido morto Saul com os seus filhos, abandonaram as suas cidades e fugiram. Os Filisteus vieram e estabeleceram-se nelas. [Ler]

8 Ao outro dia foram os Filisteus para despojar os mortos, e encontraram Saul e os seus três filhos estendidos sobre o monte de Gelboé. [Ler]

9 Cortaram a cabeça a Saul, despojaram-no das armas, e enviaram esta boa notícia a toda a terra dos Filisteus, para que se publicasse no templo dos seus ídolos e entre o povo. [Ler]

10 Puseram as armas de Saul no templo de Astarot, e suspenderam o seu corpo no muro de Betsan. [Ler]

11 Tendo os habitantes de Jabes de Galaad ouvido tudo o que os Filisteus tinham feito a Saul, [Ler]

12 saíram todos os homens mais valentes, marcharam toda a noite, e tiraram o cadáver de Saul e os cadáveres de seus filhos do muro de Betsan. Voltaram para Jabes de Galaad, e ali os queimaram [Ler]

13 Tomaram os seus ossos, sepultaram-nos no bosque de Jabes, e jejuaram sete dias. [Ler]

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